A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o Sindicato de Jogadores chegaram a um entendimento e a norma do limite orçamental não constará da proposta final de regulamento da Liga feminina de futebol.
“Sendo a Federação e o Sindicato parceiros na promoção e desenvolvimento da participação das mulheres no desporto em geral e no futebol em particular, e face ao clima de intranquilidade gerado pelo facto da medida ter sido interpretada como uma discriminação em função do género – coisa que não é nem poderia ser –, a FPF informou o Sindicato que essa norma específica não constará do regulamento 2020/2021“, refere a FPF em comunicado.
Segundo o documento, a FPF e o Sindicato de Jogadores realizaram uma reunião na sequência da interpretação sobre a norma de “limite orçamental” e, desta forma, “será encontrada uma solução alternativa que busque aquilo que todo o universo do futebol feminino deseja: mais equilíbrio competitivo.”
O comunicado acrescenta que a federação e o sindicato “continuam comprometidos a finalizar o acordo coletivo de trabalho com normas adequadas ao futebol feminino nacional, que traduzam as políticas ativas de discriminação positiva, como tem acontecido nos últimos oito anos de forma inequívoca”.
“A FPF informou o sindicato que manterá o plano de apoio para o setor no valor de 600 mil euros e que juntos trabalharão na melhoria desse programa de discriminação positiva que ajudará os clubes e contribuirá para o desenvolvimento das jogadoras portuguesas”, conclui.
A proposta em causa constava no regulamento do campeonato de 2020/21, no artigo 93, ponto 1: “Face às circunstâncias excecionais decorrentes da pandemia de covid-19 e à necessidade de garantir o equilíbrio dos clubes e a estabilidade da competição, é estabelecido o limite máximo de 550 mil euros para a massa salarial das jogadoras inscritas na temporada 2020/21. Entende-se por massa salarial do plantel a soma dos salários e/ou subsídios declarados no contrato de cada jogadora”.
Perante esta situação, as jogadoras de futebol feminino em Portugal criaram o movimento “Futebol Sem Género” contra este limite salarial estabelecido pela FPF, que acusavam de ser “discriminatório”.
Em declarações ao Tribuna Expresso, o movimento, que já conta com “mais de 200 assinaturas”, encara “com naturalidade” a decisão da FPF, mas lamenta que esta “não alcance, ainda, a gravidade das suas intenções e a dimensão da perda de confiança que a defesa da desigualdade sempre acarreta”.
Segundo a SIC Notícias, apesar desta decisão, o movimento vai manter as reuniões no Parlamento com o Bloco de Esquerda, esta quinta-feira, e com a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, na próxima segunda-feira.
O campeonato feminino de futebol terá mais oito equipas na próxima época, passando de 12 para 20 clubes, informou a FPF no passado dia 6 de maio.
[sc name=”assina” by=”ZAP” source=”Lusa” ]
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