Benfica 3-0 Standard Liège | “Águia” voa de forma imperial

A noite foi de festa no Estádio da Luz para os cerca de 4875 espectadores – 7,5% por cento da lotação – que se deslocaram ao reduto dos “encarnados” esta quinta-feira.

O Benfica venceu por 3-0 – bis de Pizzi e outro tento de Waldschmidt – e convenceu nesta recepção ao Standard Liège, num duelo a contar para a 2ª jornada do Grupo D da Liga Europa. As “águias” somam dois triunfos e partilham a liderança com o Rangers, que derrotou o Lech Poznań por 1-0.

O jogo explicado em números

  • Algumas surpresas no “onze” inicial escolhido por Jorge Jesus, sendo que a maior de todas passou pela inclusão de Diogo Gonçalves no lado direito da defesa, posição que vinha a ser de Gilberto desde que André Almeida se lesionou com gravidade em Vila do Conde. De realçar, ainda, a presença dos nomes de Nuno Tavares, Pizzi, Gabriel, Pedrinho e Waldschmidt. Do outro lado, Carcela foi titular neste regresso ao Estádio da Luz. Campeão na época 2015/16, o extremo marroquino foi utilizado na altura por Rui Vitória em 29 jogos e apontou três golos.
  • Entrada dinâmica e afirmativa das “águias” em cena. A equipa desde os primeiros instantes que assumiu as rédeas da partida e foi em busca do golo. Aos 15 minutos já amealhava cinco remates – apenas um enquadrado -, um canto, 140 passes trocados (93% de eficácia) e 80% de posse de bola e mostrava, ainda, muita variabilidade nas suas acções: 35% dos ataques foram pelo lado direito, 34% pelo corredor oposto e 30% pela zona central.
  • Aos 17 minutos, Nuno Tavares ligou o “turbo”, tirou dois defensores do caminho, mas na hora H, em vez de rematar, preferiu assistir Darwin, desperdiçando soberana ocasião para inaugurar a contenda. A pressão alta dos anfitriões estava a ser bem urdida, pois conseguia neutralizar a primeira fase de construção dos belgas, obrigando-os recuar as linhas, a procurar uma saída mais longa e a tentar surpreender em rápidas transições, algo que conseguiram fazer três vezes, mas Vlachodimos foi sempre lesto a sair dos postes, evitando males maiores.
  • No período de menor fulgor, Diogo Gonçalves cruzou, o guarda-redes Bodart sucou a bola em direcção a Pizzi que, à entrada da área, atirou com força, mas falhou o alvo, a seis minutos do intervalo. Foi a sétima tentativa de visar a baliza dos “encarnados”, face às zero do Standard Liège.
  • Intervalo Nulo ao descanso. O maior predomínio do Benfica apenas não se expressava no marcador. Desde cedo que a formação da casa assumiu as despesas da partida, remeteu o Standard aos últimos 30 metros, mas não conseguiu encontrar o caminho do golo, ora por alguma precipitação no momento do último passe ou remate, ora por mérito da organização defensiva contrária. Nestes primeiros 46 minutos, realce para alguns nomes. Confiante, acutilante e incisivo a explorar o corredor, Nuno Tavares apresentou-se a um grande nível e foi um dos principais dinamizadores do ataque da águia, sendo que defensivamente sempre deu conta do recado perante Carcela e Fai. O lateral-esquerdo fez um remate, dois passes para finalização, dois passes valiosos, cinco acções com a bola dentro da área adversária, sofreu três faltas e foi 100% eficaz nos dribles -quatro tentados e outros tantos realizados com eficiência. O camisola 71 teve um GoalPoint Rating de 6.2. Everton 6.2 (com menos 5 milésimas que Tavares) e Pizzi 6.1 também estiveram em destaque.
  • À passagem do minuto 48, Bokadi cometeu falta sobre Waldschmidt e foi assinalada grande penalidade pelo árbitro francês François Letexier. Da marca dos 11 metros, Pizzi não vacilou, inaugurou a contagem e assinou o quarto tento consecutivo na Liga Europa. A salientar o entendimento entre Rafa (que entrou ao intervalo para o lugar de Pedrinho) e Diogo Gonçalves que esteve na génese da jogada.
  • Aos 59 minutos, na primeira vez que conseguiu visar a baliza benfiquista em todo o encontro, o Standard ia marcando por intermédio de Vanheusden, porém Vlachodimos conseguiu deter o “tiro” do central belga. Na resposta, decorria o minuto 63, a dupla Darwin e Waldschmidt quase funcionou na perfeição, mas o remate do uruguaio, após o passe do alemão, saiu um pouco ao lado.
  • Aos 65 minutos, mais uma grande penalidade a beneficiar as “águias”. Gabriel abriu a passadeira para Nuno Tavares, que arrancou e apenas foi travado em falta por Fai. Desta feita, Waldschmidt rematou em força e dilatou a vantagem dos comandados de Jorge Jesus. 
  • No momento de maior nota artística da noite, aos 76 minutos, Pizzi, com um remate em arco descaído sobre o lado esquerdo, bisou e apontou um golaço. Dois minutos volvidos, o capitão foi aplaudido e substituído pelo jovem Gonçalo Ramos, que desta forma realizou os primeiros minutos com a equipa principal esta época.
  • Triunfo categórico das “águias” que voaram de forma imperial neste duelo inédito. No confronto com emblemas belgas, o Benfica passou a somar a oitava vitória e dois empates. Depois do desaire ante o PAOK, os homens de JJ contam por sucessos os últimos sete duelos que fizeram.

O melhor em campo GoalPoint

E o MVP da partida é? Se disse Pizzi, acertou em cheio. O internacional português rubricou uma magnífica exibição e foi determinante neste êxito “encarnado”. Intenso nas suas acções, salientando-se a forma como reagiu na recuperação pós-perda de bola, contabilizou seis recuperações de posse, dois desarmes e uma intercepção. No ataque, a qualidade de sempre, fez três remates e marcou dois golos, o último dos quais merece ser visto e revisto. Além disso, acertou dois passes para finalização, nove passes valiosos (feitos a menos de 25 metros da baliza), dez passes progressivos certos, três acções na área contrária, foi quem mais teve acções com o esférico, ao todo 112, e averbou um GoalPoint Rating de 8.6.

Jogadores em foco

  • Nuno Tavares 7.1 – Uma das melhores “performances” do lateral-esquerdo desde que chegou à equipa principal. Quase sempre decidiu da melhor forma e foi acumulando inúmeras acções positivas. Fez o primeiro remate do jogo logo aos quatro minutos, e as boas incursões culminaram com dois passes para finalização, três passes valiosos, 99 acções com a bola, apenas foi superado nas acções com bola (7) na área contrária por Waldschmidt que teve oito, sofreu quatro faltas e pelo menos por esta noite fez esquecer a influência de Grimaldo.
  •  Waldschmidt 7.1 – Nunca desistiu e parece que encontrou outro aliado com a entrada de Rafa. Na zona entre linhas, foi espalhando veneno, com passes açucaradas e sempre em busca de uma linha de passe. Das suas notas finais, destacamos um golo – em cinco remates -, seis passes valiosos, oito acções com a bola dentro da área do Standard e sofreu a falta que originou o primeiro tento.
  • Everton 6.7 – Espalhou classe e foi um dos principais dinamizadores das investidas do Benfica. Com a bola colada aos pés e sempre de cabeça erguida, foi dinamitando a barreira defensiva belga. Terminou o duelo com uma assistência para golo, cinco acções com a bola no interior da área adversária, seis dribles eficazes em oito tentativas e ainda cinco recuperações de bola.
  • Otamendi 6.6 – Argentino mais confiante e com outras rotinas, exibiu-se a um bom nível e foi uma espécie de “patrão” da defesa, que pelo segundo consecutivo não consentiu golos. A mencionar, os dez passes progressivos feitos, nove recuperações do esférico, três desarmes, duas intercepções e três duelos aéreos ofensivos ganhos.
  • Rafa Silva 5.3 – Tal como no embate na Polónia, foi lançado ao intervalo e justificou a confiança da equipa técnica, imprimindo velocidade e dando mais opções à equipa. Entendeu-se bem com Diogo Gonçalves.
  • Diogo Gonçalves 4.9 – A primeira parte não foi famosa, mas ressurgiu após o descanso e esteve mais confiante, descobriu Waldschmidt no lance que terminou no primeiro golo da partida gizou dois passes valiosos, sete cruzamentos, alcançando 91% de eficácia nos passes (seis falhados em 67), 93 acções com bola e um grande corte perante um ataque de Avenatti. Porém, ia “borrando a pintura” e escapou da expulsão depois de derrubar Gavory (86’).
  • Mehdi Carcela 4.9 – Regresso infeliz do marroquino à Luz. Nunca conseguiu superar a marcação de Nuno Tavares, falhou 14 passes, quatro dos quais de risco, mas ainda tentou remar contra a maré – dois remates e dois dribles em três tentados feitos com êxito.

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