O Benfica continua na mó de baixo. Na visita ao Vitória de Setúbal, os campeões nacionais não foram além de mais um empate 1-1, o segundo consecutivo nesta Liga NOS, complicando ainda mais as suas contas na luta pelo título.
Num jogo em que dominaram, mas nunca apresentaram um futebol com saúde e ideias, as “águias” estiveram a perder, com um golo sofrido logo após o intervalo, marcado por Carlinhos, e empataram logo a seguir por Pizzi, que voltou a falhar, mais à frente, outro penálti, o terceiro em quatro em duas partidas.
Nos últimos oito jogos em todas as competições, o Benfica venceu um.
O jogo explicado em números
- Com Chiquinho e Franco Cervi de regresso à titularidade, para as saídas de Julian Weigl e Rafa Silva, o Benfica assumiu desde cedo o domínio do jogo, expresso em 58% de posse de bola no primeiro quarto-de-hora e o único remate do desafio, desenquadrado. Porém, as “águias” mostraram-se sempre muito desinspiradas, sem intensidade e ideias, com decisões dúbias no último passe.
- A primeira grande oportunidade da partida aconteceu somente aos 27 minutos, no primeiro ataque digno desse nome do Vitória. Brian Mansilla cruzou da esquerda e Zequinha, ao segundo poste, tentou colocar a bola, com esta a sair rente ao poste direito da baliza de Vlachodimos.
- A meia-hora não trouxe boas notícias para o jogo. Pouco futebol de ataque, pouca emoção e ocasiões, Benfica a dominar, mas amorfo e descrente, com 62% de posse de bola, três remates e o único enquadrado, bem como 85% de eficácia de passe, 67% no passe vertical. Do outro lado somente uma acção com bola dos vitorianos na área benfiquista, a tal do remate de Zequinha.
- Pouco antes do descanso, Samaris, de cabeça, na sequência de um canto da direita, cabeceou com muito perigo, naquele que foi o melhor lance de ataque dos benfiquistas na primeira parte. O apito chegou logo a seguir.
- Primeira tempo pobre no Bonfim, com mais Benfica, em praticamente todos os aspectos do jogo, mas sem intensidade, ideias, emoção ou ocasiões de perigo.
- Nove remates no jogo, somente um a obrigar a intervenção de um dos guarda-redes – no caso, Makaridze -, demonstra a desinspiração total dos intervenientes.
- Pizzi, com um GoalPoint Rating de 6.2, era o melhor em campo, apesar de longe de deslumbrar. O médio registava três passes para finalização, máximo do jogo, e 81% de eficácia de passe.
- O segundo tempo começou logo com o golo sadino. Aos 46 minutos, Carlinhos entrou de rompante na área, recebeu um passe no tempo certo e bateu Vlachodimos, no segundo remate dos homens da casa no jogo, primeiro enquadrado. Mas logo a seguir surgiu a igualdade.
- Na sequência de um canto, o árbitro assinalou falta de Semedo sobre Rúben Dias e, na conversão da grande penalidade, Pizzi (51′) atirou a contar, no primeiro remate benfiquista no segundo tempo.
- Os golos logo no arranque da etapa complementar tiveram o condão de animar o jogo e libertar um pouco as duas formações, melhorando um pouco a qualidade do espectáculo. Pela hora de jogo, o Benfica já registava 61% de posse desde o intervalo, mas as duas formações dividiam louros no ataque, com dois remates cada, todos enquadrados.
- Os sadinos privilegiavam claramente o flanco direito para canalizar o ataque, com 70% por volta dos 65 minutos. Aos 70 o jogo estava mais confuso e repartido, com 57% de posse para os “encarnados”, sem mais remates desde a hora de jogo e com Bruno Lage a colocar a “carne todas no assador”, com Dyego Sousa a juntar-se a Carlos Vinícius no ataque.
- Makaridze, com três defesas, mas sobretudo por duas a remates aos ângulos superiores da sua baliza, começava a destacar-se do lado dos homens da casa, enquanto do lado benfiquista, só Pizzi e Taarabt mexiam com o ataque. Até que, aos 75 minutos, nova grande penalidade para o Benfica.
- Pizzi rematou, a bola bateu na mão de Artur Jorge e o árbitro não teve dúvidas. Contudo, desta feita o médio não acertou na baliza, atirando ao lado. Terceiro penálti falhado pelo brigantino em dois jogos.
- Até final, o Benfica tentou por todos os meios chegar à vitória, mas nunca mostrou clarividência, qualidade e intensidade para abrir brechas na defesa contrária, pelo que o empate acabou por encaixar bem na História do jogo.
O melhor em campo GoalPoint
A polémica em torno de Giorgi Makaridze após o jogo com o Portimonense parece ter passado ao lado do georgiano. O Benfica atacou muito, e das poucas vezes que o fez bem teve pela frente um guarda-redes quase intransponível, que apenas se deixou bater da marca dos 11 metros. O sadino terminou com um GoalPoint Rating de 7.8, fruto de cinco defesas, quatro a remates na sua grande área e três a disparos aos ângulos superiores da sua baliza.
Jogadores em foco
- Rúben Dias 7.0 – É verdade. O Benfica atacou muito, pois precisava de marcar, e o seu melhor elemento acabou por ser um central. Rúben Dias sofreu uma grande penalidade, que deu no empate, somou 90 acções com bola (máximo a par de Taarabt), ganhou dois de três duelos aéreos defensivos, somou 11 recuperações de posse e fez quatro desarmes.
- Adel Taarabt 6.7 – A única fonte de ideias e criatividade do lado da “águia”. Com 86% de eficácia de passe, o marroquino esteve sempre muito em jogo, com 90 acções com bola, quatro dribles completos em cinco tentativas e 13 recuperações de posse.
- Pizzi 6.7 – Jogo agridoce para o médio, que estava a ser um dos melhores do Benfica. Para além do golo que fez, de penálti, Pizzi registou quatro remates, um deles o da grande penalidade falhada, terminando a partida com duas ocasiões flagrantes desperdiçadas. Terminou ainda com quatro passes para finalização e três dribles completos em quatro.
- Tomás Tavares 6.6 – O lateral-direito esteve algo discreto a defender, com três desarmes e oito recuperações de posse, mas bem mais activo no ataque, terminando o jogo com uma ocasião flagrante criada e quatro cruzamentos, embora nenhum eficaz.
- Carlinhos 6.3 – O autor do golo sadino, no arranque do segundo tempo. O ala enquadrou os dois remates que fez, completou a única tentativa de drible e somou sete recuperações de posse.
- Sílvio 6.3 – Bom jogo do lateral frente à sua antiga equipa. Para além de um passe para finalização, Sílvio completou duas de três tentativas de drible (ambas no último terço) e somou sete acções defensivas.
Resumo
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