Morreu ‘Nicha’ Cabral, o primeiro português na Fórmula 1

‘Nicha’ Cabral, o primeiro português na Fórmula 1

O antigo piloto de Fórmula 1 morreu, na madrugada desta segunda-feira, aos 86 anos, confirmou fonte próxima da família à agência Lusa.

Mário de Araújo ‘Nicha’ Cabral, antigo piloto de automóveis e empresário têxtil, faleceu, esta madrugada, no Hospital de São José, em Lisboa, onde estava internado, vítima de doença prolongada.

As cerimónias fúnebres serão restritas devido à pandemia de covid-19. De acordo com a página de Facebook dedicada ao ex-piloto, “a missa de corpo presente será celebrada pelas 10h30 de quarta-feira, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa”.

Depois, “o corpo seguirá depois para um cemitério onde será cremado” e “as cinzas serão transportadas para o Porto, onde será celebrada uma missa em data a anunciar”, acrescenta-se.

“Agora que Portugal será novamente o anfitrião da F1, recebemos a triste notícia do desaparecimento de Mário A. Cabral. Carinhosamente tratado por Nicha e prémio carreira da FPAK, foi o primeiro português a conduzir um F1. À família e companheiros automobilistas, sentidas condolências”, lê-se no Twitter do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo.

‘Nicha’ Cabral nasceu no Porto, a 15 de janeiro de 1934, e foi o primeiro piloto português na Fórmula 1, entre 1959 e 1964. A estreia aconteceu no Grande Prémio de Portugal de 1959, no circuito de Monsanto, ao volante de um Cooper-Maseratti.

O piloto português correu ao lado de alguns dos nomes mais conhecidos de então, como o britânico Stirling Moss ou Jack Brabham.

No Grande Prémio de Portugal de 1960, no circuito da Boavista, alinhou novamente, mas os carros eram pouco competitivos face à concorrência, pelo que Nicha Cabral partiu do último lugar da grelha.

Na prova, problemas mecânicos ditaram o abandono na 37.ª volta, numa altura em que seguia em sétimo lugar, à frente de Tony Brooks, em Ferrari.

O ano de 1965 marca a carreira do piloto portuense, devido a um grave acidente sofrido no Grande Prémio de França de Fórmula 2, em Roen-Les-Essarts, quando seguia a 200 quilómetros/hora.

Em 1973, no Grande Prémio de Portugal, em Fórmula 2, ficou em oitavo lugar, ao volante de um March, e no circuito de Benguela, em Angola, obteria a última vitória da sua carreira.

O último ano de atividade foi em 1975. A última prova em que participou foi nas 4 Horas de Jarama, em Espanha, com Emílio Villota, piloto de Fórmula 1 e pai da malograda Maria de Villota.

Em 1995, ainda participou numa prova do Europeu de Turismos, com um Ford Sierra, nos 500 quilómetros do Estoril, fazendo equipa com o alemão Manuel Reutter. Apesar de parado há algum tempo, conseguiu ser mais rápido do que o companheiro de equipa, que ainda estava em atividade.

Foi, também, o primeiro vencedor no Autódromo do Estoril. Ao longo da carreira participou, também, nas 24 Horas de Le Mans.

Ao longo da vida, ‘Nicha’ Cabral foi conhecido como ‘bon vivant’, tendo manifestado mesmo, a certa altura, o desejo de ser ator. Era amigo de Paulo Newman, com quem partilhava a paixão pelos carros.

[sc name=”assina” by=”ZAP” source=”Lusa” ]


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