Tanto António Costa como Marcelo Rebelo de Sousa enalteceram o esforço dos portugueses no combate à covid-19, que contribuiu para este “prémio”. A DGS diz que ainda é cedo para falar sobre a admissão de público nos estádios, mas não descarta essa hipótese.
A diretora-geral da Saúde considerou esta quarta-feira “precoce” admitir a presença de público nos estádios portugueses durante a ‘final a oito’ da Liga dos Campeões de futebol, que se vai realizar em Lisboa. No entanto, Graça Freitas não exclui, de imediato, essa possibilidade.
“É precoce dizer [se haverá público]. O que quer que a Direção-Geral da Saúde [DGS] faça, fá-lo-á avaliando a situação especifica desta competição e em articulação com o parceiro que tem nessa avaliação, que é a Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Neste momento, é precoce dizer seja o que for”, afirmou Graça Freitas, na conferência de imprensa diária sobre a pandemia de covid-19.
A responsável respondia a uma pergunta sobre se a DGS perspetiva autorizar público nos estádios na principal competição europeia de clubes, cuja fase final foi hoje atribuída a Portugal pelo Comité Executivo da UEFA.
Graça Freitas referiu ainda cabe a “outras entidades” calcular a estimativa de visitantes ao país. A responsável disse que “quantos mais visitantes forem melhor será para o país, mas desde que sejam cumpridas as regras” sanitárias.
Graça Freitas observou ainda que tem “a garantia da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), da FPF, e dos clubes envolvidos, mas sobretudo da FPF, de que os códigos de conduta e regras serão observados”.
A diretora-geral notou ainda que Portugal “é um país seguro” e que a região de Lisboa e Vale do Tejo tem registado um elevado número de casos de infeção pelo novo coronavírus porque as entidades estão a “procurá-los ativamente”.
“Um excelente exemplo da segurança do nosso país é a forma como o campeonato foi retomado. Um modelo que tão bem tem resultado com a FPF, também resultará com a ‘champions’”, afirmou.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, destacou que o envolvimento da DGS no plano de organização da prova, assinalando que “dá confiança aos organismos internacionais para trazer o evento” para Portugal.
“Será uma boa decisão trazer a ‘champions’, com segurança, como tem acontecido com o campeonato nacional”, afirmou.
Costa: “É uma vitória antecipada de todos os portugueses”
“É uma vitória antecipada de todos os portugueses. Demonstraram uma capacidade extraordinária de resistir e ultrapassar esta pandemia. Permitiram diferenciar Portugal e permitiram controlar a pandemia”, disse o primeiro-ministro português, esta quarta-feira.
António Costa relembrou o bom trabalho feito pelos portugueses no combate à pandemia de covid-19, reforçando que este é um prémio por esse esforço.
“O nosso Serviço Nacional de Saúde é robusto. Nunca tivemos uma taxa de ocupação superior a 60 por cento nos cuidados intensivos. Tenho de agradecer aos profissionais de saúde e a todos os portugueses. Portugal é um destino seguro, para quem quer viver, trabalhar, fazer turismo e investir. É muito importante o esforço que todo o pais está a fazer para recuperar a economia ao mesmo tempo que combatemos a pandemia”, disse Costa, citado pelo jornal Público.
O primeiro-ministro disse ainda que este reconhecimento por parte da UEFA é um “prémio merecido aos profissionais de saúde”, pela forma como provaram que o sistema de saúde português é robusto para responder a qualquer eventualidade.
“A prova não vai ter nenhum clube português, se calhar terá jogadores e treinadores portugueses, mas é uma vitória de todos os portugueses. Só foi possível porque os portugueses mostraram uma capacidade extraordinária para enfrentarem esta pandemia. E é um prémio aos profissionais de saúde. Ao longo desta crise nunca tivemos uma taxa de ocupação superior a 60% nos cuidados intensivos, nunca tivemos uma situação de rutura. Temos de agradecer aos profissionais de saúde e a todos os portugueses que fizeram com que Portugal se afirmasse como um destino seguro. Portugal é um destino seguro”, afiançou.
Marcelo Rebelo de Sousa também aproveitou o momento para falar sobre o assunto, salientando que este é um caso “único e irrepetível”.
“Esta não é mais uma final da Champions, é um caso único e irrepetível, pelo momento que estamos a viver. Não conhecemos uma pandemia semelhante a esta nos ultimos 100 anos e que ainda estamos a viver. Nada é comparável com o fechamento de fronteiras, a paragem do comércio, e é neste clima que se realiza a fase final em Lisboa, num momento em que todos os países disputam o regresso do turismo internacional. Ser a marca Portugal aquela que vence e aquela que se vai afirmar em Agosto não tem preço”, disse o Presidente da República.
Marcelo deixou também um voto de felicitações aos portugueses pelo seu empenho e dedicação durante a pandemia. “Os portugueses merecem o que vão ter em agosto”, atirou.
O Estádio da Luz e o Estádio José Alvalade, em Lisboa, vão receber a fase final da Liga dos Campeões futebol em agosto, em campos neutros e em apenas um jogo, anunciou hoje a UEFA. A final estava prevista para o Estádio Olímpico Ataturk, em Istambul.
A edição de 2019/20 da ‘Champions’, que foi suspensa em março devido à pandemia de covid-19, vai ser reatada com os restantes quatro jogos dos oitavos de final, seguindo-se o desfecho inédito em campos neutros, na Luz e em Alvalade.
Atlético de Madrid, Atalanta, Leipzig e Paris Saint-Germain aguardam a segunda mão dos embates dos ‘oitavos’ (Manchester City-Real Madrid, Juventus-Lyon, FC Barcelona-Nápoles e Bayern Munique-Chelsea), agendados para 7 e 8 de agosto, no Porto ou em Guimarães, caso não sejam jogados nos recintos dos clubes, segundo a UEFA.
Portugal registou, esta quarta-feira, mais um morto relacionado com a covid-19 do que no dia anterior e mais 336 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da DGS.
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