O Sporting de Braga está na final da Allianz Cup. A formação minhota, anfitriã da “final four”, bateu o Sporting – ainda detentor do título – na primeira das meias-finais, por 2-1, num jogo bem disputado e quente, ao ponto de os “leões” terem terminado com nove jogadores.
Os minhotos começaram melhor, marcaram cedo, a formação leonina empatou e equilibrou as operações, mas uma boa reentrada dos “arsenalistas” após o descanso e a expulsão de Yannick Bolasie, aos 61 minutos, acabaram por precipitar o triunfo bracarense… que só foi alcançado em cima dos 90 minutos. Esta quarta-feira, o Braga fica a saber se será FC Porto ou Vitória de Guimarães o adversário na final de sábado.
O jogo explicado em números
- Desde o início o Braga mostrou-se mais acutilante no ataque e, logo aos oito minutos, chegou ao golo. Ricardo Horta, do lado direito, rematou cruzado de pé esquerdo, muito colocado, longe do alcance de Luís Maximiano. Dois remates dos minhotos, um golo.
- Só deu Braga no primeiro quarto-de-hora, com a formação “arsenalista” a chegar aos 62% de posse de bola, e não abrandando o ritmo, apesar de se encontrar em vantagem. Os “leões” não conseguiam sequer passar do seu meio-campo, não somando qualquer remate ou mesmo acção com bola na área contrária.
- Aos poucos o Sporting começou a soltar-se e a aproximar-se mais da área contrária e à meia-hora já tinha dois remates, um enquadrado, por Rafael Camacho, que obrigou Matheus a defesa apertada. A formação lisboeta conseguia já jogar com os diversos blocos mais subidos, tirando mais iniciativa aos minhotos.
- Nesta fase, João Novais dava nas vistas e liderava os ratings, com 6.5. O médio só havia falhado um de 13 passes e já somava seis recuperações de posse, para além de três bloqueios de passe. O melhor “leão” era Coates, com 5.9, com oito acções defensivas já nesta fase e muita segurança.
- O jogo tornou-se algo partido e a equipa que acabou por beneficiar desse facto foi o Sporting. À passagem do minuto 44, na rápida marcação de uma falta, Bruno Fernandes isolou o defesa-central Mathieu e este, com toda a calma, bateu Matheus e reestabeleceu a igualdade ao quinto remate leonino, segundo enquadrado.
- Primeira parte muito interessante na Pedreira, com o Braga a entrar bem melhor no jogo e a marcar cedo, por Ricardo Horta, e o Sporting a reagir e a equilibrar um pouco as operações, ao ponto de chegar ao empate por Mathieu em cima do descanso. O melhor em campo nesta fase era João Novais, com um GoalPoint Rating de 6.5, com uma demonstração de qualidade no passe (15 certos em 16), dois remates, um deles enquadrado, dois duelos aéreos ofensivos ganhos e muito trabalho defensivo, com destaque para oito recuperações de posse, dois desarmes e três bloqueios de passe. Mathieu, com um golo, era o melhor “leão”, com um rating de 6.1.
- No reatamento, o Braga voltou a reassumir as despesas ofensivas e, à hora de jogo, registava 63% de posse, cinco remates contra três e dois enquadrados. E a tarefa leonina, se já estava complicada com a superioridade bracarense, pior ficou aos 61 minutos, quando Bolasie viu vermelho directo por entrada sobre Nuno Sequeira. O congolês havia entrado ao intervalo para o lugar de Doumbia e não fez mais que quatro acções com bola, uma para expulsão.
- Com mais um jogador em campo, o Braga instalou-se no meio-campo leonino, chegando aos 64% de posse aos 70 minutos, 86% de eficácia de passe e dez remates desde o intervalo, mas só com com boa direcção, tantos quanto os “leões” em três tentativas.
- O Sporting praticamente prescindiu de atacar nos derradeiros minutos da partida, chegando aos 85 minutos somente com duas acções com bola na área do Braga. Contudo, defensivamente a formação leonina ia segurando as ofensivas contrárias, pelo que o final dos 90 minutos regulamentares se iam aproximando sem que ninguém desatasse o nó.
- E quando todos esperavam pelos penáltis, eis que Paulinho voltou a decidir. Em cima do minuto 90, Raúl Silva serviu o atacante com um passe de cabeça e este, também de cabeça e com Mathieu por perto, atirou para o fundo da baliza leonina, ao 15º remate no segundo tempo, quarto enquadrado. Até ao fim, realce apenas para o vermelho directo a Mathieu, por carga sobre Esgaio (bem como Eduardo, do Braga, e Borja, do Sporting, que estavam no banco).
O melhor em campo GoalPoint
Grande jogo de João Novais. Uma das novidades no “onze” de Rúben Amorim, perante a ausência de João Palhinha (está emprestado pelo Sporting), o médio fez um jogo de autêntico todo-o-terreno. Para além dos quatro remates que fez (todos de fora da área), dois enquadrados, Novais completou 93% dos passes que realizou, somou impressionantes dez recuperações de posse, três desarmes e três bloqueios de passe – terminando a partida com um GoalPoint Rating de 7.4.
Jogadores em foco
- Paulinho 6.7 – A marcar ao cair do pano contra o Aves, a fazer o golo da vitória minhota no Dragão, ou a facturar nos instantes finais contra o Sporting. Paulinho está numa grande forma e não pára de marcar. Nesta partida fez o tento decisivo no único disparo enquadrado que fez, realizou um passe para finalização e ganhou um duelo aéreo ofensivo em quatro.
- Raúl Silva 6.6 – Jogo tremendo do central bracarense, com influência no jogo defensivo, mas também ofensivo. Foi ele que subiu bem alto para fazer a assistência, de cabeça, para o golo de Paulinho, terminando o jogo com três passes para finalização, 13 passes progressivos eficazes e seis acções defensivas.
- Fransérgio 6.4 – Mais um belo jogo do médio bracarense, ele que já havia marcado no Dragão. Fransérgio fez três remates, uma assistência em três passes para finalização, nove passes longos certos em 11 e 12 progressivos eficazes.
- Sebastián Coates 6.1 – O melhor dos “leões” na Pedreira. Reduzido a dez elementos desde os 61 minutos, o Sporting teve de recuar e o uruguaio foi importante nesse momento, terminando com dois duelos aéreos defensivos ganhos em três e 16 acções defensivas, entre elas oito alívios e três intercepções.
- Bruno Fernandes 5.6 – O capitão leonino esteve longe do que já nos habituou, mas não deixou de ter momentos definidores da sua qualidade, como a assistência para o golo de Mathieu. Ao todo fez cinco passes para finalização, máximo do jogo, mas pouco mais de relevo.
- Marcos Acuña 5.4 – O argentino é um poço de força e de trabalho, terminando a partida com quatro desarmes, oito recuperações de posse e ainda três dribles eficazes em quatro tentativas.
Resumo
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