Rui Gomes da Silva, candidato à presidência benfiquista, diz que o aumento do empréstimo obrigacionista poderá servir para pagar o salário de Jorge Jesus e trazer reforços.
A SAD benfiquista lançou inicialmente uma oferta de subscrição no valor de 35 milhões de euros, tendo aumentado o montante em 15 milhões de euros apenas uma semana depois. Assim, os 50 milhões encaixados vão dar “capacidade acrescida de tesouraria” ao SL Benfica para “reforçar os investimentos” na equipa, salienta Domingos Soares de Oliveira.
“Este montante dar-nos-á uma capacidade acrescida de tesouraria, para reforçar os investimentos adicionais que possamos querer fazer. Fomos prudentes no valor que definimos inicialmente, porque não sabíamos como o mercado iria reagir. Este reforço adicional dá-nos disponibilidade de tesouraria. Dá-nos uma folga adicional relativamente à próxima época desportiva”, disse o administrador executivo da SAD benfiquista, citado pela Lusa.
Por outro lado, o candidato à presidência das ‘águias’ Rui Gomes da Silva acredita que o aumento do empréstimo obrigacionista deverá servir para, além de contratar novos jogadores, pagar o ordenado de Jorge Jesus.
“Não compreendo para que será. Domingos Soares de Oliveira dizia no final de Abril que mesmo após o reembolso do empréstimo obrigacionista 2017-2020, o Benfica continuaria ‘com uma posição de caixa extremamente favorável e positiva’. A pandemia não explica nada, até porque o Benfica nem sequer sentiu necessidade de reduzir temporariamente vencimentos no futebol”, começou por dizer em entrevista ao Jornal Económico.
“Provavelmente parte deste montante servirá para pagar os valores absurdos que Jorge Jesus pede para voltar, e mais um ou outro jogador”, acrescentou.
Rui Gomes da Silva questionou ainda o projeto desportivo do Benfica: “Que projeto? A marca de água na governação de Luís Filipe Vieira neste último mandato foi o depauperar da qualidade do plantel em nome do ‘Benfica negócio’. É o único ‘projeto’ que conheço neste Benfica 2016-2020”.
Domingos Soares de Oliveira recusou que esta operação signifique uma mudança de paradigma no futebol do Benfica, nomeadamente numa maior aposta em jogadores ‘feitos’ e cujas transferências possam envolver verbas significativas, em detrimento da aposta em jogadores da formação.
“Não há nenhuma mudança de paradigma. Existe pouca consciência do que tem sido a política de investimentos do Benfica no seu plantel. Desde 2010/11, temos feito investimentos anuais que ultrapassam os 55 milhões de euros. Nos últimos anos, fizemos investimentos que rondaram os 84 milhões. Esta época, o investimento foi superior a 60 milhões. O Benfica nunca deixou de investir. Não há nem haverá uma mudança de paradigma”, vincou o dirigente.
Soares de Oliveira assegurou ainda que “o custo do [próximo] treinador não vai estar dependente do sucesso ou insucesso do empréstimo obrigacionista”, antes de abordar uma eventual contratação de Jorge Jesus.
“Não confirmo qualquer contacto direto com o treinador Jorge Jesus. Já tive ocasião de explicar que o nosso presidente tem uma relação pessoal com Jorge Jesus, é normal que converse com o treinador, mas não há qualquer situação oficial entre o Benfica e o treinador Jorge Jesus”, observou.
Quanto ao ‘mercado’ de transferências, mais concretamente no que diz respeito a eventuais saídas do plantel, Soares de Oliveira reforçou que o Benfica não está disponível para “qualquer processo de vendas em saldos”.
“Não temos nenhum valor em mente para vendas de jogadores e não vamos entrar em nenhum processo de vendas em saldos. Não temos essa necessidade. Tivemos dúvidas de como o mercado se iria comportar neste período de transferências [devido à pandemia de covid-19]. Entretanto, já começámos a ver as primeiras transferências com números robustos. É expectável que o mercado se anime nos próximos meses”, completou.
[sc name=”assina” by=”ZAP” source=”Lusa” ]
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