O coletivo de juízes que está a julgar o processo do ataque à academia de Alcochete, no Tribunal de Monsanto, decidiu, esta sexta-feira, que os jogadores do Sporting testemunhem por videoconferência.
O Sporting, na qualidade de assistente do processo da invasão à academia de Alcochete, tinha pedido que oito dos futebolistas que ainda se mantêm no atual plantel fossem inquiridos através de videoconferência, invocando razões de ordem psicológica.
Miguel Moutinho, advogado do Sporting, apresentou um requerimento para que as inquirições aos oito jogadores, que começam a testemunhar na segunda-feira, fossem feitas por videoconferência, para “os proteger das pressões da sala de audiências, onde se encontram os arguidos”.
Em alternativa, o advogado propôs que Wendel, Mathieu, Acuña, Battaglia, Luís Maximiano, Coates, Ristovski e Bruno Fernandes, prestassem declarações presencialmente no Tribunal de Monsanto, mas sem a presença dos arguidos, para evitar constrangimentos.
O coletivo de juízes, presidido por Sílvia Pires, acedeu ao pedido do advogado do Sporting e os jogadores vão então prestar declarações por videoconferência.
Na segunda-feira são ouvidos os três primeiros atletas por videoconferência: de manhã, o guarda-redes Luís Maximiano, e de tarde, Wendel e Mathieu.
Os futebolistas encontravam-se na academia do clube, em Alcochete, em 15 de maio de 2018, quando a equipa do Sporting foi atacada por elementos do grupo organizado de adeptos da claque Juventude Leonina, que agrediram técnicos, jogadores e outros funcionários do clube.
O processo, que está a ser julgado no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, tem 44 arguidos, acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Bruno de Carvalho, à data presidente do clube, Mustafá, líder da Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Os três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida agravado e Mustafá também por um crime de tráfico de estupefacientes.
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