Rúben Amorim estreou-se com uma vitória ao leme do Sporting. Na recepção ao Desportivo das Aves, os “leões” ganharam por 2-0, num jogo em que sentiram mais dificuldades do que as esperadas tendo em conta que, aos 20 minutos, já os visitantes estavam reduzidos a nove elementos.
A verdade é que, neste cenário, o Aves não teve grandes alternativas a não ser recuar e fechar todos os caminhos para a sua baliza.
Os “leões” terminaram com 83% de posse de bola e 22 remates, mas só no segundo tempo marcaram, primeiro por Sporar e depois por Luciano Vietto, de grande penalidade.
O jogo explicado em números
- O Sporting começou o jogo no esquema favorito de Rúben Amorim, com três centrais – Sebastián Coates, Mathieu e Tiago Ilori – e com intenso domínio. Algo que ficou facilitado aos 11 minutos, quando Rúben Macedo viu vermelho directo por entrada dura sobre Wendel, após consuta do VAR por parte do árbitro.
- No primeiro quarto-de-hora, os “leões” registaram 75% de posse de bola, 91% de eficácia de passe e o único remate do jogo, embora desenquadrado. E aos 16 o Aves esteve perto de marcar, quando Mato Milos ultrapassou Luís Maximiano, fora da área, mas o seu remate fraco foi travado por Ilori.
- Aos 20 minutos, pior ficou o Aves, com Luiz Fernando a ver segundo cartão amarelo, após entrada sobre… Wendel – o primeiro havia sido por protestos aquando da expulsão de Rúben Macedo. Tudo corria mal aos visitantes, mas o Sporting continuava sem criar perigo.
- O Aves não teve outra alternativa senão chamar o “autocarro” e fechar-se na sua defesa. Por isso, aos 30 minutos Rúben Amorim já havia tirado Ristovski de jogo e lançado Jovane Cabral para pressionar no ataque, mas mesmo assim os lances de perigo tardavam em surgir. Os “leões” iam já em 78% de posse e 93% de eficácia de passe, e também seis remates, mas nenhum enquadrado – expected goals (xG) não passavam de 0,3.
- O primeiro remate enquadrado do jogo surgiu somente aos 37 minutos, ao oitavo disparo leonino, na autoria de Rodrigo Battaglia, de fora da área. Perto do intervalo, Sporar trabalhou bem à entrada da área, mas em zona frontal a atirou por cima da barra. Nos descontos, Vietto atirou forte à barra, numa fase de maior aperto para os forasteiros.
- Primeira parte claramente marcada pelas duas expulsões de jogadores do Desportivo das Aves, que se viu com nove elementos logo aos 20 minutos.
- Esse facto ajudou o Sporting a não ter grandes preocupações defensivas, a dominar (81% de posse de bola), mas complicou na medida em que os visitantes prescindiram de atacar e fecharam-se em frente à sua baliza, minimizando os espaços para o “leão” criar perigo.
- O melhor no primeiro tempo foi Rodrigo Battaglia, com GoalPoint Rating de 6.1, com 96% de eficácia de passe e todos os duelos aéreos ganhos.
- Acredite. O Sporting chegou aos 94% de posse de bola e de eficácia de passe nos primeiros 15 minutos do segundo tempo, mas continuou a lutar contra um mar de gente na área do Aves, com os seus cinco remates a encontrarem apenas por uma vez as luvas de Quentin Beunardeau.
- Mas a insistência leonina acabaria por dar frutos. Aos 62 minutos, Wendel cruzou da esquerda com conta, peso e medida e Sporar, de cabeça, abriu o activo, ao 17º disparo leonino, quarto enquadrado. E o segundo golo não demorou a surgir. Aos 67, o árbitro assinalou penálti por mão de Afonso Figueiredo na área e Luciano Vietto não desperdiçou, fazendo o 2-0.
- A história do jogo resumia-se ao Sporting a atacar, a tentar chegar a mais golos, com o Aves a não sair do seu terço defensivo. Os 91% de posse dos “leões” eram naturais e os visitantes registavam somente três acções com bola no meio-campo contrário chegados os 70 minutos.
- Só aos 87 minutos o Aves conseguiu subir e rematar, por Zidane Banjaqui, para defesa tranquila de Maximiano, numa fase em que as duas equipas já pareciam esperar pelo apito final. O domínio leonino era total e o triunfo estava há muito assegurado.
O melhor em campo GoalPoint
Wendel não jogou em Famalicão e a falta foi sentida. No regresso após jogo de castigo, o brasileiro encheu o campo e foi o MVP da partida, com GoalPoint Rating de 7.4.
O médio fez a assistência para o 1-0, da autoria de Sporar, somou dois passes para finalização e teve uma eficácia de passe de 96%, conseguida com 110 entregas completas em 115 – números pouco vistos. Para além disso, teve sucesso em dez de 13 passes longos e eficácia em 12 passes progressivos, terminando ainda com oito recuperações de posse e o máximo de acções com bola (123). Foram sobre ele as faltas que resultaram nas duas expulsões.
Jogadores em foco
- Rodrigo Battaglia 6.9 – O argentino estava incumbido de garantir os equilíbrios defensivos dos “leões”, mas perante as expulsões de jogadores do Aves, pôde aventurar-se um pouco mais, terminando com o segundo melhor rating, fruto de três remates, um passe de ruptura, 97% de eficácia de passe e 101 acções com bola.
- Andraz Sporar 6.9 – O jogo estava difícil e sem espaços e era necessário alguém entre os defensas do Aves para romper a resistência contrária. E o ponta-de-lança fez isso mesmo, abrindo o activo de cabeça. O esloveno rematou três vezes, ganhou dois de seis duelos aéreos ofensivos e fez somente oito passes, todos certos.
- Luciano Vietto 6.8 – O argentino sentiu muitas dificuldades para encontrar espaços entre os defensores contrários e romper. Ainda assim foi o mais rematador da partida, com sete disparos, cinco de fora da área, dois enquadrados. E acabou por marcar um golo, de penálti.
- Marcos Acuña 6.6 – O argentino fez todo o corredor esquerdo leonino e foi dos poucos a conseguir, desde a primeira parte, imprimir ritmo e lances de ruptura com a bola controlada. Terminou com quatro passes para finalização, 90% de eficácia de passe, 103 acções com bola e a totalidade dos três duelos aéreos defensivos ganhos.
- Tiago Ilori 6.1 – Nem sempre aposta no “onze” inicial, Ilori deu-se bem no esquema de três centrais de Amorim, mostrando certeza no passe (90% de eficácia), com cinco longos certos e 13 progressivos completos, e ainda ganhou os quatro duelos aéreos em que participou.
- Ricardo Mangas 5.8 – O Aves praticamente só defendeu, pelo que o seu melhor elemento com um defesa-central. Ricardo Mangas completou as duas tentativas de drible e somou dez acções defensivas, entre elas três desarmes e outros tantos bloqueios de remate.
Resumo
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