O Vitória de Guimarães foi acusado, esta quarta-feira, de infrações enquanto promotor de jogos de futebol, no âmbito do “caso Marega”.
A Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) confirmou que o Vitória “já foi notificado de uma acusação de infrações relacionadas com o não cumprimento de deveres do promotor do espetáculo desportivo” no jogo com o FC Porto, em que Moussa Marega, avançado dos dragões, deixou o relvado do Estádio D. Afonso Henriques ao minuto 71, após atos racistas de alguns adeptos vitorianos.
O organismo esclareceu ainda que a acusação está enquadrada no processo contra-ordenacional por si instaurado em 17 de Fevereiro, um dia depois do jogo, que visa “essencialmente apurar as eventuais responsabilidades contra-ordenacionais do promotor do espetáculo desportivo”, tendo havido, nesse âmbito, uma reunião com magistrados do Ministério Público de Guimarães.
O Regulamento Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) contempla, no artigo 113.º, a punição entre um a três jogos à porta fechada para os clubes que “promovam, consintam ou tolerem” comportamentos contra a dignidade humana, neste caso “em função da raça”.
O caso também originou uma investigação da Polícia de Segurança Pública (PSP) às câmaras da videovigilância do estádio vimaranense, com a colaboração do Vitória, de forma a serem identificados os eventuais autores dos insultos racistas e um processo-crime do Ministério Público (MP) “por atos de discriminação racial”, que vai decorrer em “segredo de justiça”.
Em fevereiro, soube-se que a PSP conseguiu identificar alguns dos adeptos que estiveram envolvidos nos insultos racistas ao jogador maliano, arriscando penas de prisão que podem ir de seis meses até cinco anos.
Além disso, os adeptos podem também ter que pagar uma multa que vai de 1000 e 10.000 euros por atos ou incitamento à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos desportivos.
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