O FC Sion, o principal clube da Suíça, despediu nove jogadores por justa causa, depois de estes terem recusado uma redução significativa nos seus salários devido à crise despoletada pela Covid-19.
O ex-Sporting Seydou Doumbia, avançado costa-marfinense de 32 anos, é um dos atletas visados, tal como Alex Song e Johan Djourou, ex-jogadores do Arsenal, Pajtim Kasami, ex-Fulham, loanee Seydou Doumbia, ex-Newcastle, Ermir Lenjani, Mickael Facchinetti, Christian Zock, Birama Ndoye e o capitão de equipa Xavier Kouassi.
A Liga Suíça foi suspensa no passado dia 1 de Março, no seguimento das medidas tomadas pelo Governo para impedir os ajuntamentos de pessoas, na tentativa de travar a propagação da infecção pelo novo coronavírus.
O FC Sion liderava o campeonato de apenas 10 equipas, com 4 pontos à frente da concorrência, restando ainda 13 jogos para disputar até ao fim da época.
O clube tentou chegar a acordo com os jogadores agora despedidos, para uma redução salarial, no seguimento do anúncio da Federação Suíça de Futebol que informou os clubes de que podiam beneficiar da chamada situação de “desemprego parcial”.
O FC Sion procurou aplicar a medida, aconselhando os jogadores a aceitarem o “desemprego técnico” que lhes permitia continuarem a receber um salário, mas com uma redução substancial.
O clube pretendia aplicar um patamar máximo nos salários da ordem dos 12.350 francos suíços (cerca de 11.700 euros), mas os jogadores não aceitaram.
O clube avançou, desta forma, para a rescisão por justa causa, alegando que está “privado das suas receitas” e que está “impedido de fornecer trabalho” aos atletas e que estes também estão “impedidos” de fornecer os seus serviços ao clube.
A Associação Suíça de Jogadores de Futebol, presidida por Lucien Valloni, já apresentou uma reclamação da decisão do Sion.
O presidente do clube enviou, entretanto, uma carta a Valloni, manifestando o seu protesto contra aquela decisão e acusando o responsável da Associação de Jogadores de “viver fora da realidade actual”.
“Estamos em guerra. Não importa qual é a guerra, uma guerra sanitária”, atira ainda o presidente do Sion que reforça que não está em causa um despedimento colectivo.
A maioria dos jogadores visados pela rescisão está em fim de contrato e alega que não está em causa o dinheiro, “mas a legalidade”. Também acusam o clube de estar a aproveitar a pandemia para se “livrar de jogadores que não quer”.
A postura dos atletas do Sion está a merecer muitas críticas nas redes sociais, até à luz do que aconteceu no Borussia Mönchengladbach da Alemanha, onde jogadores e equipa técnica renunciaram a uma parte dos seus salários no seguimento da pandemia de Covid-19.
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