O movimento Dar Futuro ao Sporting, encabeçado pelos sócios António Delgado e Carlos Mourinha, invocou um conjunto de violações dos estatutos para fundamentar o pedido de destituição por justa causa.
Num documento apresentado, esta terça-feira, ao presidente da mesa da Assembleia-Geral (AG) do Sporting, Rogério Alves, o movimento apontou um conjunto de violações da atual direção sportinguista, liderada pelo presidente Frederico Varandas, que consideram servir de fundamento para a realização de uma AG de destituição.
Entre as violações dos estatutos apresentadas estão a quebra do protocolo com os grupos organizados de adeptos (GOA) e o “aumento propositado” do som das colunas, “para censurar a crítica“, bem como algumas medidas apresentadas no programa eleitoral, que entendem não terem sido cumpridas.
O movimento entende que as contratações do futebol foram “tudo menos criteriosas”, sem contacto com o treinador, “tudo menos suportadas com critérios de valorização”, com três ativos contratados no último dia do mercado, por empréstimo, sem opção de compra, e “tudo menos com base na rentabilidade desportiva”, com um deles (Fernando) ainda lesionado e os restantes (Jesé e Bolasie) a serem “apostas intermitentes”.
Noutras propostas eleitorais, o movimento considera o objetivo dos 200 mil sócios “claramente falhado”, justificando que existe “menos militância, menos gente nos estádios, menos venda de Gamebox’s e uma quebra no número de sócios pagantes significativa, bem como a proposta de nova Emissão Obrigacionista (EO) de 30 milhões de euros”.
O movimento justifica ainda que todos os atos praticados na gestão desportiva, o facto de não se ter atingido o valor mínimo exigido para a EO e a publicação de dados da auditoria à Sporting SAD “são danos causados pela administração da Sporting SAD”, alegando também falta de transparência do clube na realização dos negócios com o fundo de investimento Apolo e com a NOS, bem como na EO e no processo de reestruturação financeira.
À saída da reunião com Rogério Alves, António Delgado anunciou que chegaram a acordo para, no prazo de 15 dias úteis, “darem ‘feedback’ sobre a validação da documentação que foi entregue”, bem como a informação do valor monetário da AG, nos quais terão outros 15 dias úteis “para depositar na conta do clube para a realização da mesma”.
“Vamos para a frente com o nosso caminho. A AG vai ser uma realidade e as pessoas vão ter de aceitar isso. Com a força dos sócios, vamos conseguir esse valor num prazo aceitável”, disse.
Delgado falou ainda das violações realizadas pela direção leonina, que considera constituírem “justa causa para a revogação do seu mandato”, acreditando que esta “é deliberada, em assembleia-geral comum, pelos sócios, e não pela mesa da AG”.
Questionado sobre uma possível ligação do movimento às claques leoninas ou a algum antigo candidato à presidência ou ex-presidente, o sócio leonino foi perentório ao afirmar a independência do movimento.
“Somos totalmente distintos. Não temos relações com qualquer claque, no sentido de ter apoio delas. As claques, se forem sócios do Sporting e quiserem aceitar o nosso movimento, não podemos negar”, afirmou, concluindo: “Não há nenhum candidato, nenhum antigo presidente por detrás do movimento. É totalmente independente e nós só queremos primar pela independência do movimento até ao fim”.
O movimento, que precisava de mil assinaturas válidas para cumprir com um dos requisitos para a realização de uma AG, entregou cerca de três mil assinaturas ao presidente da Mesa da Assembleia-Geral, que terá agora 15 dias úteis para analisar a validade de toda a documentação.
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