Mais uma grande surpresa nesta sexta-jornada da Liga NOS. No jogo de fecho da ronda, o Benfica deslocou-se ao terreno do Boavista e perdeu por expressivos 3-0, golos de Angel Gomes, Elis e Hamache.
Os comandados de Jorge Jesus nunca entraram o jogo, permitiram muitos ataques ao seu opositor, em especial no primeiro tempo, demonstrando lacunas no meio-campo, e o Boavista não se fez rogado, conseguindo a primeira vitória neste campeonato, ao mesmo tempo precipitando a primeira derrota dos “encarnados”. Com este desfecho, o Benfica caiu para o segundo lugar, sendo o primeiro ocupado pelo Sporting.
O jogo explicado em números
- Jorge Jesus procedeu a várias alterações em relação à equipa que bateu o Belenenses SAD na quinta jornada, por 2-0. Grimaldo (lesionado), Weigl, Rafa Silva e Seferovic deram lugar a Nuno Tavares, Gabriel, Pizzi e Waldschmidt. E essas mudanças não trouxeram resultados.
- O Benfica estava a ter mais bola, mas o Boavista era dono dos dois únicos disparos do encontro, quando, aos 11 minutos, Darwin Núñez marcou, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. A vida não estava fácil para os “encarnados”, que chegaram ao primeiro quarto-de-hora com 69% de posse, mas não encontravam espaços para alvejar a baliza de Léo Jardim. Assim, os “axadrezados” chegaram à vantagem sem surpresa.
- O árbitro assinalou falta de Everton “Cebolinha” sobre Angel Gomes na grande área e, na conversão da grande penalidade, o próprio Angel não desperdiçou. Um golo que surgiu ao quarto disparo dos homens da casa, primeiro enquadrado, numa altura em que o Benfica não contava com nenhum “tiro”. E sentia dificuldades para lidar com a grande intensidade dos anfitriões.
- Em cima do minuto 30, o primeiro remate do Benfica no jogo, e logo para uma ocasião soberana. Taarabt cruzou da direita e, sem marcação, à entrada da pequena área, Vertonghen cabeceou violentamente, mas à figura de Léo Jardim. Nesta fase as “águias” continuavam a dominar, com 65% de posse, mas permitiam muitas jogadas de perigo, fruto do superioridade do meio-campo boavisteiro, rápido na reacção à perda e mais ainda a colocar a bola lá na frente.
- Angel Gomes, com um rating de 7.0, liderava os ratings nesta fase, fruto do golo, do penálti que ganhou, mas também dos dois dribles completos em quadro tentativas, ambos no último terço. O melhor do Benfica era Taarabt, com 5.8, uma ocasião flagrante criada e três dribles eficazes em três.
- As facilidades boavisteiras perante a falta de “filtro” no meio-campo eram tantas que o segundo golo dos da casa surgiu aos 38 minutos. O possante Alberth Elis irrompeu pela área do Benfica e, alheio à oposição, atirou colocado, ao nono remate do Boavista no jogo, terceiro enquadrado.
- Grande primeira parte do Boavista, péssima do Benfica. Os “axadrezados” posicionaram-se de forma perfeita no meio-campo, aplicaram uma pressão forte sobre o portador da bola benfiquista, cortaram linhas de passe e chegaram muito rápido ao ataque, criando os melhores lances. Ao intervalo, os 11 remates dos da casa contra apenas um dos lisboetas mostravam bem a superioridade anfitriã, que nem os 64% de posse dos forasteiros disfarçam. O melhor em campo nesta fase era Angel Gomes, com um GoalPoint Rating de 7.4, um golo, um penálti ganho, dois dribles eficazes em quatro e cinco acções com bola na grande área benfiquista.
- No primeiro quarto-de-hora do segundo tempo, o Benfica conseguiu estancar um pouco o jogo boavisteiro, chegando a esta fase com 61% de bola e dois remates, nenhum enquadrado, e limitando os contrários a apenas um disparo (enquadrado). Ainda assim, cinco acções com bola das “panteras” na área benfiquista, contra apenas uma acção das “águias” do outro lado.
- O aqueceu um pouco e, aos 70 minutos, o Boavista registava já 24 faltas, 11 delas desde o intervalo. O Benfica chegava aos 73% de posse, num jogo que se tornava de sentido único, mas só quatro remates e nenhum com boa direcção. A pressão era intensa, mas esbarrava na defesa muito fechada dos homens da casa, que tentavam lançar a velocidade de Elis na resposta.
- E aos 76, numa dessas respostas, o Boavista chegou mesmo ao 3-0. Contra-ataque rápido, Paulinho contemporizou e cruzou atrasado para o remate potente de Hamache. Estava garantida a vitória dos da casa ainda com cerca de 15 minutos para se jogar, pairando no Bessa o espectro de escândalo.
- Triunfo claro e merecido do Boavista, que venceu pela primeira vez e mostrou ter a lição muito bem estudada para anular as movimentações ofensivas dos “encarnados” e aproveitar os muitos “buracos” na sua defesa.
O melhor em campo GoalPoint
Mais um extraordinário jogo de Angel Gomes, que cada vez mais promete ser uma das grande figuras deste campeonato. O extremo desfez por completo o meio-campo e a defesa dos “encarnados”, sendo justamente o melhor em campo no Bessa, com um GoalPoint Rating de 7.4. Começou por arrancar uma grande penalidade a Everton “Cebolinha”, e o próprio converteu o castigo máximo no 1-0. Depois esteve na origem do 2-0, de Elis, e acabou por sair aos 68 minutos, lesionado. Ao todo somou cinco acções com bola na área benfiquista, tudo na primeira meia-hora, e completou dois de quatro tentativas de drible. Defensivamente fez três intercepções.
Jogadores em foco
- Hamache 7.2 – O ala esquerdo foi muito competente tanto a atacar, como a defender. O francês de origem argelina fez o 3-0, somou sete recuperações de posse, três intercepções e outros tantos alívios.
- Reisinho 6.9 – Jogo estupendo do médio do Boavista, a “varrer” todo o meio-campo. Inteligente na ocupação dos espaços e a cortar linhas de passe, contabilizou cinco intercepções, máximo do encontro, completou as duas tentativas de drible e fez três passes para finalização.
- Elis 6.4 – Um poço de força e velocidade, foi forte demais para uma defesa do Benfica que tinha de lidar com a subida em bloco do “miolo” contrário e, ao mesmo tempo, tentar travar um jogador superior em força e rapidez, a ganhar as costas dos centrais e aproveitando as subidas dos laterais. O hondurenho fez um golo, enquadrou os três remates, somou sete acções com bola na área contrária, completou três de sete tentativas de drible e participou em dez duelos aéreos ofensivos, ganhando dois. As duas ocasiões flagrantes falhadas afectaram-lhe a nota final.
- Rafa Silva 6.1 – O melhor elemento das “águias” apesar de só ter entrado ao intervalo. Rafa completou quatro das cinco tentativas de drible, fez quatro passes valiosos e sofreu cinco faltas, máximo do jogo a par de Taarabt.
- Darwin Núñez 4.3 – Muito esforçado e voluntarioso, desta vez o atacante foi completamente anulado. Somou relevantes sete acções com bola na área contrária, mas não foi além de dois remates, um enquadrado, acertando apenas metade dos 14 passes e caindo duas vezes em fora-de-jogo.
- Everton “Cebolinha” 3.8 – O mistério da jornada. O internacional brasileiro foi uma sombra do que mostrou nas primeiras rondas e foi o jogador com pior rating, com uma grande penalidade cometida, somente 17 acções com bola e praticamente zero em termos ofensivos. Saiu ao intervalo.
Resumo
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