A Benfica SAD e o presidente do clube, Luís Filipe Vieira, terão sido constituídos arguidos no âmbito da “Operação saco azul”. As suspeitas envolvem o alegado levantamento de 1,8 milhões de euros das contas da Benfica SAD em apenas seis meses para pagar serviços que nunca terão sido prestados.
A investigação arrancou em 2018, após um alerta da Autoridade Tributária sobre a facturação excessiva de uma empresa de consultoria informática, mas só agora chegou à esfera do Benfica.
O jornal A Bola avança que Luís Filipe Vieira foi ouvido, nesta segunda-feira, pelo Ministério Público (MP) no âmbito deste processo denominado “Operação Saco Azul”. O desportivo assegura que o dirigente foi constituído arguido, tal como a SAD e a Benfica Estádio.
Nesta terça-feira, deverão ser ouvidos o CEO do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, e o director financeiro, Miguel Moreira, ainda segundo A Bola.
Uma fonte oficial do Benfica confirma à Tribuna Expresso que Vieira e outros dirigentes do clube foram ouvidos, mas nega a associação à “Operação saco azul”.
A investigação remonta a 2018 e a Polícia Judiciária chegou a fazer buscas nas instalações do Benfica.
As suspeitas envolvem crimes de fraude fiscal e de branqueamento de capitais, estando as autoridades a investigar a possibilidade de ter existido um saco azul na SAD para o pagamento de despesas não contabilizadas.
As autoridades suspeitam que foram levantados cerca de 1,8 milhões de euros das contas da Benfica SAD para o pagamento de serviços que alegadamente nunca foram prestados por uma empresa de consultoria informática, conforme adianta A Bola.
No início da investigação, só foram constituídos arguidos responsáveis de uma empresa de consultoria informática, mas o caso terá agora chegado ao universo do Benfica.
Em Junho de 2018, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) anunciou a realização de buscas ao Benfica e a constituição de seis arguidos por suspeitas de “branqueamento e fraude fiscal”, conforme cita a Rádio Renascença.
“Indicia-se suficientemente nos autos que estas sociedades, a coberto de uma suposta prestação de serviços de consultoria informática, realizaram várias transferências bancárias para uma conta titulada por uma outra sociedade, num valor total de 1.896.660,00€, montantes esses que acabavam depois por ser levantados em numerário”, referiu a PGDL.
A entidade afiançou ainda que “esta última sociedade terá sido utilizada com o único propósito de retirar dinheiro das contas do Benfica“.
Nos últimos dias, também se noticiou que Vieira deverá ser constituído arguido na “Operação Lex” por suspeitas de que terá sido um dos alegados beneficiados com decisões do juiz Rui Rangel, no âmbito de uma dívida fiscal que teria da ordem dos 1,6 milhões de euros. Em troca do favor, Vieira terá oferecido ao magistrado um cargo na futura Universidade do Benfica.
Estes casos judiciais surgem na antecâmara das eleições para a presidência do Benfica. Vieira deverá recandidatar-se, mas a oposição já vai considerando que se for constituído arguido, pode não ter condições para avançar com uma candidatura em Outubro.
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