A Holanda conquistou este sábado o terceiro lugar do Mundial de futebol de 2014, ao vencer o anfitrião Brasil por 3-0, em encontro disputado na capital Brasília.
Robin van Persie, aos três minutos, de grande penalidade, Daley Blind, aos 17, e Georginio Wijnaldum, aos 90+1, selaram o triunfo dos holandeses.
Desta vez, a seleção canarinha tem mesmo razão de queixa da arbitragem. A falta que deu origem ao primeiro golo dos holandeses, a abrir a partida, foi cometida por Thiago Silva fora da grande área.
A Holanda atingiu pela quinta vez o “top 4″ do Mundial, depois dos segundos postos de 1974, 1978 e 2010 e do quarto de 1998.
Por seu lado, o Brasil, que nas meias-finais tinha sido goleado por 7-1 pela Alemanha, falhou o pódio pela terceira vez consecutiva, precisamente depois do “penta”, conquistado em 2002 sob o comando de Luis Filipe Scolari, que hoje se deve despedir do comando técnico da canarinha.
Holanda entra forte, marca dois golos e gere Brasil
A entrada forte da Holanda no jogo foi determinante para o que se viria a passar posteriormente, com o Brasil a repetir nesta fase inicial erros crassos defensivos pelos quais viria a pagar, mais uma vez, um preço alto.
O primeiro golo da partida surgiu logo aos 3 minutos, num lance iniciado no meio campo, com Robben a tocar de cabeça a bola, com David Luiz nas costas, para Van Persie, e este a devolver para a desmarcação do mesmo Robben, que rodou e deixou o central brasileiro “nas covas”. Isolou-se e foi travado em falta à entrada da área por Thiago Silva.
Seria livre direto à entrada da área, quase em cima do risco, mas o árbitro argelino cometeu dois erros, o primeiro ter assinado penálti, que Van Persie transformou, o segundo ter mostrado o amarelo ao central brasileiro, quando se justificava o vermelho.
O certo é que este golo voltou a lançar a desorganização no processo defensivo brasileiro, com erros posicionais, precipitação no tempo de entrada aos lances e desconcentrações, que a Holanda aproveitou muito bem para chegar ao segundo golo aos 17 minutos, a explorar um dos muitos disparates de David Luiz, que poderia ter tocado a bola de cabeça por cima da baliza e foi fazê-lo para o único sítio “proibido”, na zona frontal à sua baliza, onde Daley Blind apareceu a finalizar.
De resto, foi uma constante ao longo do jogo as sucessivas saídas de David Luiz da sua posição, já repetidas em jogos anteriores, a abrir buracos no eixo da sua defesa que não eram devidamente compensados, deixando perceber alguma ausência de liderança na equipa técnica face à não correção destes excessos do central contratado por 50 ME pelo Paris Saint-Germain.
Outro aspeto de natureza tática que facilitou o trabalho defensivo dos holandeses foi a aposta de Scolari em médios do corredor central (nada menos de cinco: Luiz Gustavo, Paulinho, Óscar, Ramires e Willian) quando a Holanda joga basicamente em 3x5x2 e tem no eixo central a maior concentração de unidades.
É certo que Óscar e Willian “caíam” nas faixas, mas optavam sempre por diagonais interiores, agravando o povoamento no corredor central, onde a Holanda parava sem grandes problemas os lances de ataque do Brasil.
Por outro lado, a Holanda tinha Robben, quiçá o melhor jogador deste Mundial, nas transições ofensivas e o Brasil simplesmente não conseguiu pará-lo até ao intervalo.
Na segunda parte, Scolari lançou Fernandinho para marcar diretamente Robben, com instruções para entrar rijo sobre o holandês, que sofreu algumas entradas duras e perdeu algum fulgor, mas o problema do Brasil de afunilamento do jogo subsistiu, sem soluções para abrir espaços numa defesa holandesa que conseguiu manter a sua baliza inviolável, mesmo tendo alguns momentos de relaxamento.
Seria ainda a Holanda, que geriu os dois golos de vantagem durante toda a segunda parte, a chegar ao terceiro golo, aos 90+1 minutos, por Wijnaldum, já depois de Scolari ter lançado Hernanes e Hulk na tentativa de, pelo menos, marcar o golo de honra.
Estava feito o 3-0, a segunda pior derrota de sempre do Brasil em Mundiais, igual ao da final de 1998, frente à então anfitriã França, e apenas melhor do que o massacre de há quatro dias, face à Alemanha, os inesquecíveis 1-7 do Mineirão.
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