Porto 6-1 Moreirense | Festa do título com exibição de luxo

Goleada das antigas no Dragão. O FC Porto assinalou a conquista do seu 29º campeonato, no seu último jogo em casa na Liga NOS 2019/20, com um triunfo por concludentes 6-1 sobre o Moreirense.

A primeira parte nem correu muito bem aos novos campeões nacionais, com um golo cedo, mas com o tento do empate dos forasteiros.

Mas no segundo tempo, tudo mudou. Em termos de remates as coisas até foram semelhantes, mas a eficácia foi completamente diferente e os “azuis-e-brancos” marcaram cinco golos em sete remates, seis deles enquadrados, alguns de belo efeito – individual e colectivo.

E terminou com expected goals (xG) de 5,0. Destaque para a estreia de Mouhamed Mbaye, guardião de 22 anos que se sagrou assim campeão, e para a despedida de Carlos Xistra da arbitragem, realizando o seu derradeiro jogo.

 

O jogo explicado em números

  • Jogo de consagração do novo campeão, com Sérgio Conceição a proceder a três alterações no “onze” em comparação com o “clássico” ante o Sporting. Marchesím, Loum e Pepe (este por castigo) ficaram de fora, entrando Diogo Costa, Diogo Leite e Jesús Corona, o mexicano desta feita para ocupar a vaga de extremo-direito.
  • O jogo começou praticamente com o 1-0. Logo aos quatro minutos, Alex Telles cruzou da esquerda, sem oposição, e Luis Díaz, sem marcação na grande área, cabeceou para o fundo das redes. Ao segundo remate, primeiro enquadrado, aí estava o marcador a funcionar, contrariando desde cedo a consistência defensiva que o Moreirense vinha a mostrar na prova (segunda melhor defesa da “retoma”, só com quatro golos sofridos).
  • Domínio absoluto do Porto no primeiro quarto-de-hora, com 75% de posse de bola, 89% de eficácia de passe, quatro remates, dois enquadrados. Os cónegos bem tentavam criar perigo mas somavam somente um remate nesta fase, e sem a melhor direcção. E contavam com apenas 43 passes, muito pouco para 15 minutos de futebol, mas natural, uma vez que pouca bola tiveram.
  • Porém, aos 20 minutos, surgiu o empate. Cruzamento da esquerda de Abdu Conté, com conta, peso e medida – em tudo semelhante ao de Alex Telles -, e Fábio Abreu, após fugir à marcação, cabeceou para o fundo das redes. Ao terceiro remate, os visitantes marcaram, pelo seu goleador, que já havia facturado frente a Benfica e Sporting.
  • O jogo foi perdendo algum ritmo, com o Porto a continuar a mandar no jogo à passagem da meia-hora. Os “dragões” tinham 67% de posse, seis remates, três enquadrados, mas curiosamente bem menos acções com bola na área do Moreirense do que o contrário (quatro contra oito).
  • Perto do descanso, um passe sublime de Otávio deixou Marega em boa posição para marcar, mas em plena grande área, o maliano atirou por cima, num dos melhores lances do jogo.
  • Primeira parte que parecia encaminhar-se para ser um “passeio” para o Porto, que marcou muito cedo na partida e dominou amplamente os acontecimentos. Porém, Fábio Abreu voltou a fazer das suas e empatou a partida, numa das poucas investidas dos minhotos nesta fase.
  • O melhor em campo nos primeiros 45 minutos foi Luis Díaz, com um GoalPoint Rating de 6.2. O colombiano fez um golo, dois passes para finalização, falhou apenas um de 24 passes e ainda fez três bloqueios de passe.
  • De novo, bom arranque do “dragão”, após o descanso. Aos 51 minutos, Marega serviu Otávio na área e este, à terceira tentativa perante Mateus Pasinato e vários defesas contrários, acabou por atirar a contar. Um lance muito confuso, mas que acabou bem para os homens da casa. E logo a seguir o 3-1. Luis Díaz isolou-se e, ao entrar na grande área, foi travado em falta por Pasinato. Na conversão, Alex Telles (55′) não desperdiçou e fez o seu 11º golo na Liga 2019/20.
  • No espaço de quatro minutos o jogo ficou praticamente resolvido para os “dragões” e pouco depois da hora de jogo surgiu mesmo o 4-1. Marega cobrou de forma irrepreensível um livre directo, com potência e colocação, naquele que foi o quinto remate dos portistas no segundo tempo, quarto enquadrado. Um grande golo.
  • Por volta dos 65 minutos apenas importava saber quantos mais golos poderiam surgir da partida. O Porto mandava nos acontecimentos, com 60% de posse de bola no segundo tempo, e não deixara o Moreirense sequer ter acções com bola na sua grande área desde o descanso.
  • Perto dos 75 minutos o Porto tinha como curiosidade o facto de ter atacado quase sempre pelo seu lado direito. Nesta fase registava 57% de lances por este flanco e somente 16% pelo contrário. A presença de Manafá e Corona nesta ala havia sido um foco constante de problemas para os visitantes. Aos 76 minutos, no meio de um lote de substituições, destaque para a entrada de Mouhamed Mbaye, jovem guardião de 22 anos do Porto, para se sagrar campeão.
  • Aos 78 minutos o momento “tiki taka” da noite. Otávio para para Luis Díaz, este de calcanhar para Otávio que, isolado, não foi egoista e serviu Tiquinho Soares de primeira para o 5-1. Um momento extraordinário de futebol colectivo, que garantia mais um golo, ao sexto remate no segundo tempo, quinto com boa direcção.
  • Aos 87 minutos o 6-1. Mais um belo lance de contra-ataque, Otávio serviu Tiquinho Soares ao segundo poste e o atacante fez mais um golo fácil. Era a goleada, por números pouco vistos. A celebração do título portista não poderia ser melhor em termos de golos marcados.

 

O melhor em campo GoalPoint

Mais um grande jogo de Otávio. Perante a avalancha ofensiva do Porto no 2º tempo, o criativo brasileiro “abriu o livro” e terminou a partida com um GoalPoint Rating de 8.9.

Para além de um golo em quatro remates (dois enquadrados), o médio realizou ainda duas assistências, criou três ocasiões flagrantes noutros tantos passes para finalização, completou 85% das entregas que realizou e foi importante no trabalho colectivo, com sete recuperações de posse.

 

Jogadores em foco

  • Luis Díaz 7.8 – O colombiano esteve verdadeiramente endiabrado e participou nos melhores lances da partida. Marcou logo aos quatro minutos, no único remate que fez, mas registou dois passes para finalização, teve sucesso em 92% dos passes que realizou e completou duas de quatro tentativas de drible.
  • Tiquinho Soares 7.5 – O ponta-de-lança jogou pouco menos de meia-hora, mas foi o suficiente para bisar, com dois golos simples, de encosto. Os dois tentos foram marcados nos únicos remates que fez, tendo, contudo, brilhado no drible, com quatro completos em cinco.
  • Alex Telles 7.1 – O lateral começou por assistir Luis Díaz logo no arranque, através de um dos seus cruzamentos que são já imagem de marca. Depois marcou de grande penalidade. O brasileiro terminou com dois passes para finalização, dois cruzamentos eficazes em quatro e dois desarmes.
  • Moussa Marega 6.4 – O maliano foi protagonista de um dos melhores momentos da noite, ao marcar um golo espectacular na conversão de um livre directo, o seu primeiro desta forma desde que chegou a Portugal. O maliano enquadrou dois de três remates, criou uma ocasião flagrante, mas falhou duas.
  • Wilson Manafá 6.4 – Com Corona constituiu um flanco direito muito ofensivo, por onde o Porto atacou em maior quantidade. O lateral completou as três tentativas de drible, todas no último terço, e ainda somou três desarmes.
  • Fábio Abreu 6.4 – Porto, Sporting, Benfica. O avançado angolano tem os “três grandes” como troféus de “caça” esta temporada, uma vez que fez golos frente a todos eles. Desta feita marcou com um belo tento de cabeça, tendo terminado o jogo com dois remates, ambos enquadrados, e três duelos aéreos ofensivos ganhos em seis.

 

Resumo

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