O Sporting foi alvo de vários e constantes ataques informáticos. As passwords dos emails eram simples e continham apenas três caracteres, sendo muitas vezes apenas “SCP”.
O administrador do sistema informático do Sporting CP, David Tojal, foi testemunha na décima sessão do julgamento de Rui Pinto, esta quarta-feira. Assim que chegou ao clube, em 2010, questionou a complexidade das passwords. “As passwords tinham três caracteres e maior parte era SCP”, revelou.
A simplicidade da segurança cibernética levou a ataques informáticos “massivos” e constantes. Tojal disse em tribunal que o clube se apercebeu do ataque informático quando teve um problema nos emails e viu publicado no blogue “Football Leaks” o contrato de Jorge Jesus, então treinador da equipa principal.
“Detetámos lentidão no sistema, nos emails e decidimos reiniciar o servidor. Quando o ligámos, verificámos que tínhamos um problema com a base de dados dos emails. Ficou corrompida. Aí, parámos todo o trabalho de recuperação de emails e fomos tentar perceber o que se tinha passado”, explicou, citado pela Rádio Renascença.
Rapidamente, o técnico colocou passwords com seis letras nas caixas de correio eletrónico. No entanto, a direção ‘leonino’ achou complexo demais e pediu para que simplificasse as senhas de acesso. “Era demais para a cabeça deles, mas mantive os seis caracteres”, disse na sessão desta quarta-feira, citado pelo Observador.
Ainda sobre os ataques informáticos, Tojal acrescenta que percebeu que a ferramenta usada pelo hacker teria levado cópias de informação. “Pedimos ajuda a uma empresa e mesmo assim não se conseguiu”, realçou.
No entanto, graças a isso foi identificado o IP do computador que estava a levar a cabo os ataques informáticos. Assim, descobriu-se que vinham da Hungria e, um deles, veio da cidade do Porto. Era precisamente na Hungria que vivia Rui Pinto. Além disso, o jovem tinha estudado no Porto.
Em apenas um dia, Afonso Rodrigues, técnico especialista informático na Policia Judiciária, disse que se verificaram mais de 27,6 mil linhas de ataque ao Sporting.
“Os programas usados no ataque corriam em dois sistemas operativos que permitiam acessos fidedignos e ilegítimos”, explicou. “Os pedidos enviados ao servidor eram feitos a um ou três segundos. Humanamente impossível numa utilização normal do email”.
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