Após ter perdido e empatado nas duas últimas recepções ao Moreirense, o Benfica voltou a vencer o emblema de Moreira de Cónegos na Luz.
Este sábado, em duelo relativo à segunda jornada do campeonato, as “águias” marcaram dois golos sem resposta e somaram o segundo triunfo na prova, ao passo que, depois de terem travado o Farense, os homens de Ricardo Soares (que no final reconheceu a ampla superioridade “encarnada”) não conseguiram sair de Lisboa com qualquer ponto. Rúben Dias, que poderá estar prestes a mudar-se para o Manchester City, inaugurou a contenda e Seferovic fechou as contas.
O jogo explicado em números
- “Em equipa que ganha, não se mexe”. Jorge Jesus só não levou a expressão à letra porque Taarabt não recuperou a tempo e foi substituído por Pizzi, que voltou à posição de “8”. De resto, JJ apostou nos mesmos dez elementos que iniciaram o encontro ante o Famalicão (5-1). Rúben Dias, que poderá estar de saída para o Manchester City de Ederson, João Cancelo e Bernardo Silva, foi titular e capitaneou os lisboetas.
- Do lado da equipa de Moreira de Cónegos, Ricardo Soares apostou as fichas nos mesmos 11 jogadores que começaram a partida da ronda inaugural com o Farense (2-0).
- Logo ao minuto três, Steven Vitória foi lesto e impediu que o cruzamento de Rafa causasse moça. Dois minutos volvidos, Darwin desmarcou-se, fugiu à marcação dos dois centrais contrários, rematou, já com Mateus Pasinato fora da baliza, mas falhou o alvo por escassos centímetros. Na sequência de um cruzamento de Grimaldo, Vertonghen cabeceou e por muito pouco não marcou.
- Entrada a todo o gás dos “encarnados”, que tinham, além de cinco “tiros” – apenas um enquadrado -, 89% da posse de bola, 56 passes trocados e 89% de eficácia neste capítulo. O Moreirense, que se apresentou com as linhas altas, registava apenas 19% da posse de bola e um fora-de-jogo.
- Ao sexto remate, aos 20 minutos, Rúben Dias, nas alturas e na zona do segundo poste, cabeceou de forma certeira e abriu a contagem, após canto cobrado por Éverton Cebolinha, que fez a segunda assistência na prova. A vantagem dava expressão à entrada assertiva do Benfica – 80% da posse de bola, seis remates e quarto cruzamentos – no encontro. Dos 12 golos que apontou desde que chegou à equipa principal, dez foram de cabeça.
- Numa excelente iniciativa, Darwin tirou três defensores do caminho, desferiu uma “bomba” e falhou o alvo por muito pouco. Na resposta, aos 28 minutos, Lucas Rodrigues atirou e valeu Vlachodimos, que defendeu para canto. No primeiro remate, os visitantes quase marcavam. Parada, resposta, Steven Vitória cortou um remate de Luca Waldschmidt e, instantes depois, Rafa, em arco, voltou a ameaçar o golo. Num contra-ataque bem gizado, Alex Soares também levou perigo à baliza adversária. Duelo palpitante no palco da Luz neste fase.
- Em lances sucessivos, Rafa (em duas ocasiões), Éverton, Vertonghen, de novo Éverton e Pizzi ficaram muito perto do 2-0, mas não conseguiram dilatar a vantagem das “águias”, que aos 43 minutos já contabilizam 18 remates – 11 fora da área, quatro enquadrados e dois bloqueados – e apenas pecavam no capítulo da eficácia. Darwin ainda marcou, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo do avançado uruguaio.
- Intervalo Domínio quase absoluto dos vice-campeões nacionais no final do primeiro tempo. Apenas em três ataques, o Moreirense levou perigo às redes contrárias. À excepção desses três lances, só deu Benfica, que desde o segundo inicial pegou de estaca e geriu as incidências. Com uma pressão constante, muita velocidade e critério nos lances ofensivos, rápidas circulação do esférico e mais objectivos e contundente no ataque à baliza forasteira, os comandados de Jorge Jesus foram acumulando lances de perigo, inauguraram o marcador por intermédio de Rúben Dias e só não foram para os balneários com outro resultado devido à eficácia (ou falta dela), aos cortes preciosos de Rosic e Steven Vitória e aos reflexos de Pasinato. O MVP era Rafa com um GoalPoint Rating de 7.0. Sempre em alta rotação, mas com uma melhoria substancial na tomada de decisão – cinco passes falhados nos 28 que fez (82% de eficácia) –, o extremo esteve envolvido em quase todos os lances de perigo da equipa. Foi autor de três remates, outros tantos passes para finalização, sete passes valiosos ofensivos (passes certos a menos de 25 metros da baliza adversária) – máximo nesta fase -, 44 acções com a bola, entre as quais sete no interior da área adversária, cinco dribles eficazes em seis tentados, dois desarmes e uma intercepção.
- Em cima dos 60’ minutos Darwin ganhou espaço nas costas da defensiva adversária, galgou alguns metros, assistiu Waldschmidt, que com tudo para marcar, desperdiçou um golo feito. Destaque para o corte de Rosic em cima da linha. Cinco minutos depois, Pasinato deteve o remate de Éverton e, aos 69, Rafa voltou a não acertar no alvo. Foi a 23ª tentativa do Benfica, face às três do Moreirense.
- Após inúmeras tentativas e ocasiões desperdiçadas, o 2-0 chegou a dez minutos dos 90. Darwin, sobre o lado direito, desmarcou-se, cruzou na hora certa e ofereceu o golo a Seferovic, que entrou no decurso no período complementar para o lugar de Waldschmidt. O suíço não desperdiçou e deu outro conforto à equipa da casa.
- Ainda houve tempo para que o poste travasse o golo a André Almeida (87′), naquele que foi o décimo da equipa na segunda parte, 28 se contabilizarmos os 18 feitos na primeira metade.
- Após a “catástrofe” em Salónica, as “águias” voltaram a estar em bom plano, dando sequência à boa exibição ante o Famalicão. Ao contrário do embate da jornada inaugural, houve muito desperdício de um Benfica que venceu, convenceu, mas que terá de melhorar a finalização. O Moreirense apresentou-se com boas ideias sempre que conseguiu explorou o contra-golpe com “veneno”, mas não conseguiu segurar o caudal ofensivo contrário e apenas o desacerto benfiquista fez com que o marcador não tivesse um “score” mais desnivelado.
O melhor em campo GoalPoint
Após Salónica e Vila Nova de Famalicão, em Lisboa, Éverton, o “Cebolinha”, voltou a afirmar-se e foi o melhor elemento do jogo pela terceira vez consecutiva, com um GoalPoint Rating de 7.8. Sempre que tem a bola colada ao pé direito é um perigo, com acelerações, passes “açucarados” e tiros venenosos. Ao todo foi responsável por cinco remates – três desenquadrados –, uma assistência, quatro passes para finalização, apenas dois passes falhados em 46 (eficácia de 96%), 78 acções com a bola e ainda foi importante a defender, com 13 recuperações. No drible esteve quase imparável, com sete completos em oito tentativas.
Jogadores em foco
- Rafa Silva 7.4 – Protagonizou dez passes valiosos (passes certos a menos de 25 metros da baliza adversária), imprimiu velocidade nas investidas atacantes – de realçar os oito dribles certos em 11 – e esteve muito bem na recuperação pós-perda, com três desarmes e uma intercepção. Criou uma ocasião flagrante em três passes para finalização.
- Mateus Pasinato 7.0 – Foi adiando o segundo golo do Benfica como conseguiu. Ao todo protagonizou sete defesas, algumas das quais de elevado grau de dificuldade.
- D’Alberto 6.8 – Os duelos com Éverton e Grimaldo deram “faísca”, mas durante os 65 minutos em que esteve em campo saiu-se bem: seis desarmes, duas intercepções e cinco alívios.
- Rúben Dias 6.5 – Um remate, um golo, seis passes progressivos certos, dois duelos aéreos ofensivos ganhos em outras tantas tentativas e seis desarmes, naquele que poderá ter sido o derradeiro encontro que fez antes de rumar ao City.
- Gabriel 6.3 – Ganhou mais pontos positivos na luta pela posição “6”. Foi o jogador com mais acções com a bola – 118 -, conseguiu três remates, quatro recuperações de posse, três acções defensivas no meio-campo adversário, e ainda conseguiu quatro bloqueios de passe. Teve muita influência na fluidez com a equipa conseguiu circular a bola.
- Darwin 6.0 – Inesgotável, apenas pecou no momento da finalização – quatro remates -, mas tirando isso demonstrou qualidade nas desmarcações, assinou mais uma assistência, criou duas ocasiões flagrantes e registou nove acções com a bola no interior da área do Moreirense.
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