A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) está a fazer “tudo” para que o Desportivo das Aves realize os últimos dois jogos da I Liga, frente ao Benfica e ao Portimonense.
“Neste momento, o nosso objetivo é que se mantenha a integridade da competição e que o Desportivo das Aves vá a jogo. Tudo estamos a fazer nesse sentido, temos a informação que é essa a vontade dos vários intervenientes”, afirmou, este domingo, Sónia Carneiro, diretora-executiva da LPFP, em declarações à agência Lusa.
No mesmo dia, a SAD do emblema do concelho de Santo Tirso também confirmou à Lusa a ausência do embate com o Benfica, esta terça-feira, uma vez que a apólice de seguro de acidentes de trabalho foi anulada, depois de já ter anunciado a falta de comparência na visita ao Portimonense, da 34.º e última jornada.
“Relativamente ao seguros, temos já a informação da SABSEG [seguradora responsável pelas apólices do clube] que o problema pode ser resolvido de forma eficiente. Portanto, só demonstra que o Desportivo das Aves está a tentar criar condições para poder ir a jogo”, referiu Sónia Carneiro.
A SAD do Desportivo das Aves cancelou o treino que estava marcado para a tarde deste domingo, assim como a necessária despistagem ao novo coronavírus dos jogadores. Entretanto, a Liga conseguiu resolver esta situação.
“O dr. Pedro Proença e a dra. Sónia Carneiro prontificaram-se a ajudar, na sexta-feira, em reuniões nas quais estive presente. Conseguiram que fosse possível que alguém ficasse responsável pelo pagamento dos seguros. Criaram-se condições para que o Aves chegue ao fim do campeonato”, afirmou António Freitas, presidente do clube, citado pelo jornal desportivo A Bola.
“A LPFP está atenta e está a tentar junto das várias entidades a ajudar o Desportivo das Aves para que possa ultrapassar as suas dificuldades e possa cumprir o seu calendário. Esse é o nosso objetivo. Hoje, tivemos um sinal muito positivo, que foi o facto de os jogadores terem feito teste à covid-19, para que possam entrar em campo na terça-feira”, frisou, salientando que este procedimento “significa que há, claramente, a intenção de cumprir o calendário”.
De acordo com o mesmo jornal, há treino agendado para a tarde desta segunda-feira e o rastreio à covid-19 terá de ser repetido. Para além destas preocupações, avança A Bola, há suspeitas de que a SAD não abra as portas do estádio para a realização do encontro com o Benfica.
Aves arrisca processo disciplinar
Questionada sobre a possível ausência do Desportivo das Aves dos encontros, Sónia Carneiro salientou tratar-se de uma questão disciplinar: “O enquadramento, depois, se houver falta de comparência ou abandono, nunca será feito pela LPFP, mas sim pelas instâncias disciplinares”.
“Será feito no âmbito de um processo disciplinar, nunca será a LPFP a fazer esse enquadramento […]. Neste momento, nem sequer estamos a cogitar esta situação. Desde sexta-feira estamos em campo, já reunimos com o clube e com a SAD e estabelecemos contacto com todos os intervenientes para que o Desportivo das Aves possa cumprir o seu calendário e fazer os dois jogos que lhe restam para acabar a época desportiva“, reiterou.
Sónia Carneiro identificou o prolongamento da temporada, devido à suspensão da competição provocada pela pandemia de covid-19, como um obstáculo acrescido, realçando a vontade dos intervenientes em disputar os últimos dois encontros da formação já despromovida à II Liga.
“Foi uma época absolutamente atípica, estamos com 14 meses de época desportiva, tem sido muito, muito difícil, tem havido um esforço imenso de todos os intervenientes e, portanto, acredito que a vontade dos dirigentes, quer da SAD quer do clube, dos jogadores e do treinador é que possam cumprir os dois últimos jogos e a falta de comparência nem seja equacionada”, rematou.
Na segunda-feira, vence o terceiro salário em atraso do emblema de Santo Tirso, motivo que já provocou a saída de sete jogadores do lanterna-vermelha, casos de Quentin Beunardeau, Welinton Júnior, Jonathan Buatu, Aaron Tshibola, Estrela, Pedro Delgado e Kevin Yamga.
A SAD do Desportivo das Aves foi absolvida, a 30 de junho, da acusação de incumprimento salarial com jogadores e treinadores entre dezembro e março, mas aguarda pela resolução de outro processo idêntico, assente na ausência de documentos comprovativos quanto à regularização dos vencimentos dos meses de março e abril.
O assunto foi remetido pela LPFP para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a 9 de junho, podendo custar uma penalização de dois a cinco pontos, face aos 17 somados em 32 jornadas pelos nortenhos, que confirmaram a despromoção à II Liga em 29 de junho.
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