Italianos analisam: “Rio Ave é o cliché perfeito do futebol português: não sabe onde é a baliza”

A análise do jornal ‘Gazetta dello sport’, que admite: o AC Milan continua na Europa quase sem saber como. O guião de um jogo aborrecido que se transformou numa noite “simplesmente louca”.

E os italianos já não tinham avião para voltar a Milão…

O Rio Ave já jogou centenas e centenas de vezes ao longo da sua história. Mas o dia 1 de outubro de 2020 vai ficar associado ao jogo – provavelmente – mais memorável que o seu estádio recebeu. Pelo menos é o mais mediático de sempre, há poucas dúvidas à volta disso.

Receber um dos clubes com mais títulos no futebol já era notícia mas o duelo com o AC Milan, apesar de não ter terminado como os portugueses queriam, foi inesquecível. Terminou praticamente três horas depois de ter começado (a comitiva de Milão só voltou a casa na manhã desta sexta-feira), teve uma reviravolta inesperada, uma expulsão, um golo para lá dos 120 minutos e um total de 25 grandes penalidades… Quem se lembra de assistir a um jogo assim?

Possivelmente nem o Gazetta dello sport, um dos diários desportivos mais conhecidos, se lembra. Na análise ao triunfo do AC Milan em Vila do Conde, no play-off da Liga Europa, o jornal italiano lembra logo no título que, aos 120 minutos, o AC Milan estava fora da fase de grupos.

O início do artigo é claro: “É difícil encontrar os termos certos para explicar a noite maluca do AC Milan em Vila do Conde. Os rossoneri morreram e sobreviveram quatro vezes, chegando à fase de grupos da Liga Europa, como se tivessem escalado o Evereste com as mãos nuas”.

O diário lembra a primeira parte aborrecida que as duas equipas protagonizaram. “Nada a relatar” sobre os primeiros 45 minutos, que logicamente terminaram sem golos. Aos 50 minutos a partida começou a mudar, quando Saelemaekers inaugurou o marcador. O Rio Ave continuou a tentam impor o seu estilo de jogo, o AC Milan parecia estar a controlar mas o remate “poderoso” de Geraldes fez o 1-1.

“A partir daí, porém, o AC Milan parou completamente de jogar. Uma questão de pernas ou de cabeça? Provavelmente ambas”, lê-se no artigo, que lembra que Aderlan Santos esteve muito perto de marcar ao minuto 91: “Mais do que emoção, um sinal do que viria, antes do fim do tempo regulamentar”.

Prolongamento começa, golo do Rio Ave, de Gelson Dala. “O AC Milan, quase sem se aperceber, está a perder”. Há um “choque” na turma italiana. Depois, o “ataque desesperado”. Mas “nada a fazer, até à loucura de Borevkovic”, que cometeu uma falta desnecessária dentro da grande área, viu o cartão amarelo pela segunda vez e fez com que Çalhanoglu prolongasse ainda mais o jogo.

E chegaram as grandes penalidades. “Simplesmente louco”: uma série incrível em que ninguém falhou, depois uma série incrível em que todos falharam (incluindo os dois guarda-redes, já que não havia mais ninguém para marcar), os dois postes que evitaram o golo de Nélson Monte e o apuramento do Rio Ave; e, 24 tentativas depois… Aderlan Santos falha e o AC Milan comemora o primeiro objetivo da temporada: continuar na Europa. “Quase sem saber como”, admite o jornal.

E o que tem o ‘Gazetta dello sport’ a dizer sobre o Rio Ave? “A equipa de Augusto Gama (Mário Silva não é mencionado no artigo) pareceu ser o cliché perfeito do futebol português, durante 75 minutos: bom drible, disciplina táctica, mas não sabe muito bem onde está a baliza adversária”.

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