O Sporting CP não pagou ao SC Braga a primeira prestação da transferência de Rúben Amorim. Em último caso, os sportinguistas arriscam falhar as competições da UEFA.
No início do mês de março, o Sporting CP fechou com o SC Braga a contratação de Rúben Amorim para o cargo de treinador da equipa principal. Os valores ressoaram pela imprensa nacional e internacional, com os ‘leões’ a desembolsarem 10 milhões de euros pelo jovem técnico português.
“O que é barato sai caro. E o que é caro, pode sair barato”, disse, na altura, o presidente sportinguista, Frederico Varandas. A verdade é que a chegada de Amorim pode mesmo sair mais caro do que ele próprio pensava.
O Sporting falhou o pagamento da primeira prestação do negócio, no valor de 5 milhões de euros, mais 2,3 milhões de IVA. E mesmo com uma moratória no contrato que permitia ao clube pagar mais tarde caso se atrasasse, o emblema de Alvalade voltou a falhar em saldar a dívida ao Sporting de Braga.
Face a este emaranhamento, o Sporting arrisca pagar 13,8 milhões de euros, caso não pague a dívida de 10 milhões de euros da transferência até sexta-feira. O clube arrisca uma penalização de 10% sobre todas as quantias em dívida. O Braga já tinha alertado o Sporting para a falha no pagamento no dia 1 de abril, mas de nada lhes serviu.
Em comunicado à CMVM, a dívida aos minhotos foi assumida e foi explicada como uma medida de “gestão”, que deverá ser resolvida entre maio e junho.
“Foi um ato de gestão, não de tesouraria. Da mesma forma que outros clubes e devedores suspenderam pagamentos ao Sporting, o Sporting suspendeu os pagamentos por causa da situação de exceção que vivemos. E a situação de emergência nacional e pandemia mundial por causa do Covid19, são circunstâncias obviamente excecionais”, explicou fonte do Sporting à Tribuna Expresso.
Por outras palavras, tendo em conta os problemas de tesouraria, o Sporting optou por não saldar a dívida no prazo prevista no contrato.
O Sporting avançou com um processo de lay-off a 86% dos funcionários para garantir a sustentabilidade e evitar despedimentos devido à pandemia de covid-19. Fonte oficial dos leões disse à agência Lusa que este processo vai durar, pelo menos 30 dias, durante os quais 60% dos funcionários leoninos estão suspensos e 26% sofrem redução salarial e do tempo de trabalho.
“Além de garantir a sustentabilidade, foi a forma de garantir que ninguém, nem mesmo trabalhadores a prestação de serviços [recibos verdes], seria despedido”, sublinhou a mesma fonte.
Afastamento das provas da UEFA
Em última instância, o incumprimento no pagamento da primeira prestação da transferência de Rúben Amorim pode trazer consequências gravíssimas ao Sporting. O jornal Record escreve que os ‘leões’ arriscam que lhes seja negado o licenciamento para participar no campeonato e nas competições europeias na próxima temporada, devido às regras do fair play financeiro.
Por enquanto, esta não é uma opção em cima da mesa, já que esta penalização apenas se verifica caso o incumprimento se repita. O jornal desportivo sabe que os dirigentes sportinguistas não estão preocupados.
Para amenizar os ânimos, a UEFA também alargou os prazos do fair play financeiro a todos os clubes, face à pandemia de covid-19, algo que dá mais tempo ao Sporting para regularizar a situação.
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