O selecionador Fernando Santos afirmou que Portugal está preparado para defrontar a Suécia sem Cristiano Ronaldo e considerou que os escandinavos serão muito importantes nas contas finais do Grupo 3 da Liga das Nações de futebol.
“Esta equipa já demonstrou que tem capacidade coletiva para resolver as dificuldades que são colocadas. Tenho confiança absoluta. Gostava de ter Cristiano Ronaldo. Nenhuma equipa fica mais forte sem o melhor do mundo, mas tenho confiança absoluta nos que vão entrar em campo”, afirmou esta terça-feira Fernando Santos, recusando divulgar quem será o substituto do capitão da seleção nacional frente à Suécia.
“Amanhã [quarta-feira], por volta a 18:00, vão saber”, acrescentou.
O selecionador falava aos jornalistas na Cidade do Futebol, em Oeiras, na conferência de imprensa de antevisão do encontro de quarta-feira com os suecos, da quarta jornada do Grupo 3 da Liga das Nações, que irá decorrer no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
“Uma alteração na equipa vou ter de fazer. Não queria, mas tem de ser [Ronaldo]. Poderá acontecer mais uma ou outra, mas a equipa a equipa não será muito diferente daquela que jogou com França. Há também a questão da frescura física dos jogadores”.
Para Fernando Santos, a Suécia, que Portugal venceu por 2-0 em Solna, na segunda jornada, é uma equipa de “grande qualidade, que trabalha muito e com qualidade técnica”. “Está em último lugar, mas as contas do grupo passam muito por esta Suécia. É muito importante vencer”, frisou o selecionado luso.
Positivo de CR7 criou alguma “apreensão e ansiedade”
Na mesma conferência de imprensa, Fernando Santos afirmou que o caso positivo da covid-19 de Cristiano Ronaldo criou alguma “apreensão e ansiedade” e lembrou que a seleção portuguesa de futebol está “numa bolha há mais de uma semana”.
“Ontem [segunda-feira] à noite, depois do teste, Ronaldo e todos os jogadores entraram em isolamento. Durante a noite, soubemos do teste positivo e de manhã Ronaldo voltou a ser testado, assim como os outros jogadores. Está no quarto, está bem e assintomático. Nem percebo o que lhe aconteceu. São momentos difíceis e, no início, há sempre espaço para apreensão e ansiedade. Depois, tudo acalma e tudo volta ao normal. Restantes jogadores estão negativos e a vida continua” afirmou Fernando Santos.
“Faz hoje oito dias que estamos aqui confinados. O staff e os jogadores foram todos testados. Estamos numa bolha. Não há ninguém de fora. Os jogadores e nós todos temos cumprido as regras de segurança. E aconteceu. Fizemos seis, sete testes. Fomos testados todos os dias. Por isso, ninguém ainda percebeu esta questão da covid-19. Cumprimos à regra tudo, mas infelizmente aconteceu”, lamentou o técnico de 66 anos.
Santos admitiu que a caso positivo de Ronaldo foi o “terceiro momento difícil” vivido durante a última semana, depois de José Fonte e Anthony Lopes também terem sido dado como infetados com o novo coronavírus.
“O Fonte ia jogar com a Espanha e tive de alterar. No segundo jogo, não houve alteração. Tivemos a infelicidade de ter dois jogadores com testes positivos. E hoje voltámos a ter essa questão. É uma questão muito anormal”, referiu.
Ronaldo é uma baixa maior, diz Rúben Dias
Na mesma intervenção, o defesa Rúben Dias garantiu que os jogadores estão preparados para este tipo de situações e que, neste momento, a covid-19 “faz parte do jogo”.
“Tudo o que estamos a viver faz parte do jogo e é preciso lidar com isso. Estamos preparados para qualquer situação que aconteça. Estamos a aprender a viver assim com todos os cuidados que temos de ter. Qualquer jogador que se ausente devido à pandemia é uma baixa de peso, mas o Ronaldo é uma baixa maior que outros jogadores”, confessou o central do Manchester City.
“Não há muito a dizer [sobre a situação]. A partir do momento em que surgiu a notícia, ele foi imediatamente isolado e a mensagem que nos transmite é que está connosco e que amanhã temos um jogo para amanhã”, disse ainda Rúben Dias, em declarações à RTP.
Positivo de CR7 lança alerta de que “ninguém está livre”
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública disse que caso do futebolista internacional português pode servir como novo alerta à população de que “ninguém está livre”.
“Já sabíamos que ninguém estava livre de poder ser infetado. Esta situação dá um mediatismo maior. Viraliza a situação perante a opinião pública de que ninguém está livre de desenvolver a infeção. Pode despertar a atenção das pessoas para a necessidade de cumprir as medidas pedidas pelas autoridades de saúde”, referiu Ricardo Mexia.
Pelo mesmo caminho vai o virologista Pedro Simas, que considerou que “se há algo de positivo nesta situação” é essa chamada de atenção para a importância da responsabilidade individual de cada um, de “usar a máscara” e adotar outras medidas preventivas, até porque “se chegou à seleção, pode chegar a qualquer lado”.
Simas lembra que o caso estará enquadrado dentro de “regras bem definidas” pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela UEFA, “que dizem o que tem de ser feito”.
O caso positivo de Ronaldo foi notícia um pouco por todo o mundo nesta quarta-feira.
Além da partida desta quarta-feira frente à Suécia, o internacional português deverá falhar alguns jogos com a Juventus.
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