A noiva de Jamal Khashoggi, jornalista assassinado em 2018, apela à Premier League que interrompa o processo de compra do Newcastle por parte dos sauditas.
O jornalista Jamal Khashoggi foi assassinado, em 2018, no interior do consulado saudita em Istambul. A sua noiva, Hatice Cengiz, pede agora que a Premier League trave a compra do Newcastle por parte dos sauditas. O clube inglês atravessa um processo de aquisição, liderado pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman.
O negócio está a ser muito contestado em várias frentes. A aquisição está a servir também de meio para a guerra por procuração entre Arábia Saudita e Catar.
Hatice Cengiz diz que a compra do clube mancharia o futebol inglês e faria da Premier League cúmplice do “encobrimento” do homicídio do seu marido. As intenções da noiva de Khashoggi foram expostas à Liga inglesa através de uma carta enviada pelos seus advogados, explica a BBC.
“É sem dúvida a ação correta, apropriada e lícita para você [o presidente executivo da Premier League, Richard Masters] e para a Premier League, especialmente à luz do assassinato implacável do noivo de Cengiz”, lê-se na carta, que apela ao travão do processo de compra.
A carta reforça ainda que não deve haver espaço no futebol inglês para ninguém “envolvido em atos tão abomináveis”.
“A aquisição proposta não é apenas um ‘negócio’ para o príncipe e para as autoridades sauditas, mas uma tentativa de fugir à justiça e ao escrutínio internacional por um ato inconcebível. Seria uma ofensa para os princípios-base da Premier League e arruinaria a sua reputação se permitissem que o príncipe herdeiro e as autoridades sauditas usassem esta aquisição para tentar reparar a sua imagem internacional”, dizem os advogados, citado pela Tribuna Expresso.
A diretora da Amnistia Internacional no Reino Unido, Kate Allen, também escreveu uma carta ao presidente executivo da Premier League, onde apela para que Masters não permita que a liga seja usada para aquilo que chama de “lavagem desportiva” levada a cabo pela Arábia Saudita.
“A menos que a Premier League pare e olhe seriamente para a situação dos direitos humanos na Arábia Saudita, corre o risco de se tornar uma bode expiatório“, escreveu Allen. “Como é que isto pode ser positivo para a reputação e imagem da Premier League?”.
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