O FC Porto não se deixou atrasar na luta pelo título. No Estádio do Dragão, os comandados de Sérgio Conceição estiveram longe de rubricar uma exibição de qualidade.
Mas os azuis e brancos foram competentes onde e quando deviam ser, anulando o ataque do Paços de Ferreira e marcando dois golos, um em cada parte, selando um triunfo por 2-0 que acaba por ser merecido, dada a superioridade ao longo de toda a partida.
Mamadou Loum e Zé Luís fizeram os golos do Porto, que vai no 11º jogo sem perder no campeonato e continua a registar só vitórias (6) em casa, sem sofrer qualquer golo.
O jogo explicado em números
- Início de jogo sonolento. Não nos ocorreu melhor adjectivação para descrever os primeiros 15 minutos da partida. Porto com mais bola (63%), mas nenhum remate, Paços a tentar ser atrevido e a registar um disparo, enquadrado. Mas o golo não demoraria.
- Aos 18 minutos, no primeiro remate do “dragão”, o 1-0, da autoria de Mamadou Loum, que fez assim o seu primeiro golo pelos “azuis-e-brancos”. Um tento que surgiu na sequência de um pontapé de canto batido da direita pelo inevitável Alex Telles, com o senegalês a saltar mais alto que todos para cabecear com êxito.
- O golo não conseguiu animar o encontro. As duas equipas continuaram a apresentar futebol lento, previsível, algo atabalhoado e tecnicamente pouco apelativo e até à meia-hora registou-se apenas mais um remate, novamente enquadrado, para o Paços, obrigando Marchesín a excelente intervenção.
- Nesta fase o melhor em campo era Loum, com um rating de 6.3, não só pelo golo que apontou, mas também por ter ganho todos os duelos aéreos em que participou, quatro deles defensivos.
- Moussa Marega acertou no poste aos 35 minutos, através de um remate cruzado do lado direito da grande área pacense, e logo a seguir, Vincent Aboubakar, herói portista no último jogo da Liga Europa, frente ao Young Boys, saiu lesionado, entrando Zé Luís. Mais um momento azarado do camaronês.
- Noite fria no Dragão e não falamos apenas das condições climatéricas. O futebol apresentado pelas duas equipas foi cinzento, pouco criativo e lento, tecnicamente longe de brilhante, como se os dois conjuntos estivessem já à espera das férias de Natal.
- A vantagem do Porto ao intervalo caiu do céu – ou pelo menos veio pelos ares, num cabeceamento de Loum.
- Três remates para cada lado, dois enquadrados e expected goals (xG) dignos de um jogo a terminar em nulo.
- O melhor em campo nesta altura era mesmo o médio-defensivo Loum, pelo golo que marcou, pelos quatro duelos aéreos defensivos que ganhou (100%) e pelos três bloqueios de passe, que lhe garantiam um GoalPoint Rating de 6.7.
- Nada mudou nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. Mais Porto, com 62% de posse, o único remate deste o intervalo, embora sem a melhor direcção, e com destaque positivo para a qualidade no passe, pois os homens da casa registavam 88% de eficácia nas entregas.
- À passagem dos 70, o Paços já havia equilibrado as operações em termos de posse de bola na segunda parte, mas não conseguia criar perigo e começava a dar espaços na retaguarda, ainda assim desaproveitados pelos homens da casa.
- Os dois passes para finalização e seis dribles eficazes (quatro no último terço) em sete tentativas por parte de Otávio eram uma luz ténue sobre o jogo, pelo que o brasileiro registava o segundo melhor rating da partida por esta altura, um 6.5. Até que o melhor momento do jogo acabaria por surgir aos 76 minutos, no lance do 2-0.
- Magnífica assistência de Alex Telles da esquerda, Zé Luís parou com o peito em movimento e, de costas para a baliza, arrancou um espectacular remate acrobático que só parou no fundo da baliza pacense. Ao sexto remate do “dragão” na segunda parte, terceiro enquadrado, a equipa sossegava os seus adeptos.
- O jogo estava decidido, pelo que o Porto teve apenas de controlar os acontecimentos até final, tendo estado perto do terceiro em período de descontos, quando Sérgio Oliveira atirou ao poste.
O melhor em campo GoalPoint
Que bela surpresa a exibição do jovem senegalês de 22 anos. Aposta forte de Sérgio Conceição nos últimos jogos, Mamadou Loum adaptou-se na perfeição às características do jogo, mais de luta do que de brilhantismo técnico.
O médio-defensivo fez um pouco de tudo, de uma ponta à outra do campo. Abriu o activo aos 18 minutos, num belo golpe de cabeça, registou quatro remates (máximo do jogo), dois enquadrados, completou três de quatro tentativas de drible, recuperou oito vezes a posse de bola e esteve perfeito nos duelos aéreos, tendo ganho os quatro defensivos em que participou (todos na primeira parte).
Foi, com justiça, o MVP da partida, com um excelente GoalPoint Rating de 8.6.
Jogadores em foco
- Otávio 7.1 – O brasileiro saiu perto dos dez minutos finais da partida, mas já tinha deixado a sua marca de qualidade. Otávio não marcou ou assistiu, mas fez dois passes para finalização, completou sete de oito tentativas de drible (cinco no último terço), recuperou nove vezes a posse de bola e fez inusuais seis bloqueios de passe.
- Zé Luís 0.0 – Que grande golo do avançado cabo-verdiano. Entrado para o lugar do azarado Aboubakar, o ponta-de-lança demorou a entrar no jogo, mas quando o conseguiu, fê-lo de forma triunfante, com um golo após pontapé acrobático. Para além do tento que apontou, teve também sucesso nas quatro tentativas de drible e ganhou quatro de seis duelos aéreos ofensivos.
- Agustín Marchesín 6.7 – Vamos falar dos dois guarda-redes. Começamos pelo do Porto, que foi o primeiro a brilhar, na primeira parte, com algumas intervenções importantes. Terminou o jogo com quatro defesas, duas a remates na sua grande área.
- Ricardo Ribeiro 6.5 – Exactamente os mesmos números conseguiu o guardião pacense, o melhor da sua equipa esta segunda-feira, acrescentando à folha de registo duas defesas a remates que se encaminhavam para os ângulos superiores da baliza.
- Alex Telles 5.9 – Se há golo do Porto, a primeira ideia é a de que o passe saiu dos pés do lateral brasileiro. E mais uma vez assim foi. Telles bateu o canto para o 1-0 e fez, depois, um soberbo passe para o não menos espectacular golo de Zé Luís. Um perigo à solta.
- Pepe 6.1 – O Paços não deixou de atacar e rematar, colocando muitos elementos na frente sempre que conseguia transições ofensivas até ao último terço. Nessa altura, Pepe foi muito importante, tendo ganho cinco dos seis duelos aéreos defensivos em que participou. No passe esteve quase perfeito, tendo errado somente quatro de 67 entregas.
Resumo
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