RB Leipzig 2-2 SL Benfica | Águia sem asas para a Champions

Adeus milhões. O Benfica empatou a dois golos no reduto do RB Leipzig e despediu-se, de forma inglória, da Liga dos Campeões.

Os campeões nacionais estiveram a vencer por 2-0, graças aos golos de Pizzi e de Carlos Vinícius, mas não conseguiram conter o poderio alemão e, já em período de descontos, consentiram dois golos, ambos apontados por Forsberg. Com este empate, o primeiro na prova na Alemanha (dez derrotas até então), a equipa de Bruno Lage perde a hipótese de seguir em frente na Champions, embora possa ainda lutar pelo passagem à Liga Europa.

O jogo explicado em números

  • No onze inicial dos “encarnados”, a novidade foi a inclusão de Adel Taarabt na vaga habitualmente preenchida por Florentino Luís. Logo aos 11 segundos, o primeiro fogacho do Benfica, com um remate fraco de Cervi. Instantes depois, Chiquinho atirou muito ao lado. Dois remates nos primeiros dois minutos de jogo. Nesta fase, 45,2% das investidas ofensivas eram perfeitas no flanco direito, onde caiam André Almeida, Pizzi e Chiquinho.
  • Porém, paulatinamente, os “anfitriões” conseguiram encontrar antídotos para fazer face entrada agressiva das “águias” no terreno de jogo. Aos sete minutos, Emil Forsberg ficou a centímetros de inaugurar o marcador, num lance que nasceu numa perda de bola de Gabriel. Pouco depois, Timo Werner, em excelente posição, voltou a assustar.
  • Ao terceiro remate – e no primeiro enquadrado -, Pizzi marcou, após assistência de Taarabt, num lance em que bola passou, ainda, pelos pés de Grimaldo e Vinícius. Foi o 14.º golo, em 19 partidas, do internacional português esta temporada.
  • Aos 23’, Nkunku viu Vlachodimos negar-lhe o golo.  O “guardião” voltou a brilhar, recusando o empate a Forsberg. Os alemães ainda marcaram, num lance em que Sabitzer foi “apanhado” em posição irregular. O Leipzig tinha mais posse de bola – 68% vs 32% -, mais remates enquadrados (quatro contra um), mas os campeões nacionais iam conseguindo aguentar a forte pressão “germânica”.
  • O primeiro canto do Benfica surgiu a apenas cinco minutos do intervalo, após Ampadu ter travado um remate de Chiquinho. Pizzi viu a quina do poste esquerdo negar-lhe o bis em cima do intervalo. Foi o sexto tiro da formação da “Luz” no encontro, já o assinou cinco remates enquadrados à baliza do Benfica.
  • Intervalo Ao intervalo, as águias venciam, numa exibição personalizada e solidária, onde demonstraram organização e souberam conter como conseguiam o forte arsenal ofensivo do Leipzig, que mesmo assim “cheirou” o golo em diversas ocasiões. No actual formato “Champions”, em 24 jogos, o emblema “encarnado” nunca perdeu um jogo em que vencia ao intervalo. Nos primeiros 45 minutos de jogo, Vlachodimos brilhou, com cinco intervenções, três das quais em remates contrários dentro da área dos “lisboetas”. O guarda-redes chegou ao descanso com um GoalPoint Rating de 6.9.
  • Os alemães regressaram dispostos a a “assaltar o último reduto contrário – com 68% da posse de bola e mais iniciativas atacantes -, mas o Benfica foi letal e ampliou a vantagem à passagem do minuto 59. Lukas Klostermann, que passou a actuar na zona central após a entrada de Mukiele para a vaga de Ampadu, escorregou quando não deveria e Vinícius, com uma cavalgada imponente, não tremeu, marcando o seu nono golo na temporada e o primeiro nesta edição da prova. O conjunto orientado por Bruno Lage marcou nos dois únicos remates enquadrados que fez.
  • No lance do segundo “tento” dos campeões lusos, Carlos Vinícius, de forma involuntária, atingiu Gulacsi, que teve de ser substituído por Mvogo.
  • Rúben Dias travou o golo a Timo Werner aos 66’. Pouco depois, foi Ferro a “dar o corpo”, cortando o remate de Forsberg. Observava-se uma espécie de pressão final do Leipzig, que aos 79 minutos tinha 16 remates efectuados – seis enquadrados – contra sete do Benfica – com dois tiros com a direcção da baliza, que resultaram em golo.
  • A sete minutos dos 90’, Raúl de Tomás, na primeira vez que tocou na bola depois de substituir Carlos Vinícius, ia fazendo um golo de antologia antes do meio-campo, valeram aos “donos da casa” os reflexos de Mvogo.
  • Aos 89 minutos, Rúben Dias fez falta sobre Schick. Grande penalidade assinalada a favor dos alemães. No frente a frente com Vlachodimos, Forsberg não tremeu e reduziu a desvantagem. Ao 20.º remate, o 13.º na etapa final, o Red Bull conseguia marcar. Já em período de compensação, e numa fase em que os “germânicos” asfixiavam a “águia”, Forsberg, solto de marcação no coração da área, cabeceou e empatou a partida. 

O melhor em campo GoalPoint

Na Alemanha foi um sueco o “carrasco” do Benfica. Emil Forsberg tentou durante todo o jogo, somando oito remates, mas teve de esperar pelos 90 e 96 para assinar o bis que deu corpo à melhor exibição da noite, e uma que afastou em definitivo a “água” dos milhões.

Já no Benfica o melhor foi o guardião do último reduto defensivo. Oito intervenções – quatro realizadas já dentro da área -, e muita segurança em todas as acções em que foi chamado a intervir. Em solo germânico, Vlachodimos foi quem mais brilhou e foi, como conseguiu, adiando o golo do RB Leipzig. Nos dois golos que sofreu, não teve culpas e terminou o encontro como o melhor elemento do Benfica no terreno de jogo, com um GoalPoint Rating de 8.3

Jogadores em foco

  • Upamecano 7.5 – Enorme exibição do jovem francês, que foi eficaz a defender e agigantou-se nas investidas ofensivas: dois remates, um expect goals (xG. 0.1), 85% no que diz respeito à eficácia de passe – 19 falhados em 126 tentativas -, dos 18 passes longos tentados, acertou 12, sete desarmes e 100% eficaz nas duas tentativas de drible que arriscou.
  • Pizzi 6.9 – Foi o jogador mais rematador do Benfica, com três acções neste capítulo, inaugurou o marcador, conseguiu ajudar André Almeida nas missões defensivas, onde se destacou com dois desarmes e um alívio.
  • Nkunku 6.9 – Nem sempre foi feliz, mas nunca desistiu. Os dois remates que realizou, foram enquadrados e defendidos por Vlachodimos. Criou cinco ocasiões flagrantes que poderiam ter resultado em golo e teve uma eficácia de passe de 90%.
  • Carlos Vinícius 5.5 – Letal no remate, e foi certamente por isso que foi contratado. O brasileiro marcou no único remate que fez nos 75 minutos em que jogou e falhou apenas um dos nove passes realizados.
  • Rúben Dias 4.2 – Aos 89 minutos, “manchou” uma exibição que até então estava a ser segura, após ter travado Schick, em falta, num lance que terminou no primeiro golo do RB Leipizig. Aliás, foi a única falta que fez no duelo de hoje. De realçar, ainda, que dos seis passes longos tentados, apenas acertou um.

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