No gelo da Noruega, o Sporting não congelou, venceu o Rosenborg por 2-0 e deu um passo importante rumo à próxima fase da Liga Europa.
Foi na primeira parte que o conjunto de Alvalade fechou as contas: Coates abriu a contagem e Bruno Fernandes decretou o resultado final.
Ao cabo de quatro jornadas, os homens de Silas lideram o Grupo D com nove pontos, fruto de três triunfos e um desaire, este na estreia contra o PSV. O LASK, que goleou a equipa de Bruma por 4-1, assumiu a vice-liderança.
O jogo explicado em números
- Relativamente à derrota na última jornada do campeonato diante do Tondela, Silas “riscou” Ristovski (não está inscrito na Liga Europa), Acuña (a recuperar de lesão), Miguel Luís e Luiz Phellype (estes dois por opção), entrando para as suas vagas Rosier, Luís Neto, Borja e Eduardo Henrique, respectivamente.
- Os “leões” surgiram esquematizados num 3x5x2, com Neto, Ilori e Coates na zona central, Rosier e Borja desdobravam-se pelos corredores direito e esquerdo, respectivamente, no meio-campo estavam Eduardo e Doumbia, e o capitão Bruno Fernandes era a “muleta” dos homens mais adiantados Boladie e Vietto. Iria esta nova dinâmica colher bons frutos no Estádio Lerkendal em Trondheim?
- Com o termómetro a marcar temperatura negativa (- 6 ºC), o jogo começou num ritmo morno. Não obstante ter mais posse de bola – 67% contra 33% -, apenas aos 11 minutos os “verdes-e-brancos” ameaçaram a baliza contrária: Borja subiu no terreno e cruzou com perigo, mas a defensiva contrária anulou a jogada. Na sequência desse lance, Neto cabeceou por cima da baliza do Rosenborg, naquele que foi o primeiro remate – desenquadrado – da equipa lusa no encontro.
- Após o primeiro fogacho, o golo. Tudo começou numa iniciativa de Bolasie, que rematou para intervenção apertada de André Hansen para canto. Segundos depois, o Sporting quebrou o gelo: Coates correspondeu da melhor forma ao cruzamento de Neto e inaugurou o marcador das alturas. Ao segundo remate à direcção da baliza, estava feito o golo.
- Somente ao minuto 27 houve registo do primeiro “tiro” enquadrado do Rosenborg: Soderlund, de livre, desferiu um remate que foi defendido de forma incompleta por Renan, na recarga Hovland falhou o alvo. Num lance de contra-golpe, o emblema de Alvalade dilatou a vantagem.
- O “suspeito do costume” Bruno Fernandes ameaçou segundos antes e, pouco depois, concretizou a ameaça, num disparo fortíssimo. Foi o terceiro golo – em quatro jornadas – do capitão nesta edição da competição. Sem forçar, o “leão” dominava a seu bel-prazer o encontro, face a um adversário que bloqueava no momento da finalização, demonstrando porque razão – antes do arranque deste encontro – não vencia há 13 encontros consecutivos na Liga Europa.
- Dois golos, sete remates – quatro dos quais enquadrados -, dois cantos, 256 passes concretizados e 59% da posse de bola. Ao descanso, eram estes alguns dos dados que sustentavam o triunfo parcial leonino. Longe de ser brilhante, bastou ao Sporting acelerar um pouco para destapar as inúmeras carências do Rosenborg, que apenas rematou uma vez em direcção à baliza contrária e foi perdulário em duas ocasiões em que poderia ter marcado. Neste período, com um GoalPoint Rating de 6.9, Coates brilhava e mostrava-se imperial, com um golo e 36 acções com a bola.
- Aos 68 minutos não havia registo de nenhuma ocasião clara para qualquer das equipas, apenas pequenas intenções. O tempo passava e o Sporting, não obstante ter apenas 30% da posse de bola face aos 70% dos nórdicos, ia conseguindo neutralizar as tentativas de perigo contrárias e gerindo a vantagem de dois golos.
- Bolasie foi substituído, entrando para a sua vaga Rafael Camacho, numa fase em que os números de remates – seis contra dois – e de cantos – quatro para um -, favoreciam o Rosenborg. A nove minutos dos 90, Vietto, na pequena área contrária, rematou mas a bola embateu na face do guardião Hansen. Foi o lance de maior perigo, até então, dos comandados de Silas na etapa complementar.
- A cinco minutos dos 90 surgiram as jogadas mais perigosas gizadas pela equipa da casa. Lundemo atirou ao poste direito e, na sequência, Asen obrigou Renan Ribeiro a mostrar serviço, que respondeu com uma excelente intervenção.
O melhor em campo GoalPoint
Coates foi o pêndulo da defesa leonina, que surgiu com três elementos na zona central, e ditou leis no ataque.
Com um cabeceamento fortíssimo abriu a contagem, no único remate que fez no encontro, teve uma eficácia de passe de 81% – em 43 tentativas, falhou oito -, realizou três recuperações de posse e 56 acções com a bola. O uruguaio teve um GoalPoint Rating de 7.2.
Jogadores em foco
- Bruno Fernandes 6.7 – Voltou a destacar-se e, da ficha individual do capitão, extraímos um golo em três remates – dois dos quais enquadrados -, três recuperações de posse, 26 passes certos em 37 tentativas – eficácia de 70% – e 55 acções com a bola.
- Tiago Ilori 6.2 – Titular pelo segundo jogo consecutivo, o defesa exibiu-se em bom plano. Falhou apenas três dos 49 passes tentados – 94% de eficácia -, teve quatro recuperações de posse, três desarmes, duas intercepções e cinco alívios.
- Lundemo 6.1 – Irrequieto, lutou até à exaustão e, aos 85 minutos, ficou a centímetros de marcar, mas a bola embateu no poste direito da baliza do Sporting. Assinou ainda um passe para finalização e levou a melhor em sete dos dez duelos em que participou.
- Rosier 6.1 – Bem no capítulo do passe – falhou seis em 34 tentados e teve uma eficácia de 82% -, teve ainda quatro recuperações de posse e três desarmes. Uma das exibições mais seguras do francês desde que ingressou nos “leões” no Verão.
- Doumbia 5.6 – Esteve 83 minutos na partida. E acabou por brilhar com a assistência que fez para o segundo golo leonino, apontado por Bruno Fernandes. No passe esta quinta-feira apresentou números quase perfeitos 96%: em 48 tentativas, falhou apenas duas. Ainda arriscou, mas o remate saiu desenquadrado. Realce, ainda, para oito recuperações de posse.
- Eduardo 4.5 – Foi o elemento com a pior pontuação na partida. Teve duas recuperações de posse, mas perdeu a mesma noutras oito situações, e não foi brilhante com a bola nos pés – três maus controlos.
Resumo
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