Porto 3-2 Feyenord | Dragão treme mas vence grupo

Foi chegar, ver, marcar, sofrer e, no final, festejar. Num duelo impróprio para cardíacos, o FC Porto venceu esta quinta-feira o Feyenoord por 3-2 e carimbou, pela quinta vez no seu historial, acesso à próxima fase da Liga Europa, os 16 avos-de-final.

Com este desfecho e graças ao empate entre Glasgow Rangers e Young Boys (1-1), os comandados de Sérgio Conceição ficaram no primeiro posto do Grupo G com dez pontos amealhados.

Luis Díaz inaugurou o marcador, e Malacia, na própria baliza, dilatou a vantagem portista. Num ápice, os holandeses empataram e Tiquinho Soares fechou as contas ainda na primeira metade.

O jogo explicado em números

  • O FC Porto defrontou o Feyenoord sabendo que apenas alcançaria os 16 avos-de-final da Liga Europa em caso de vitória ou de empate, desde que o Young Boys empatasse ou perdesse com o Rangers, na Escócia.
  • No tudo ou nada, Sérgio Conceição procedeu a três alterações relativamente ao “onze” que empatou no passado domingo frente ao Belenenses, no Jamor. Saíram Manafá, Loum e Zé Luís, entraram Uribe, Luis Díaz e Soares, respectivamente. Corona recuou para o lado direito da defesa.
  • Ao minuto seis, Luis Díaz não pensou duas vezes, rematou com perigo e não fosse o voo de Marsman, os “dragões” teriam inaugurado o marcador na primeira tentativa, leia-se tiro enquadrado, que tiveram de visar o reduto contrário. Quatro minutos volvidos, Marchesín brilhou e deteve a bomba lançada por Berghuis, na sequência de um livre directo à entrada da área dos anfitriões.
  • Num arranque de duelo a todo o gás, Luis Díaz voltou a puxar dos galões e, ao segundo remate, abriu a contagem, dando a melhor sequência à assistência de Alex Telles. Foi o segundo golo do colombiano na prova em seis partidas.
  • Segundos depois, Tiquinho Soares foi galgando metros já no interior da área holandesa, cruzou e Tyrell Malacia, num momento de infelicidade, marcou na própria baliza e ampliou a vantagem “azul-e-branca”. Das três tentativas de remate, o FC Porto acertou em cheio em duas. 
  • Porém, a chuva de golos prosseguiu. Aos 20 minutos, no segundo remate enquadrado, o Feyenoord reduziu a desvantagem graças a um cabeceamento certeiro de Eric Botteghin, que apareceu ao segundo poste sem marcação. Três golos nos primeiros 20 minutos do jogo…
  • E o espectáculo prosseguiu. No espaço de 120 segundos, o emblema de Roterdão chegou ao empate: Malacia centrou com as coordenadas certas e Sam Larsson desviou e deixou tudo empatado no palco do Dragão, com quatro golos em apenas oito minutos.
  • Num contra-ataque gizado por Marega e finalizado por Tiquinho Soares, o público do Dragão voltou a gritar golo. Em seis tentativas, quatro dos remates do emblema da Invicta foram em direcção da baliza de Marsman, que voltou a não ficar bem na fotografia. Foi o terceiro golo do camisola 29 do FC Porto na competição.
  • Aos 39 minutos, o FC Porto tinha 61% da posse de bola e uma eficácia de passe de 89%, num total de 245 entregas. Com três remates, um golo, 21 acções com bola, sete passes feitos com êxito e uma falta sofrida, Tiquinho Soares era um nome em foco no frenético duelo desta quinta-feira.
  • Primeira parte de loucos com cinco golos, alternâncias no marcador e vantagem do “dragão”, que assinou nove remates – cinco levaram a direcção da baliza holandesa -, teve dois cantos, levou a melhor em 58% dos duelos e teve uma posse de bola de 59%.
  • Na primeira metade, o melhor elemento dentro das quatro linhas foi Luis Díaz com GoalPoint Rating de 7.0, com dois remates enquadrados, um golo, 30 acções com bola, três faltas sofridas e uma eficácia de passe de 82% – em 17 acertou 14.
  • No período pós-descanso, a equipa portuguesa conseguiu colocar gelo no encontro e estancou a “hemorragia” de ataques holandeses, controlando a partida de forma mais eficaz e segura – 67% da posse de bola. Abdicando do 4x4x2, Sérgio Conceição apostou no 4x2x3x1, com Marega no lado direito, Luis Díaz no flanco oposto e Otávio no apoio a Tiquinho Soares. Foi assim que, numa diagonal, Díaz ficou a escassos centímetros de ampliar a vantagem do FC Porto aos 51 minutos.
  • A 20 do apito final, numa jogada às três tabelas, Corona por muito pouco não apontou um autogolo – a bola embateu Toornstra, depois no poste direito e foi ter às mãos de Marchesín, que respirou de alívio, assim como os 28.507 espectadores que se deslocaram ao Estádio do Dragão.
  • Marchesín voltou a dizer presente ao negar o 3-3, após defender um remate de Narsingh, na primeira vez que o extremo tocou na bola. Nesta fase, o Feyenoord tinha cinco tiros à baliza contra apenas um do FC Porto.
  • Com os forasteiros numa busca incessante pelo empate – seis cruzamentos e sete remates, contra apenas um disparo, desenquadrado, e cinco centros dos donos da casa -, Sérgio Conceição não pensou duas vezes, retirou o avançado Marega e colocou em cena o defesa Mbemba para segurar a magra mas preciosa vantagem no marcador.
  • Apesar dos sustos finais, o FC Porto conseguiu suster o “forcing” final adversário e assegurou uma importante vitória. Com o resultado desta noite, em oito duelos frente a emblemas holandeses, os “dragões” contabilizam sete triunfos e um empate.

O melhor em campo GoalPoint

O Feyenoord sofreu, perdeu o jogo, deixou escapar o sonho de atingir a próxima etapa da competição, mas viu o brasileiro Botteghin brilhar no centro da defesa e ser considerado o melhor jogador em campo com GoalPoint Rating de 7.2 , que se reflecte no golo que marcou – expected goals (xG) de 0,6 -, uma eficácia de passe de 90% – 50 passes, 45 certos -, seis passes longos acertados – em dez tentativas -, 72 acções com a bola, quatro desarmes, sete recuperações, quatro duelos aéreos ganhos – em cinco tentativas -, quatro intercepções e sete alívios.

Jogadores em foco

  • Luis Díaz 6.9 – De regresso às escolhas iniciais, o extremo colombiano justificou a aposta de Sérgio Conceição e brilhou durante os 70 minutos que esteve em jogo. Abriu a contagem, rematou sempre com perigo nas três vezes em que arriscou, foi 100% eficaz nas duas tentativas de remate e sofreu quatro faltas.
  • Alex Telles 6.5 – Aos 14 minutos decidiu subir no terreno e ofereceu o golo a Luis Díaz. Voltou a exibir-se a um excelente nível e, além da assistência, teve uma eficácia de 80%, 72 acções com a bola, quatro desarmes e um alívio.
  • Tiquinho Soares 6.4 – Outra novidade no “onze”, o avançado foi uma constante dor de cabeça para a defensiva holandesa: quatro remates, um golo – expected goals (xG) de 1,9 -, um tiro ao poste, 12 passes certos em 17 tentativas, 39 acções com a bola e dois dribles eficazes em três.
  • Pepe 6.3 – Dois remates, dois passes mal medidos em 61 tentativas (97%), eficácia de 100% nos seis passes longos que fez, quatro intercepções e três alívios foram os números do experiente defesa-central.
  • Uribe 6.0 – Voltou a merecer a confiança do treinador do FC Porto, não se destacou em lances ofensivos, nenhuma tentativa de remate registada, mas foi esforçado, teve 83 acções com a bola e nove recuperações.
  • Marsman 3.8 – Demonstrou porque razão é a terceira opção para a baliza. Nos três golos do FC Porto, teve culpas em dois. Quase sempre inseguro, acabou o encontro com três intervenções.

Resumo

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