Porto 1-0 Gil Vicente | Dupla Shoya-Evanilson embala “dragão”

Difícil, mas justo. O FC Porto recebeu o Gil Vicente numa noite chuvosa no Dragão, dominou claramente até aos 75 minutos – altura em que Zaidu foi expulso – e venceu por 1-0.

Um resultado magro para uma equipa que teve muita bola e criou diversos lances para marcar (como comprovam os 2,9 Expected Goals), incluindo uma grande penalidade, batida por Matheus Uribe e defendida por Denis. O golo solitário do encontro foi apontado pelo estreante Evanilson, mas a estrela da partida foi outra.

O jogo explicado em números

  • Sérgio Conceição procedeu a diversas alterações ao “onze” inicial em relação ao jogo em Manchester na quarta-feira. Manteve o sistema de três centrais, desta feita com Zaidu a fazer as vezes de Sarr, e com Shoya Nakajima, Evanilson e Toni Martínez a começarem de início, nos lugares de Luis Díaz, Moussa Marega e Sérgio Oliveira.
  • Muita chuva no Dragão, a testemunhar a um Porto dominador, virado para a frente. Primeiro quarto-de-hora com muita bola (63%), cuidado no passe (85% de eficácia), mas nenhum remate perante a defesa sólida dos minhotos, e apenas cinco duelos individuais ganhos num total de 15. Os visitantes estavam confortáveis na expectativa e adaptados às condições pesadas do desafio.
  • O jogo manteve-se nesta toada, morna, sem motivos de interesse, a não ser o facto de o Gil começar a surgir com grande perigo junto da grande área portista. Aos 26 minutos, num contra-ataque com superioridade numérica dos homens de Barcelos, Samuel Lino teve todo o tempo do Mundo para rematar para golo, mas demorou a executar e perdeu grande ocasião.
  • À passagem da meia-hora o jogo mostrava um Porto dono da bola (63% de posse), dois remates, um enquadrado. Ao invés, o Gil Vicente registava já três, dois deles enquadrados – o primeiro disparo enquadrado do Porto aconteceu aos 29 minutos, com o estreante (na Liga e a titular) Evanilson a cabecear para grande defesa de Denis.
  • Aos 32 minutos, Evanilson cabeceou à barra, numa altura em que o Gil começava a mostrar dificuldades para lidar com a grande quantidade de jogadores que o Porto colocava na grande área.
  • E assim, foi com naturalidade que o Porto chegou ao golo. Aos 41 minutos, Evanilson, em estreia a titular e na Liga, só teve de encostar um passe de Shoya Nakajima, também ele em estreia a titular esta temporada. Um golo ao quinto remate portista, terceiro enquadrado.
  • Intervalo O Porto demorou a “entrar” no jogo, sentiu algumas dificuldades no “novo” esquema de três defesas e com as muitas alterações que realizou para esta partida. Sofreu alguns contragolpes que podiam ter dado golo aos gilistas, mas assentou ideias bem a tempo, em especial quando Jesús Corona mudou para o lado esquerdo e Manafá para o direito. Os minhotos até chegaram ao intervalo com mais um remate, mas o jogo foi do “dragão”, que acabou por ter as melhores ocasiões, inclusive uma bola à barra, dominou e marcou por Evanilson, a passe de Nakajima. O japonês foi o melhor na primeira parte, com um GoalPoint Rating de 6.8. Shoya fez uma assistência, só falhou dois de 29 passes, somou três acções defensivas no meio-campo contrário e ainda fez seis recuperações de posse e duas intercepções.
  • O juiz indicou braço na bola de Ygor Nogueira na área, após consulta do VAR. Na cobrança do penálti, aos 59 minutos, Matheus Uribe atirou forte, mas Denis realizou uma defesa estupenda, a negar o ampliar do resultado. Isto numa altura em que só dava Porto, com os “dragões” a registarem 73% de posse de bola à hora de jogo, quatro remates e os gilistas a não conseguirem mais do que duas acções com bola na área do Porto desde o intervalo.
  • O Gil como que desapareceu do jogo e, por volta dos 70 minutos, contabilizava somente 26% de posse de bola no segundo tempo. Apenas a diferença mínima no marcador mantinha os minhotos com esperança em algo diferente no resultado. Rodrigo, com cinco alívios, dois bloqueios de remate e um corte decisivo, era o jogador em evidência nos forasteiros nesta fase, salvando a sua equipa de males maiores.
  • Aos 74 minutos, porém, Zaidu viu segundo amarelo e respectivo vermelho, deixando o “dragão” reduzido a dez elementos. E a partir desse momento, os gilistas partiram em busca de um golo e de um ponto. O Porto teve de cerrar fileiras e fechar os caminhos para a a sua baliza, e conseguiram seguram a valiosa vantagem, negando aos visitantes qualquer remate enquadrado no segundo tempo.

O melhor em campo GoalPoint

O japonês viveu um final de época passada, início desta, com alguns problemas, alegadamente devido à pandemia de Covid-19. Falou-se mesmo da sua saída, mas Shoya Nakajima voltou aos treinos e, aos poucos, parece ter recuperado a confiança de Sérgio Conceição.

Este sábado foi titular e não desiludiu, tendo sido mesmo o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.5. O criativo fez a assistência para o único golo da partida, enquadrou os dois remates que realizou, teve êxito nas duas tentativas de drible e entregou-se de corpo e alma ao trabalho defensivo, com oito recuperações de posse, cinco acções defensivas no meio-campo contrário (máximo da partida), dois desarmes e três intercepções.

Jogadores em foco

  • Evanildo 7.1 – Estreou-se pela equipa na Liga dos Campeões, foi titular pela primeira vez na estreia na Liga e marcou o golo da vitória, acertando na barra num dos três remates que realizou. Com o segundo melhor rating do jogo, fez ainda dois passes para finalização e somou cinco acções com bola na área contrária.
  • João Talocha 6.8 – O ala-esquerdo foi o melhor elemento do Gil. Num jogo em que os minhotos apenas tiveram jogo ofensivo consistente nos últimos 20 minutos, Talocha terminou a partida com relevantes cinco passes para finalização, completou as duas tentativas de drible, todas no último terço, e registou cinco recuperações de posse.
  • Denis 6.7 – O guardião gilista fez de tudo para evitar a derrota, inclusive defendeu uma grande penalidade, com uma grande estirada a conversão de Uribe. Denis terminou o jogo com cinco defesas, quatro a remates na sua grande área, duas a disparos a menos de oito metros.
  • Rodrigo 6.7 – Durante grande parte do segundo tempo, o Porto sufocou o Gil, que praticamente não saiu da sua grande área. O central acabou o jogo com nove recuperações de posse e 13 acções defensivas, com destaque para dois bloqueios de remate e um corte decisivo.
  • Jesús Corona 6.7 – O mexicano começou no flanco direito, mas só no esquerdo encontro a liberdade para causar desequilíbrios. Corona criou uma ocasião flagrante em cinco passes para finalização, realizou cinco passes valiosos (certos nos últimos 25 metros), teve sucesso em dois dos três cruzamentos que arrancou e tentou o drible em dez ocasiões, com êxito em cinco, três no último terço.
  • Fábio Vieira 6.4 – O jovem portista vai tendo a confiança de Conceição e tem feito por a merecer. Excelentes os números do médio, que fez quatro remates, completou 90% dos 51 passes que realizou, somou seis acções com bola na área contrária e completou três das cinco tentativas de drible, todas no último terço.

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