O Sporting regressou às vitórias na Liga NOS, embora não sem sentir algumas dificuldades, em especial no ataque.
Os “leões” bateram o Moreirense por 1-0, numa partida em que remataram muito (28, máximo na Liga até ao momento), mas a maior parte das vezes de fora da área (16), devido à forma fechada de actuar dos cónegos. Luiz Phellype decidiu a partida, poucos minutos depois de entrar em campo, terminando o Moreirense com menos um jogador, mas a tentar o empate ainda assim. No final, porém, os números mostram a superioridade dos homens de Alvalade.
O jogo explicado em números
- O Sporting assumiu de imediato o comando das operações em Alvalade e até marcou cedo, precisamente em cima do minuto 11, por Yannick Bolasie, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo, por indicação do VAR. Seja como for, o sinal estava dado.
- A superioridade leonina no primeiro quarto-de-hora foi total. Para além de 76% de posse de bola e 90% de eficácia de passe, a equipa da casa registava os dois únicos remates, embora desenquadrados. O problema era entrar na área contrária, sendo que não passavam das duas acções com bola na área cónega, apenas mais uma do que os visitantes haviam conseguido do outro lado.
- O Moreirense tentava responder no contra-ataque e, aos 22 minutos, Luther Singh esteve muito perto de marcar mas, isolado, permitiu que Luís Maximiano desviasse a trajectória da bola para fora. No lance, Luís Neto lesionou-se num choque com Maximiano e teve de dar o seu lugar a Sebastián Coates.
- O jogo foi perdendo intensidade até à meia-hora, altura em que os visitantes já haviam equilibrado um pouco as operações, chegando aos 34% de posse. Mas o Sporting continuava mais perigoso, com cinco remates, um enquadrado, e 49% dos seus lances de ataque canalizados pelo flanco direito.
- Luciano Vietto, com um rating de 5.9, era o jogador em maior destaque, em especial pelo passe para finalização registado e pelas duas faltas sofridas, uma delas em zona de perigo. A sua mobilidade estava a ser um problema para os cónegos.
- Primeira parte de domínio leonino, muitos lances de ataque, expressos em 16 remates, mas expected goals (xG) de somente 1,0 para os “leões”, muito por culpa dos nove disparos realizados de fora da área, máximo de 2019/20 numa primeira metade. O desperdício do Sporting era mesmo a razão única para o nulo ao intervalo, numa etapa inicial em que os cónegos apenas ameaçaram em alguns lances de contra-ataque. O melhor nesta altura era Bruno Fernandes, com um GoalPoint Rating de 6.8, ele que também desperdiçou muitos lances, mas chegou ao descanso com seis remates (nenhum enquadrado), cinco deles de fora da área, quatro passes para finalização e dois dribles eficazes.
- Logo no reatamento, aos 49 minutos, Mathieu atirou ao poste na conversão de um livre directo. O Sporting regressou dos balneários com o mesmo ímpeto e domínio, mas com a mesma ineficácia ofensiva. Chegada a hora de jogo, o “leão” tinha 67% de posse e quatro remates, só um enquadrado, e registava menos qualidade no passe (78%).
- Perante as dificuldades a entrar na área, Silas lançou Luiz Phellype para o lugar de Jesé, e essa alteração teve efeito quase imediato. Aos 70 minutos, Mathieu arrancou um cruzamento atrasado e o ponta-de-lança-brasileiro cabeceou muito colocado para o 1-0. Ao sétimo remate no segundo tempo, terceiro enquadrado, finalmente o golo que o Sporting tanto procurava.
- Por esta altura, dois jogadores leoninos continuavam a dar nas vistas, Vietto com um rating de 7.0 e Bruno Fernandes com 7.3. O argentino ameaçava o português no domínio dos remates, chegando já aos cinco, todos de fora da área, só um com enquadramento.
- Aos 74 minutos, a tarefa do Moreirense tornou-se mais complicada com o seguindo amarelo mostrado ao central Iago. Ainda assim, os cónegos não deixaram de atacar e procurar o empate, mas os “leões” conseguiram controlar as investidas contrárias.
O melhor em campo GoalPoint
Mais um jogo em que Bruno Fernandes mostrou estar uns furos acima de todos os outros intervenientes em campo. Não marcou, não assistiu, mas os números finais do desempenho do médio leonino não deixam dúvidas da sua qualidade em quase todos os momentos. O GoalPoint Rating de 8.3 reflecte, entre outros detalhes, a sua interveniência nos principais lances ofensivos leoninos. Foram nada menos que 15 as situações de finalização em que Bruno Fernandes teve interveniência, na soma dos remates (7) com os passes para finalização (8). E ainda somou o máximo de acções com bola (102) e completou três de cinco tentativas de drible.
Jogadores em foco
- Mateus Pasinato 7.4 – A pouca inspiração ofensiva do Sporting foi patente, mas quando os atacantes leoninos acertavam, tinham pelo caminho o guarda-redes do Moreirense. Pasinato registou o segundo melhor rating, fruto de oito defesas, cinco delas a remates na sua grande área, evitando um deles de entrar ao ângulo superior.
- Luciano Vietto 6.8 – A sua mobilidade foi o principal ponto de transtorno para a defesa cónega que, ainda assim, foi evitando que o argentino marcasse. Não por falta de tentativas deste, que foi o segundo mais rematador do jogo, com cinco disparos, todos de fora da área. E ainda fez dois passes para finalização e completou duas de três tentativas de drible.
- Luiz Phellype 6.8 – Jesé saiu com “cara de poucos amigos” para a entrada do avançado brasileiro e não demorou muito até que a substituição se mostrasse acertada. O ponta-de-lança ameaçou logo com um remate e, ao segundo, marcou de cabeça, num tento de belo efeito. No final somou quatro remates, três enquadrados.
- Sebastián Coates 6.7 – O uruguaio começou no banco mas entrou ainda na primeira parte devido a lesão de Luís Neto. E a sua entrada foi muito positiva. O central terminou com dois passes para finalização, dois desarmes, quatro alívios e três bloqueios de remate.
- Mathieu 6.6 – O francês sentiu algumas dificuldades perante a velocidade dos avançados contrários, mas acabou por resolver as questões com maior ou menor dificuldade, registando três desarmes e quatro duelos aéreos defensivos ganhos em cinco. Ofensivamente fez três remates, um deles ao poste, e a assistência para o único golo do encontro.
- Wendel 6.4 – O brasileiro teve o condão de travar um pouco o jogo leonino nas transições ofensivas, complicando o fácil, mas apresentou números interessantes, nomeadamente 89% de eficácia nas entregas, dois passes para finalização e dois dribles eficazes.
Resumo
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