O FC Porto venceu o Vitória de Guimarães na Pedreira por 2-1 e é finalista da Taça da Liga portuguesa, marcando encontro com o Sporting de Braga (que venceu o Sporting na terça-feira) na final do próximo sábado.
Num jogo que demorou a “arrancar”, valeu pela emoção da segunda parte, na qual os vimaranenses marcaram de grande penalidade, mas deixaram-se empatar no minuto seguinte, permitindo a reviravolta a um quarto-de-hora do fim. Mas nos descontos ainda ficou tudo em suspenso, com um golo anulado aos vitorianos.
O jogo explicado em números
- O Porto assumiu desde cedo a posse de bola, um domínio expresso em 67% à passagem do primeiro quarto-de-hora. Contudo, sentia muitas dificuldades para criar lances de perigo e sequer aproximar-se da área contrária. Nesta fase não registava qualquer remate (aliás, nem o Vitória), nem sequer uma acção com bola dentro da área minhota.
- O padrão do jogo pouco mudou até à meia-hora, com as mesmas dificuldades do “dragão” em causar perigo e com um Vitória, a espaços, a conseguir entrar na área portista. Nesta fase o Porto somava já dois remates, um enquadrado, e contava com a velocidade de Luis Díaz e Moussa Marega para desequilibrar a defesa contrária.
- Contudo, era Lucas Evangelista, médio dos minhotos, o líder dos ratings aos 30 minutos, com 6.1. O brasileiro ia tentando comandar todo o futebol ofensivo vimaranense e registava dois dribles eficazes em três tentativas, bem como três desarmes. O melhor “azul-e-branco” era Iván Marcano, com 5.7.
- O jogo abriu e animou mais quando se aproximava o intervalo, com as duas formações a criarem mais perigo, em especial o Porto, que chegou aos três remates enquadrados em cinco – quatro disparos dentro da grande área -, mantendo-se os 66% de posse de bola.
- Primeira parte muito disputada na Pedreira, embora com poucas ocasiões de golo, e com domínio portista, em especial na posse de bola e remates, para além da qualidade no passe. Contudo, os minhotos conseguiram soltar-se por vezes e manter em sentido Diogo Costa, numa das novidades nos comandados de Sérgio Conceição. Perante estes números, não espanta que o melhor nesta fase fosse o guardião vimaranense, Douglas, com um GoalPoint Rating de 6.8. O brasileiro fez três defesas, todas a disparos na sua grande área, uma a um disparo ao ângulo superior.
- A segunda parte trouxe uma inversão de papéis. Nos primeiros 15 minutos, o Vitória teve 61% de posse de bola e três remates, contra somente um dos “dragões”, mas a pontaria continuava longe dos homens da “Cidade Berço”, sem que conseguissem enquadrar qualquer uma das tentativas. Só que o golo acabou por surgir.
- O árbitro assinalou falta de Soares sobre Léo Bonatini e, na conversão do castigo máximo, Tapsoba (65′) fez o 1-0 para os vimaranenses. Não esperou o Porto para responder e empatar, conseguindo-o aos 66 minutos através de um forte e colocado pontapé de Alex Telles. De um momento para o outro, o jogo ganhou uma intensidade inesperada e tudo podia acontecer.
- Aos 70 minutos o jogo estava partido e o golo podia acontecer em qualquer uma das balizas, apesar de o Vitória estar ainda por cima dos acontecimentos, juntando aos principais números uma superioridade também nos duelos individuais, vencendo 64% deles desde o descanso.
- E o nó desatou-se mesmo aos 75 minutos. Jesús Corona trabalhou bem na direita e cruzou, com Tiquinho Soares a surgir na área a encostar para o 2-1 a favor do Porto. Ao terceiro remate do “dragão” do segundo tempo, segundo enquadrado, segundo golo.
- Toda a gente esperava pelo apito final e pelo triunfo portista, mas no último minuto dos descontos, os homens de Guimarães marcaram. Centro da direita, Diogo Costa não segurou a bola num cruzamento e João Pedro foi lesto o suficiente para tirar a bola ao guardião e atirar para o fundo da baliza. Só que o lance acabou anulado, por falta do jogador do Vitória. Final de jogo de loucos.
O melhor em campo GoalPoint
Num jogo de luta e resiliência, Chancel Mbemba foi o MVP da partida, dono de uma excelente prestação que lhe valeu um GoalPoint Rating de 7.1. Para além da segurança no passe, com 90% de eficácia nas entregas, cinco longos certos em nove e nove passes progressivos certos, o congolês ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou e somou dez acções defensivas, com destaque para três desarmes. Fundamental nos derradeiros minutos, a salvar o Porto com duas intervenções decisivas.
Jogadores em foco
- Alex Telles 7.1 – O lateral ficou atrás de Mbemba por apenas duas centésimas. O brasileiro não se cansa de ser decisivo, tendo feito o golo do empate apenas um minuto após os vimaranenses inaugurarem o marcador, através de um excelente pontapé de fora da área. Telles completou as duas tentativas de drible e fez quatro recuperações de posse.
- Edmond Tapsoba 7.1 – Com menos uma centésima que Telles, o burquinense foi o melhor dos vimaranenses. Foi ele o autor do golo inaugural, de penálti, mas terminou com outros números interessantes, nomeadamente oito passes longos certos em 11, três duelos aéreos defensivos ganhos em cinco e seis alívios.
- Douglas Jesus 6.9 – O melhor do primeiro tempo, Douglas não conseguiu evitar dois golos do Porto, embora não tenha tido responsabilidades em qualquer um deles. O brasileiro terminou com quatro defesas, todas as remates na sua grande área, uma a disparo a um ângulo superior.
- Lucas Evangelista 6.8 – Belo jogo do médio brasileiro, em especial com bola. Para além de um passe para finalização, Evangelista teve sucesso em quatro de cinco tentativas de drible, ganhou os três duelos aéreos em que participou, registou sete recuperações de posse e quatro desarmes. Foi o jogador que mais faltas sofreu (7).
- Jesús Corona 6.3 – O mexicano não abranda. Desta feita a lateral-direito, esteve muito atento a defender, com sete acções defensivas, mas foi com bola que mais brilhou, registando a assistência para o golo de Soares, três dribles certos em seis tentativas, dois deles no último terço, e ainda venceu três de cinco duelos aéreos defensivos.
- Tiquinho Soares 4.9 – O brasileiro continua a marcar nas poucas oportunidades de que dispõe. Nesta partida esteve menos eficaz, com dois remates enquadrados em quatro tentativas e dois dribles completos, mas voltou a decidir.
Resumo
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