O atual presidente do Sporting deu uma entrevista ao Canal 11, no qual abordou vários temas, desde o impacto da pandemia no clube, passando pela importância da formação.
Numa entrevista ao Canal 11, Frederico Varandas falou sobre o impacto da pandemia de covid-19 no Sporting e no futebol português, tendo considerado que o clube “se organizou rapidamente”.
“Conseguimos gerir o clube com medidas de gestão a curto prazo. Em 18 meses reduzimos 18 milhões de euros da massa salarial da equipa profissional de futebol, canalizamos os nossos recursos para a formação. A administração da SAD teve desde logo cortes salariais de 50%, jogadores e equipa técnica com 40%, atletas das modalidades com 30%. E colocámos 86% dos funcionários em lay-off“, explicou o presidente dos leões, citado pelo site Sapo Desporto.
Questionado sobre se já tem um orçamento para a próxima época, Varandas respondeu que não, “nenhum clube tem”. “É um desafio fazer um orçamento, não sabemos que receitas vamos ter. Como vamos ao mercado? Os orçamentos vão baixar, só não sabemos quanto. Se esta pandemia tem sido há um ano, o Sporting colapsava financeiramente“.
Esta segunda-feira, o Sporting confirmou, em comunicado, que renovou o período de lay-off por mais 30 dias, medida que entrou em vigor em Alvalade no passado dia 15 de abril.
Demissões na direção e queixa do SC Braga
Sobre as demissões do vice-presidente Filipe Osório de Castro e do vogal Rahim Ahamad da direção do clube, o atual presidente explicou que estas aconteceram por “motivos pessoais e profissionais“.
“Estávamos preparados há dois meses. Deram muito ao clube, são empresários e não são remunerados, nunca ganharam um tostão. É difícil conciliar a vida profissional com o clube. A pandemia virou o mundo deles. A meio de março alertaram o Conselho Diretivo para o problema. As empresas exigem a sua presença. Têm responsabilidades, administradores sócios que exigem a sua presença. Tentaram aguentar durante dois meses. Sei o que lhes custa ter de sair. Prepararam a saída. Não preciso de mais ninguém no Conselho Directivo”, explicou o dirigente, citado pelo mesmo site.
Relativamente à queixa apresentada pelo SC Braga no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), relativa à “cessão definitiva de direitos desportivos e partilha de direitos económicos” de Rodrigo Battaglia, Varandas explicou que já falou pessoalmente com o presidente do clube minhoto.
“Falei pessoalmente com António Salvador, entendemos que é discutível, ele percebeu isso mesmo. Disse-me: ‘Eu entendo o seu ponto de vista, o seu departamento jurídico tem uma visão, o nosso tem outra’. O contrato que vigorava foi rescindido, o Sporting teve de pagar nova comissão, novo prémio de assinatura e novo contrato. Entendemo-lo assim. Entendemos que o departamento jurídico do SC Braga tenha outra visão”.
Presidente deixa elogios a Matheus Nunes
Na mesma entrevista, o presidente do Sporting deixou grandes elogios a Matheus Nunes, médio de 21 anos, que tem trabalhado com a equipa principal.
“O Sporting tem 50% do passe e pagou 500 mil euros por essa parte. Tem a hipótese de comprar mais 50% por outros 500 mil. Temos todo interesse em comprar. Do que eu já vi, não tenho dúvidas nenhumas de que vai pagar o Rúben Amorim. Só ele vai pagar o Rúben Amorim. Eu, para acertar no treinador, tem de ser competente e completamente em sintonia com a aposta nos jovens”, disse.
Varandas considera que o “ADN do Sporting é a formação” e, por isso, garantiu que “oito a 12” dos membros do plantel do próximo ano serão formados no clube, para além de ter assegurado que vai haver equipa B.
“O Sporting vai ter equipa B este ano, nós só tínhamos planeado o regresso da equipa B na época 21/22. O treinador da equipa B tem de estar alinhado na equipa A, quero que Rúben Amorim tenha palavra na escolha do treinador da equipa B, o principal objetivo é formar jogadores para a equipa A”.
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