“Falha de comunicação”. Carta ao Governo provoca tensão entre Liga e FPF

Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP)

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) deixou críticas à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) por não ter sido consultada na discussão com o secretário de Estado da Juventude e do Desporto.

De acordo com o jornal Público, a tensão instalou-se depois de a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) ter enviado uma carta ao Governo a solicitar um conjunto de medidas para minimizar os efeitos da crise do novo coronavírus.

Tendo sido informados pelo próprio secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, do conteúdo da missiva, tanto a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) como o Sindicato de Jogadores já lamentaram não terem sido consultados.

Foi com alguma surpresa que tomámos conhecimento do conteúdo do ofício da Liga. Foi preocupação da direção da FPF, ainda antes da declaração oficial do estado de emergência, constituir um grupo especial de acompanhamento da evolução da pandemia”, afirmou o presidente da FPF, Fernando Gomes, numa carta dirigida ao governante, a que o jornal teve acesso.

Segundo o mesmo diário, na carta da Liga assinada pelo seu presidente, Pedro Proença, conta-se o alargamento “extraordinário” do período legal de 12 meses para o termo da época desportiva e a fixação de uma data de início das provas da temporada 2020-21.

A LPFP sensibiliza ainda o Executivo para a “possibilidade de aplicação pelos clubes e sociedades desportivas dos mecanismos de resposta à redução de atividade das empresas previstos na lei”, ou seja, garantir o acesso ao lay-off simplificado.

Fernando Gomes sublinhou, então, que as questões levantadas pela Liga “não são exclusivas” das competições profissionais, mas “transversais a todo o quadro competitivo da FPF”.

A Liga lamentou a “falha de comunicação” com a Federação, tendo-se justificado com o facto de a carta ter sido elaborada pelo seu gabinete de trabalho jurídico, com a contribuição das 18 Sociedades Anónimas Desportivas (SAD), apesar de considerar, porém, que estavam em causa “interesses específicos” do futebol profissional.

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