No dia do início da I Liga 2020/2021, espreitamos o relatório ‘Futebol em números’, publicado no final de agosto pela própria Liga Portugal. Há muito para ler sobre a época passada, provavelmente a mais estranha de sempre.
Começando pelo mais importante, a classificação final, recordamos que o campeão FC Porto somou 82 pontos, mais cinco do que o Benfica, segundo classificado.
Nos últimos três lugares ficaram Vitória de Setúbal, com 34 pontos (mas que desceu por outros motivos), Portimonense com 33 (que ficou no escalão principal por outros motivos) e o Desportivo das Aves, que conseguiu apenas 17 pontos – praticamente metade do penúltimo classificado, uma diferença muito grande.
A equipa com mais vitórias foi, sem surpresa, o FC Porto, que chegou aos 26 triunfos. Moreirense e Vitória de Setúbal foram os recordistas dos empates (13) e o Desportivo das Aves perdeu mais jogos (27) do que aqueles que o FC Porto ganhou.
Novamente o Desportivo das Aves: foi a equipa com menos vitórias: em 34 tentativas venceu somente 5. O conjunto com menos empates foi… o Desportivo das Aves, com apenas 2; um número invulgar, refira-se. A equipa com menos derrotas foi o FC Porto, com 4.
Os campeões foram também o melhor conjunto em casa, já que totalizaram 46 pontos no Dragão. A pior equipa em casa e fora foi o Desportivo das Aves: 13 pontos em Santo Tirso e apenas 4 fora de casa. A melhor turma longe do seu estádio foi o Benfica (39 pontos) e, curiosamente, a terceira melhor equipa fora de casa foi o Rio Ave, com 31 pontos e algum destaque em relação às equipas seguintes.
“Classificação corona”: Sp. Braga em 9.º
Numa temporada anormal, a Liga Portugal publicou uma tabela anormal: a classificação do campeonato tendo em conta apenas os jogos que foram realizados após a paragem longa, devido à chegada do coronavírus a Portugal.
Também aqui o FC Porto aparece em primeiro lugar, com 22 pontos. Seguem-se os rivais Benfica e Sporting, com 18 pontos cada. Famalicão e Rio Ave completam o top-5, o que significa que o Sporting de Braga ficou apenas no 9.º lugar nesta classificação virtual – mesmo assim, chegou para fechar a Liga no terceiro posto.
Os três piores emblemas ao longo de junho e julho foram Belenenses, Vitória de Setúbal e… Desportivo das Aves.
Adeptos: Famalicão lá em cima, Belenenses com 821 espectadores
Na contabilidade dos adeptos presentes nas bancadas, claro que não entraram as tais 10 últimas rondas, realizadas à porta fechada.
Antes disso, e sem novidades, Benfica, FC Porto e Sporting – por esta ordem – são as equipas com números mais altos no total de espectadores e na média de espectadores por jogo. Seguem-se Vitória de Guimarães e Boavista.
Entre os “grandes” há outro número em destaque: a partida com menos pessoas nas bancadas no Estádio da Luz contou com 41 mil espectadores; no Dragão estiveram apenas 19 mil, num jogo; em Alvalade chegaram a estar 13 mil pessoas.
A taxa de ocupação média nos seus jogos foi também liderada pelo Benfica, chegando aos 81,18%. A seguir aparece o FC Porto? Não. O Sporting? Não. Vitória ou Boavista? Não. A equipa com a segunda maior taxa de ocupação média foi o Famalicão: 78,18%. A pior média pertenceu ao Belenenses com 11,26% de ocupação, um registo muito distante dos restantes – o grande Jamor chegou a ter… 821 pessoas a ver um jogo da I Liga.
A média geral de público no último campeonato foi de 11.140 espectadores, no qual se registou uma taxa média de ocupação de 47,36%.
Djaló, o contraste de Ricardo Costa
O Famalicão destacou-se também ao apresentar uma média de idades de 24,15 anos nos seus encontros – a equipa mais jovem da I Liga. O Boavista apresentou a média mais alta de idades (27,3). Como curiosidade, houve uma equipa que nunca teve em campo um jogador com mais de 30 anos: o Desportivo das Aves.
De Paços de Ferreira chegou o futebolista mais novo da época: Matchoi Djaló, que jogou quando tinha apenas 16 anos, 4 meses e 1 dia. O atleta mais velho morava no Bessa: Ricardo Costa, com 39 anos, 2 meses e 9 dias.
59 países: bem-vindos aos Jogos Olímpicos
Também sem surpresa, houve mais jogadores estrangeiros do que portugueses nos relvados. 57,04% dos futebolistas são estrangeiros, 42,96% portugueses. Houve 219 jogadores lusos na prova e 153 brasileiros. A seguir aparece a Argentina, com 12 atletas.
Ao todo, destaca a própria entidade, estiveram representadas no campeonato 59 países. Por exemplo, pudemos ver futebolistas de Togo, Moldávia, Líbia, Gâmbia, El Salvador, Chade…
O “campeão dos portugueses” foi o Sporting de Braga (57% dos jogadores utilizados são portugueses), seguido por Belenenses e Benfica. O Portimonense (25% de lusos) ficou no último lugar neste contexto.
7-0 foi a maior goleada
FC Porto e Desportivo das Aves estão novamente nos extremos, no capítulo dos golos: o campeão foi a equipa com mais golos marcados (74) e com menos golos sofridos (22); o último classificado foi a equipa com menos golos marcados (24) e mais sofridos (68).
O duelo com mais golos foi o Belenenses 1-7 Sp. Braga mas a maior goleada foi protagonizada em Famalicão: 7-0 a favor do Vitória de Guimarães.
A média de golos ficou-se nos 2,47 por jogo e o último quarto de hora foi o período em que a bola entrou mais vezes nas balizas.
FC Porto 4.º nos remates
Ainda no ataque, olhamos para o número de remates: Benfica no topo com 504, Vitória de Setúbal último com 294 e, pelo meio, o campeão FC Porto ficou no 4.º lugar desta lista.
O Benfica também venceu no número de oportunidades (225). O FC Porto foi 3.º neste capítulo e o último foi o Vitória de Setúbal, com só 93 ocasiões para marcar.
O FC Porto ganhou na posse de bola: 58,09%. Seguiram-se Sporting, Sp. Braga e Benfica, com o Boavista (43,53%) a ficar no último posto.
Penáltis? FC Porto e Rio Ave
FC Porto e Rio Ave foram os dois conjuntos que tiveram direito a mais grandes penalidades (14 cada) a seu favor. Curiosamente o FC Porto foi quem teve menos penáltis contra, apenas 2. E logo a seguir o Rio Ave novamente, com 3, tal como o Benfica.
O Vitória de Setúbal só contou com um penálti a seu favor ao longo do campeonato – e falhou o golo nessa oportunidade. O Moreirense teve que assistir a 14 grandes penalidades dos seus adversários.
Benfica venceu na disciplina
Segundo os dados da Liga Portugal, o Benfica ficou no primeiro lugar da tabela da disciplina, com 66 cartões amarelos e apenas dois vermelhos – o menor número de vermelhos, tal como Santa Clara e Portimonense.
Vitória de Guimarães foi a equipa menos “amarelada”, ao contrário do Boavista, que chegou ao recorde de 105 cartões amarelos. O Famalicão contou com o maior número de expulsões (11).
Destaque para Sporting e Portimonense, os dois únicos conjuntos que não registaram qualquer cartão vermelho direto.
O Benfica foi a equipa que cometeu (497) e que sofreu (439) menos faltas. O recordista de faltas cometidas foi o Paços de Ferreira, com 649, e o Marítimo venceu nas faltas sofridas: 593.
Tempo útil: outra vez o Benfica e… o Desp. Aves
Um assunto comentado várias vezes ao longo da Liga: o tempo útil. O Benfica foi a turma com maior tempo útil de jogo (57,47%) e o Desportivo das Aves com menor (50,82%).
O jogo com maior percentagem de tempo útil foi o Portimonense-V. Guimarães, com 72%. O Desp. Aves esteve presente nos quatro jogos com menor tempo útil no campeonato.
A média de tempo útil foi a maior das últimas seis temporadas: 54,47% em 2019/20.
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