O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Mário Figueiredo, anunciou esta segunda-feira a recandidatura ao cargo, escusando-se a revelar os apoios e centrando o seu discurso nas receitas televisivas.
“O meu apoio é este projeto. Dos pequenos e dos médios clubes. De uma Liga independente e autónoma”, sintetizou, centrando as suas promessas numa redistribuição “mais justa e equilibrada” das receitas televisivas, “sem intermediários”.
Mário Figueiredo escusou-se a elencar os apoios: “Todos os clubes que ao longo dos últimos tempos defenderam os interesses assumidos por Mário Figueiredo – que são os seus – foram crucificados. Não quero crucificar os clubes que me apoiam”.
“Já tenho as assinaturas necessárias para apresentar na Liga. Não sou protocandidato, mas não vou dizer quem me apoia. As eleições são secretas”, disse.
O candidato começou por elencar exaustivamente o “feroz ataque” a que a Liga foi submetida, no seu mandato, para concluir que boa parte dos males do futebol português e a promoção de maior competitividade estão dependentes da “eliminação” do intermediário na negociação dos direitos televisivos: “está para breve a decisão da nossa queixa na autoridade da concorrência contra a situação de monopólio” da Olivedesportos.
“Nos últimos dois anos e meio, a Liga enfrentou o mais feroz ataque de que foi alvo na sua longa história. Enfrentou apenas no interesse do bem comum dos clubes de futebol profissional. Mexeu com poderosos interesses instalados. Os interesses que não estão habituados a ser incomodados, reagem violentamente em todas as frentes que controlam – e são muitas – quando alguém se atreve a encará-los”, acusou.
Mário Figueiredo aposta tudo nos direitos televisivos, garantindo que, à exceção dos três grandes, que mantêm os seus rendimentos, todos os outros clubes receberão sensivelmente “mais do dobro” dos montantes atuais.
“Já está preparado o modelo. Não falo de estimativas, mas de dados concretos e atuais que permitirão aumentar significativamente a competitividade”, vincou, revelando que “o rácio entre o primeiro e último classificado quanto às receitas da venda dos direitos televisivos é de um para nove e o objetivo é ajustá-lo para um para quatro”, explicou.
Mediante os parâmetros da época finda, e tendo em conta uma receita de 100 milhões de euros, o Benfica receberia cerca de 13 milhões de euros, o FC Porto 11,5, o Sporting 10, o Sporting de Braga 5,3 e o Vitória de Guimarães 5,2, sendo que o Arouca seria quem menos receberia, ainda assim 3,2 milhões de euros.
Nas estimativas da próxima época, e contando com os direitos da Benfica, Mário Figueiredo acredita que o encaixa poderia chegar aos 140 milhões de euros.
Nesses moldes, Benfica (17,186), FC Porto (15,183) e Sporting (13,016) veriam aumentadas as suas receitas, que seriam no mínimo de 3,909 milhões de euros para o recém-promovido Penafiel: contando com o “fundo de solidariedade”, os clubes da II Liga contariam com 622 mil euros cada.
Mário Figueiredo quer ainda “mudar radicalmente o setor da arbitragem”, defendendo o regresso ao “sorteio dos árbitros” e alterações no sistema de observadores, introduzindo uma “comissão de visionamento especial e dedicada seguindo critérios de avaliação objetivos e uniformes”.
Além de Mário Figueiredo, perfilam-se como candidatos os presidentes do Nacional, Rui Alves, e Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, além dos antigos presidentes das Câmaras Municipais de Sintra, Fernando Seara, e Castelo de Paiva, Paulo Teixeira.
/Lusa
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