A Ligue 1 foi dada como terminada e o PSG foi declarado campeão, com 10 jornadas por jogar. Há clubes que não concordam com a decisão e vão recorrer em tribunal.
Com 10 jornadas por disputar, a Ligue 1, a principal divisão do futebol francês foi cancelada. O PSG foi declarado campeão, respeitando o critério de mérito desportivo sugerido pela UEFA. No entanto, nem todos concordam com esta decisão e há clubes que já manifestaram o seu descontentamento.
O caso mais extremo é o do Lyon. O presidente do clube, Jean-Michel Aulas, deu entrada em tribunal com duas ações legais perante o fim antecipado do campeonato francês. “O conselho de administração do Lyon tomou a decisão de interpor recursos”, disse Aulas em declarações ao jornal L’Équipe.
Segundo a interpretação do Lyon, a posição tomada pelo Governo, através do primeiro-ministro, Édouard Philippe, na Assembleia Nacional, não parecia impor uma paragem tão definitiva da I e II Ligas, tendo também em conta as declarações da ministra dos Desportos, Roxana Maracineuau, que tinha aludido à possibilidade de se jogar em agosto se a evolução da situação sanitária assim o permitisse.
“O dinheiro não é a principal preocupação. Primeiro, pedimos uma avaliação a uma possível retoma da atividade. A decisão da ministra do Desporto é baseada na data de 3 de agosto, que não existe na UEFA. Podemos examinar em detalhe com o primeiro-ministro e o ministro da Saúde o protocolo sanitário válido para todos os países europeus e ver se há uma possibilidade de retomar”, disse o presidente do Lyon, citado pelo SAPO Desporto.
“O segundo [recurso] é sobre os moldes de interrupção do campeonato e ao método de cálculo da classificação. São várias decisões de interesse público”, acrescentou.
Os últimos classificados da Ligue 1, Amiens e Toulouse, foram despromovidos de divisão. Ambos os clubes já anunciaram que iam recorrer da decisão.
“Qualquer decisão relativa às despromoções com base na classificação será injusta e desigual para o Toulouse e desprovida de qualquer fundamento legal”, disse o presidente do clube, Olivier Sadran.
O Amiens, por sua vez, criou uma petição para alargar a Ligue 1. “Perante esta de decisão, carregada de consequências que vão contra a equidade desportiva, o Amiens SC pede à Liga profissional que reveja a sua posição e faça a escolha mais justa: uma Ligue 1 com 22 clubes na próxima época”, refere o clube no texto da petição online.
Na mesma mensagem, o Amiens, que estava em 19.º e penúltimo lugar quando o campeonato foi suspenso, apela para que todos os seus adeptos e amantes do futebol apoiem esta sua iniciativa, que hoje conta já com mais de 12.000 assinaturas.
Todavia, há quem defenda que a decisão é justa e que não há razões para alarido. O presidente do Montpellier, Laurent Nicollin, pediu aos clubes da Ligue 1 que não recorram contra a decisão de encerrar a temporada.
“Se terminássemos em último… eu teria calado a minha boca”, atirou.
Officiel : Le #MHSC termine 8ème de la saison 19/20 de @Ligue1Conforama 🔚
Infos ➡️ https://t.co/4BVMnubShA pic.twitter.com/WBXTizVRAc— MHSC (@MontpellierHSC) April 30, 2020
“Se houver disputas legais nas próximas semanas, talvez não recebamos os próximos direitos televisivos, o que poderia desencadear uma nova crise”, disse Nicollin ao Le Figaro. “Vão dizer-me: ‘Se fosses do Toulouse ou do Amiens também farias o mesmo’. Eu sei o que faria. Se terminássemos em último lugar, com certa decência, eu calaria-me”.
“Eu hoje em dia penso assim. Talvez com a idade esteja a tornar-me um grande palerma“, rematou.
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