O árbitro da Associação de Futebol de Setúbal foi detido pela PSP, na noite desta segunda-feira, na sequência da investigação a funcionários da Autoridade Tributária que trabalham no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Luís Reforço, árbitro de categoria C2, foi detido, assim como mais 14 funcionários da Autoridade Tributária suspeitos de peculato e falsificação de documentos.
O Comandante Operacional da Divisão Criminal de Lisboa, Nuno Pereira, explicou à agência Lusa que esta detenção e constituição de arguidos resultou de mais de um ano de investigação sobre esta atividade delituosa.
Segundo explicou Nuno Pereira, estes detidos e a restante rede “facilitavam a entrega e chegada de objetos”, que eram retidos e dados como perdidos e não eram reclamados. Os objetos eram posteriormente revendidos ou usados em benefício próprio.
Na operação foram realizadas 30 buscas domiciliárias que levaram à descoberta de “centenas de objetos” (como computadores, telemóveis, relógios e outros objetos pessoais) desviados por via do esquema ilícito, mas também três armas de fogo e uma de pressão de ar não legalizadas.
Dos 14 detidos, 13 pertenciam à Autoridade Tributária (AT) e um deles foi detido por posse ilegal de arma, sendo que no mesmo esquema acabaram arguidas outras 13 pessoas, que não ficaram detidas.
Nuno Pereira destacou que a AT e os detidos acabaram por não colocar obstáculos à investigação policial e foram colaborantes em “desmascarar o esquema ilegal”.
Os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial nas próximas 48 horas para aplicação de medidas de coação.
Em comunicado posterior às declarações, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) explica que a operação foi realizada na manhã desta segunda-feira, nos distritos de Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal e nos Açores, envolvendo “dezenas de crimes de peculato e de falsificação de documentos”.
“Ao longo de aproximadamente um ano foram investigados vários crimes praticados por funcionários da Autoridade Tributária, no Aeroporto Humberto Delgado (Lisboa), no âmbito das suas funções, nomeadamente a apropriação ilegítima de objetos e mercadorias que os mesmos tinham acesso no âmbito da sua atividade profissional, os quais, escapando ao controlo e supervisão, passavam a integrar as suas esferas patrimoniais”, adianta a PSP.
A polícia recolheu prova “tendo em vista a consolidação dos indícios já recolhidos e que resultaram na execução de 27 buscas domiciliárias e dezenas de outras não domiciliárias”, nos locais de trabalho.
De acordo com o jornal A Bola, Luís Reforço, de 45 anos, passou para a segunda categoria no final da época passada. O site Mais Futebol acrescenta que o juiz está em final de carreira e o último jogo poderá ter sido o polémico Torreense-Anadia, após o qual acabou por ser suspenso pelo Conselho de Arbitragem. Na altura, marcou um penálti polémico, expulsou um jogador do Anadia e mandou repetir a grande penalidade duas vezes.
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