Em poucos dias, Rúben Dias e Danilo terão surpreendido os adeptos e deixaram o campeonato português. Seleção portuguesa está a voltar a outros tempos.
Portugal apresentou-se na meia-final da Liga das Nações, no dia 5 de junho de 2019, com Pepe, Rúben Dias, Bruno Fernandes e João Félix no 11 inicial. Ou seja, dois jogadores do Benfica (embora João Félix já estivesse quase de saída rumo ao Atlético de Madrid), um do FC Porto e um do Sporting. Na final da Liga das Nações, também Danilo (FC Porto) apareceu nas escolhas iniciais de Fernando Santos.
São cinco futebolistas que, na altura, jogavam no campeonato português. No ano seguinte, em outubro, apenas Pepe ainda joga em Portugal.
O primeiro a sair foi, como referido, João Félix. Uma transferência recorde no futebol português quando, em julho do ano passado, o Atlético de Madrid pagou 120 milhões de euros ao Benfica pelo jovem avançado. Mais de um ano depois, João Félix continua em Madrid, apesar de uma primeira temporada irregular e com direito a críticas em vários momentos.
Meio ano passou e, no início de 2020, Bruno Fernandes deixou o Sporting e assinou contrato com o Manchester United, por 55 milhões de euros. Poucos contrariam esta ideia: Bruno Fernandes foi o jogador mais influente no United, na segunda metade da época passada.
Neste mercado de verão – que se prolongou para o outono – os últimos dias trouxeram duas saídas que, provavelmente, foram uma surpresa para muitos adeptos do Benfica e FC Porto: Rúben Dias é reforço do Manchester City e Danilo vai jogar pelo Paris Saint-Germain.
O defesa do Benfica saiu por 68 milhões de euros e, sobretudo, porque o Benfica não vai estar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Danilo saiu por empréstimo para “ganhar mais dinheiro” em França, segundo o presidente do FC Porto, Pinto da Costa.
Assim, nos compromissos dos campeões europeus que se avizinham, diante de Espanha, França e Suécia, só Pepe deverá representar a Liga portuguesa no 11 inicial de Fernando Santos. O jogo amigável com a Espanha pode servir para realizar experiências mas, mesmo assim, só Sequeira (que foi chamado porque Mário Rui não pôde viajar), Sérgio Oliveira e Rafa podem ser escolhidos, no que diz respeito a futebolistas de clubes portugueses.
História recente foi semelhante
Nas únicas finais de Europeus nas quais Portugal participou (2004 e 2016), praticamente metade da equipa inicial era composta por futebolistas que representavam clubes portugueses. Mas noutros torneios, também recentes, encontrámos o extremo oposto.
O mais recente foi a fase final do Mundial 2014. Nos últimos dias de Paulo Bento enquanto selecionador nacional, o jogo inaugural diante da Alemanha contou com Rui Patrício na baliza, o único jogador da Liga portuguesa. O compromisso seguinte diante dos Estados Unidos da América só contou com André Almeida no 11 inicial, enquanto Beto (Sevilha) foi o guarda-redes titular.
Uns anos antes, no jogo de abertura do Mundial 2006, frente ao Irão, novamente só o guarda-redes jogava em Portugal e novamente pelo Sporting: Ricardo, na altura.
Aliás, este cenário de apenas o guarda-redes alinhar por um clube português foi uma constante no 11 inicial da seleção portuguesa, naquela fase. Porque os futebolistas escolhidos eram praticamente os mesmos do Europeu 2004 – a diferença é que, entretanto, todos os campeões europeus pelo FC Porto em 2004 já tinham abandonado o Dragão e o campeonato português.
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