Ainda não foi esta quinta-feira que o Benfica regressou à senda dos bons resultados. Na visita a Kharkiv, casa emprestada do Shakhtar Donetsk, os campeões nacionais perderam por 2-1.
Os três golos nasceram todos na etapa final: Alan Patrick abriu a contagem, Pizzi empatou e Kovalenko, aproveitando um “brinde” de Rúben Dias, decretou o resultado final desta primeira mão dos 16- avos-de-final da Liga Europa. O “esquadrão” de Bruno Lage não vence há quatro partidas consecutivas, depois do desaire ante o FC Porto, do empate frente ao Famalicão e da derrota na recepção ao Braga, voltou a escorregar, mantendo, ainda assim, tudo em aberto para a segunda mão.
O jogo explicado em números
- Em relação ao duelo ante o SC Braga (0-1), Bruno Lage promoveu três alterações no “onze” das “águias”, saíram Weigl (castigado), Rafa Silva e Carlos Vinícius, ambos por opção, e entraram Florentino, Chiquinho e Seferovic, respectivamente.
- Mais iniciativa para a equipa de Luís Castro na fase inicial do encontro. Os ucranianos tinham mais posse de bola (54%) e remates, dois contra nenhum das “águias”, que apenas levavam vantagem no número de cantos – três para zero, todos nascidos em acções construídas no lado direito (62%).
- Aos 20 minutos o Shakhtar Donetsk ainda marcou, mas o lance acabou por ser anulado por fora-de-jogo de Marlos. Aviso sério dos anfitriões, que começavam a apertar o último reduto “encarnado”. Quatro minutos volvidos, Kovalenko tirou Ferro do caminho e valeu a intervenção de Vlachodimos para canto.
- À passagem da meia-hora de jogo os números consubstanciavam o domínio do Shakhtar, que sem forçar ia obrigando o Benfica – amorfo na pressão sempre que perdia a bola – a cometer alguns erros na primeira fase de construção. Dos cinco remates dos ucranianos, dois foram enquadrados. Já os “encarnados” tinham apenas um remate ao lado e 48% de posse de bola.
- No melhor lance da equipa, à beira do intervalo, Cervi e Grimaldo “cozinharam” tudo na perfeição e Pizzi, à entrada da área, rematou e a bola passou próxima do poste esquerdo da baliza defendida por Pyatov. Foi o segundo tiro dos lisboetas, que não enquadraram nenhum dos dois remates que fizeram na primeira metade.
- É certo que a equipa da casa teve mais acções ofensivas e conseguiu ter uma supremacia que durou cerca de dez minutos – entre os 20′ até aos 30′ -, período em que foi anulado um golo a Marlos por fora-de-jogo, no entanto o Benfica, com maior ou menos dificuldade, foi conseguindo aguentar o nulo. Nesta etapa, o melhor elemento no terreno de jogo era Kovalenko, com um GoalPoint Rating de 6.3. O médio ofensivo tinha no seu pecúlio dois remates, dois passes para finalização, dois passes falhados em 16 tentativas – eficácia de 88% – e 26 acções com a bola. Não obstante ter perdido a bola no golo anulado ao Shakhtar, Florentino tinha os números mais consistentes do lado “encarnado”.
- Logo a abrir as “hostilidades” na segunda parte, Júnior Moraes atirou na direcção do golo e Vlachodimos, sempre ele, foi gigante e travou o “míssil” do avançado. Isto em mais uma jogada em que faltou agressividade na pressão feita pelos elementos da zona central dos campeões nacionais. Aos 50′, Ismaily tirou Tomás Tavares com facilidade do caminho e atirou ao poste esquerdo. Ocasião importante dos ucranianos, que por centímetros não abriram a contagem. Na resposta, Grimaldo arriscou de fora da área e por muito pouco não foi feliz. Era a fase mais animada do encontro.
- Ao minuto 55, Marlos atirou e o guarda-redes das “águias” voltou a ser protagonista. O Shakhtar tanto ameaçou que acabou por marcar, não surpreendido ninguém. Face à passividade “encarnada”, Marlos fez a bola chegar aos pés de Alan Patrick, que com um remate rasteiro e colocado em zona central abriu a contagem, naquele que foi o décimo tiro dos comandados de Luís Castro no duelo.
- Quando Bruno Lage preparava as entradas de Rafa e Carlos Vinícius, Tomás Tavares recebeu o passe Taarabt, picou a bola sobre Pyatov, a bola acabou por chegar a Cervi, que “serviu” o jovem lateral-direito, que iria empatar a contenda. No entanto, o lance foi anulado e assinalada grande penalidade a punir falta de Kryvtsov sobre Cervi. Na conversão da marca dos 11 metros, aos 66 minutos, Pizzi não tremeu e empatou o marcador no segundo remate enquadrado do Benfica. Foi o 23º tento do camisola 21 esta temporada em 36 partidas.
- Em mais um erro defensivo, as “águias” foram punidas. Rúben Dias foi “macio” na abordagem a um lance, Taison passou a bola a Júnior Moraes que centrou e Kovalenko, sem oposição, atirou para o fundo das redes. Estava feito o 2-1 para o conjunto ucraniano.
- Grimaldo, a culminar um lance bem gizado, desferiu uma bomba que foi travada por Pyatov, decorria o minuto 79. Apesar de a equipa ter subido no terreno, o Shakhtar foi conseguindo suster as incursões contrárias e chegará a Lisboa com uma vantagem de um golo. Tudo ficará decidido dentro de uma semana no palco do Estádio da Luz.
O melhor em campo GoalPoint
Brilhou na primeira parte e manteve a bitola na etapa complementar. Kovalenko foi o jogador mais preponderante do jogo desta quinta-feira e “arrebatou” o prémio de melhor em campo com um GoalPoint Rating de 6.8. Sempre esclarecido e com a “mira” apontada à baliza adversária, o médio de 24 anos, além do golo decisivo que apontou, realizou dois remates, criou dois passes para finalização, acertou quatro passes progressivos, teve 55 acções com a bola e seis recuperações de posse.
Jogadores em foco
- Pizzi 6.7 – Marcou o golo que dá esperanças às “águias”. A actuar muitas vezes nas costas de Seferovic e em constantes trocas com Chiquinho, não falhou nenhum dos cinco passes longos tentados e ainda fez quatro passes progressivos, foi assertivo, não falhando nenhum dos três dribles que fez.
- Vlachodimos 6.5 – “Odysaves”, “São Vlachodimos”. O guarda-redes grego voltou a destacar-se em mais uma partida pouco conseguida do emblema da Luz. Ao todo, conseguiu seis defesas e foi adiando as várias tentativas de golo contrárias com algumas intervenções de elevado grau de dificuldade.
- Florentino 6.3 – É certo que falhou no golo anulado ao Shakhtar, mas conseguiu exibir-se a um bom nível: teve 94% de eficácia no capítulo do passe – 51 tentados e três falhados -, um passe progressivo, um longo, 74 acções com a bola, sete recuperações de bola, oito desarmes e cinco intercepções. O que leva a que não seja mais vezes utilizado? Só Bruno Lage saberá…
- Alan Patrick 6.3 – Um remate, um golo, dois passes flagrantes para golo, 92% na eficácia do passe e sete recuperações de bola. Esteve envolvido em quase todos os momentos de perigo dos ucranianos.
- Seferovic 4.7 – Não há registo de nenhuma acção ofensiva do avançado suíço, que voltou a ser uma sombra durante os 65 minutos em que esteve em campo. Não oferece linhas de passe aos colegas, esconde-se do jogo e é um alvo demasiado fácil para os adversários.
- Rúben Dias 3.8 – Teve um erro de principiante e crasso que esteve na génese do golo de Kovalenko. Perdeu a bola em nove ocasiões e sofreu cinco desarmes. O defesa-central teve a pior nota entre todos os elementos que participaram no encontro. O único destaque positivo que teve foram os oito passes progressivos que alcançou.
Resumo
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