Benfica 2-0 Vitória SC | “Águia” vence e adia festa do Porto

Não foi esta terça-feira que o FC Porto festejou o 29º título de campeão nacional. Na recepção ao Vitória Sport Clube, o Benfica venceu por 2-0, num embate relativo à 32ª jornada da Liga NOS, e adiou a festa dos “azuis-e-brancos”, que quarta-feira defrontam o rival Sporting.

Com este resultado, as “águias” alcançaram desde já uma vaga na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. O triunfo da equipa de Nélson Veríssimo foi suado e construído graças aos golos de Chiquinho e de Seferovic. Com esta derrota, os “conquistadores”, que dominaram largos períodos do jogo, ficaram a seis pontos do Famalicão e mais longe da luta pelo quinto lugar de acesso à Liga Europa.

O jogo explicado em números

  • Olhando para o “onze” que iniciou o empate ante o Famalicão (1-1), Nélson Veríssimo apenas procedeu a uma alteração nos “encarnados”: Seferovic, titular nas últimas duas jornadas, deu a vaga a Carlos Vinícius. Do outro lado da barricada, Ivo Vieira manteve a aposta nos 11 elementos que começaram a derrota frente ao Gil Vicente (1-2).
  • Aos seis minutos, Chiquinho fez o mais difícil, e com a baliza à mercê não aproveitou uma defesa incompleta e atirou para as nuvens. O duelo começou animado no palco do Estádio da Luz.
  • Os anfitriões tinha mais posse de bola – 61% – e assumiam as despesas, enquanto os forasteiros tentavam ripostar em contra-ataques ferozes – dois cantos e dois remates – liderados pela “lança” Marcus Edwards.
  • Qual mágico, o extremo inglês voltou a puxar da “varinha” ao minuto 20. Ultrapassou a marcação de Nuno Tavares, rematou em arco e a bola embateu com estrondo na barra da baliza, com Vlachodinos completamente batido. Instantes depois, Edwards, na marcação de um livre directo, voltou a ameaçar. Nesta fase, os vimaranenses, que aproveitavam as já conhecidas fragilidades na transição defensiva dos lisboetas, tinham quatro remates contra apenas um das “águias”. Só dava Vitória. Dois minutos volvidos, Bruno Duarte atirou de forma acrobática e o guarda-redes do Benfica respondeu de forma elástica e negou o tento visitante com os pés.
  • O domínio dos “conquistadores” ia aumentando com a passagem do tempo. Agu, já no interior da área benfiquista, desperdiçou soberana ocasião não conseguindo desfeitear Vlachodimos. Com processos simples, o Vitória Sport Clube conseguia neutralizar as investidas “encarnadas” e em lances bem construídos gizava sucessivos lances de perigo.
  • Olhando para a estatística, os visitantes tinham oito remates, três cantos, duas faltas cometidas, cinco cruzamentos, 11 duelos ganhos, 122 passes trocados – eficácia de 87% – e 39% da posse de bola. Já o Benfica tinha quatro remates, dois cantos, cinco faltas cometidas, três cruzamentos, 11 duelos ganhos, 209 passes trocados – eficácia de 86% – e 60% da posse.
  • Aos 33 minutos, Weigl foi substituído por Florentino. O médio alemão, que foi admoestado com um amarelo logo aos 22 minutos, cometeu mais duas faltas duras após esse momento e, para “escapar” à expulsão, acabou por abandonar de forma precoce o terreno de jogo. O antigo jogador do Borussia Dortmund acabou por ser uma vítima dos problemas colectivos. Gabriel saltava para a marcação a Agu, abrindo uma “cratera” na zona central que não era tapada por ninguém, deixando Weigl ao abandono e sem alternativas que não fossem travar os adversários em falta.
  • Contra a “maré” surgiu o golo do Benfica, à passagem do minuto 37 no primeiro de cinco remates que foi enquadrado ao alvo: cruzamento tenso e forte de Nuno Tavares, a defensiva minhota não conseguiu suster o lance, a bola desviou em Carlos Vinícius e chegou a Chiquinho, que encheu o pé direito e inaugurou o marcador. Foi o segundo tiro certeiro do médio-ofensivo nesta edição da Liga NOS e o terceiro na época.
  • Antes do intervalo, realce para um remate de fora da área de Carlos Vinícius que saiu, mas levou perigo às redes defendidas por Douglas.
  • Início de partida dividido e entretido na Luz. Porém, paulatinamente os comandados de Ivo Vieira tomaram conta das incidências e foram amealhando inúmeras ocasiões de golo. A mais flagrante foi construída e quase finalizada pela arte e engenho de Marcus Edwards aos 20 minutos.  Mas 17 minutos depois, Chiquinho – que tinha falhado uma oportunidade clara nos instantes iniciais – não perdoou e inaugurou a contenda. Com duas defesas de elevado grau de dificuldade, ambas em remates contrários na área benfiquista, Vlachodimos ia, novamente, segurando as pontas da equipa e foi o MVP da primeira metade com um GoalPoint Rating de 6.2.
  • Num lance bem construído, que teve vários intervenientes, Pizzi centrou rasteiro e Gabriel rematou com força, mas ao lado do alvo, naquela que foi a terceira tentativa do médio brasileiro no encontro. Nesta fase, o Benfica conseguia controlar melhor o ritmo do jogo, impedindo que a bola chegasse com perigo às unidades mais atacantes do Vitória.
  • No primeiro remate vitoriano na etapa final, André André em zona frontal ameaçou o empate e valeu ao Benfica o corte atento de Rúben Dias para canto. Os visitantes ficaram mais acutilantes com as alterações promovidas por Ivo Vieira, principalmente com as entradas de Ouattara para o corredor esquerdo do ataque e de Pêpê Rodrigues que refrescou a zona central.
  • Ao minuto 81, num momento de rara inspiração, Seferovic ia apontando um golo de antologia. Douglas foi lesto e defendeu o “chapéu” desenhado pelo ponta-de-lança suíço, que ficou a centímetros e a uma mão do guarda-redes brasileiro de marcar um “golão”.
  • A cinco minutos dos 90, na sequência de um livre lateral, João Pedro, recém-entrado, ainda marcou, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo do jovem ponta-de-lança vimaranense.
  • A resposta do Benfica foi imediata e mortífera: Rafa centrou com as medidas certas e Seferovic, incisivo, atirou de forma certeira para apontar o oitavo tento na temporada e o quarto na prova. Os dois homens que estiveram na génese do 2-0 saltaram do banco de suplentes.
  • Até ao apito final, Jota ainda ficou próximo de estrear-se a marcar, mas Douglas negou a festa ao extremo. Pouco depois, o árbitro Hugo Miguel apitou pela última vez. Foi a terceira vitória do Benfica nos último sete jogos oficiais e a décima consecutiva em duelos para a Liga NOS ante o Vitória SC. Para o campeonato, o último triunfo “vimaranense” sobre os lisboetas foi na época 2011/12, quando ganharam por 1-0 em casa. Assim, o Benfica não perde há 19 jogos – 17 vitórias e dois empates – consecutivos diante do Vitória SC.

O melhor em campo GoalPoint

Quando foi necessário, Rúben Dias segurou todas as “bombas” contrárias e ajudou a equipa a manter a baliza defendida por Vlachodimos com a ficha limpa, leia-se sem golos sofridos, algo que não ocorria há seis jogos. Rápido nas dobras e seguro, o defesa-central rubricou uma exibição de excelência e terminou a partida com um GoalPoint Rating de 7.1, que reflecte os seguintes dados: 18 passes progressivos – máximo em todo o encontro -, quatro duelos aéreos ofensivos ganhos, cinco recuperações da posse, oito alívios e 118 acções com a bola, em mais um valor que nenhum outro elemento que esteve em cena atingiu.

Jogadores em foco

  • Gabriel 6.7 – Nunca se escondeu e deu sempre o peito às balas. Mais uma boa “performance” do médio, que acabou por destacar-se com nove passes progressivos certos, nove passes longos eficazes em 15 tentados, 12 recuperações de posse e cinco desarmes.
  • Vlachodimos 6.6 – Sempre seguro, foi determinante, principalmente na primeira parte quando defendeu os remates de Bruno Duarte e de Agu. Um seguro de vida para as “águias”.
  • Chiquinho 6.5 – Dois remates, um golo, apenas dois passes falhados em 24 (92%) e a demonstração de que haverá poucos elementos no plantel benfiquista tão bem talhados para jogar entre linhas.
  • Jardel 6.4 – Mais uma actuação de bom nível, realizou sete alívios e esteve quase sempre atento aos movimentos de Bruno Duarte e companhia. Não fossem as sucessivas lesões…
  • Seferovic 6.3 – Bastaram 27 minutos em campo para ser um dos melhores jogadores da partida. Não marcou um golo de outro mundo por culpa de Douglas, mas voltou à carga e fechou as contas do encontro num lance pleno de oportunismo.
  • Marcus Edwards 6.2 – Além dos números – dois remates perigosos, cinco dribles acertados em nove –, demonstrou mais uma vez que está talhado para brilhar num patamar elevado. Veloz, tecnicista, um agitador nato que deixou Nuno Tavares com pesadelos.
  • Florentino 6.0 – Data de 9 de Novembro a última vez que o médio tinha sido utilizado no campeonato, num triunfo do Benfica frente ao Santa Clara (2-1). Não acusou a falta de ritmo e esteve num óptimo plano: apenas quatro passes falhados em 49 feitos, 61 acções com a bola, duas recuperações de posse, quatro desarmes e duas intercepções.

Resumo

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