O médio esteve “on fire” e liderou, com um golo e duas assistências, a reviravolta dos “dragões”, que estiveram a perder por 0-1 na recepção deste domingo ao Portimonense, mas acabaram por vencer por 3-1, num embate a contar para a 7ª jornada do campeonato.
Os algarvios, que contabilizaram o terceiro desaire consecutivo na prova, bateram-se por um outro resultado até aos instantes finais e obrigaram os campeões nacionais a puxar dos galões e aumentar a rotação para poderem dar a volta a um cenário que chegou a ser complicado. Beto inaugurou o “placard”, mas Mbemba, Taremi e o já citado Sérgio Oliveira conseguiram escrever um roteiro mais feliz.
O jogo explicado em números
- Em equipa que ganha, não se mexe. E foi isso que fez o castigado Sérgio Conceição, mantendo a aposta no mesmo “onze” que iniciou o triunfo ante o Marselha. Do lado algarvio, Paulo Sérgio fez quatro mudanças relativamente à equipa que perdeu frente ao Santa Clara na última jornada. Moufi, Lucas Possignolo, Aylton Boa Morte e Beto ocuparam os lugares de Fali Candé, Pedro Sá, Welinton Jr e Fabrício.
- Apenas aos 11 minutos houve registo de um remate, quando Otávio, de fora da área, atirou por cima do alvo algarvio. Neste período inicial, os campeões tinham muitas dificuldades em ultrapassar a linha de cinco defesas construída pelos visitantes, não obstante, terem 79% da posse.
- E três minutos volvidos, um raide do Portimonense foi letal e certeiro. Anderson iniciou o lance, Moufi centrou com as coordenadas certas e, na zona do segundo poste, Beto – que há duas temporadas actuava no Olímpico do Montijo – cabeceou e inaugurou a contenda. Foi o décimo golo sofrido pelos “azuis-e-brancos” esta época em todas as competições em que marcam presença. Os números registavam uma acção com bola na área dos forasteiros e quatro na dos anfitriões, um remate para o FC Porto, dois para o Portimonense, que tinha um Expected Goals (xG) de 0,4 face aos 0,1 dos portistas.
- Uribe, na sequência de um canto, ficou a centímetros do empate. Luis Díaz (27’) tentou a sorte de fora da área e a bola passou um pouco ao lado da baliza algarvia. Apesar destes dois momentos, o FC Porto, com um futebol pouco intenso e criativo, tinha imensas dificuldades em encontrar espaços entre o “muro” defensivo adversário.
- O emblema de Portimão, sempre que tinha espaços, ameaçava e tinha cinco acções na área contra as três da equipa de Sérgio Conceição. Face ao desnorte, Taremi entrou em cena substituindo Uribe aos 31 minutos. Beto, que marcou no único remate enquadrado do encontro, gizou um passe valioso e realizou duas acções com a bola na área dos da casa, destacava-se com um GoalPoint Rating de 6.4.
- Perto do descanso havia registo para 80% da posse de bola para os donos da casa, sete remates, dois dos quais enquadrados, e sete cantos. Os visitantes tinham 20% da posse, cinco remates, um enquadrado e que resultou em golo, e três cantos. Com a entrada de Taremi, os campeões em título passaram a actuar num 1X4x4x2, com o iraniano a juntar-se a Marega, Luis Díaz e Corona actuavam pelas alas e na zona central Otávio fazia companhia a Sérgio Oliveira. O 1x5x3x2 do Portimonense permanecia inalterável e dava frutos.
- Porém, no último lance da primeira parte e já em período de descontos, depois de um canto batido por Sérgio Oliveira, Mbemba foi mais ágil do que Dener, cabeceou e empatou o duelo ao décimo remate realizado. Foi mesmo o último suspiro nesta etapa.
- Intervalo Roçou a perfeição a estratégia do Portimonense na primeira metade do encontro. Actuando com uma linha de cinco defesas, três médios e dois avançados velozes, conseguiu condicionar o jogo ofensivo do FC Porto – nenhum cruzamento eficaz em cinco feitos, 43 passes falhados em 293 tentados (87% de eficácia), oito maus controlos da posse, sete desarmes sofridos e três bolas perdidas no primeiro terço do terreno – e criou perigo sempre que se acercou dos últimos 30 metros (cinco remates feitos, quatro centros e nove dribles eficazes em dez realizados). Após o golo de Beto, e face à inoperância dos seus homens, Sérgio Conceição foi “obrigado” a mexer e com a entrada de Taremi houve mais sinais de vida dos “azuis-e-brancos”, que ainda conseguiram empatar. O melhor em campo ao cabo destes 48 minutos foi Mbemba, com um GoalPoint Rating de 6.6. O congolês assinou o golo do empate, dois remates enquadrados, apenas falhou um passe em 37 feitos (97% de eficácia) e somou três recuperações de bola.
- A segunda parte começou de feição para o FC Porto. Logo aos 46 minutos, Sérgio Oliveira assistiu e Taremi cabeceou de forma fulminante carimbando a “remontada”. Foi o primeiro tento do iraniano com as cores da nova equipa, ele que brilhou na época transacta ao serviço do Rio Ave. Dos 12 remates da equipa, quatro foram enquadrados e dois resultaram em golo.
- Sinal mais para os da Invicta, primeiro Luis Díaz foi egoísta e não assistiu Marega, preferindo rematar e atirando ao lado (65’) e depois Taremi (70’) rematou fraco e à figura de Samuel, que foi gigante oito minutos volvidos, defendendo com os pés um remate de Sérgio Oliveira. Mbemba 7.0 era, aos 74 minutos, o jogador com melhor nota do lado “azul-e-branco”, Willyan 6.7 era o destaque do lado oposto.
- Na melhor oportunidade criada na segunda parte, Dener, aos 83 minutos, subiu ao “quinto andar”, cabeceou e por muito pouco falhou o alvo. Menos acutilante do que etapa inicial, este foi o terceiro remate – todos desenquadrados – do Portimonense na segunda parte, contra os seis do FC Porto, o último dos quais por intermédio de Sarr, que ficou próximo de marcar (85′).
- A culminar uma excelente exibição, Sérgio Oliveira, assistido por Corona, rematou de forma certeira e dissipou dúvidas em relação ao vencedor desta partida. Foi o sexto golo do médio no decurso desta temporada.
- Com este triunfo, os “dragões” ficam novamente a seis pontos do líder Sporting, por seu turno os algarvios estão no último lugar da tabela classificativa. No reduto do FC Porto, em duelos do campeonato, o Portimonense perdeu nas 21 deslocações que fez. Sérgio Conceição, que este domingo cumpriu castigo e não esteve no banco, atingiu a marca das 125 vitórias enquanto timoneiro do emblema portista, igualando o registo de Jesualdo Ferreira, embora tenha precisado de menos desafios para o fazer.
O melhor em campo GoalPoint
Actualmente, Sérgio Oliveira é uma espécie de “farol” deste FC Porto e um elemento imprescindível. Surge em todo o lado, defende com afinco e é decisivo, ora assistindo, ora marcando. Até ao momento, em dez jogos oficiais apontou seis golos e, com o desta tarde/noite, o médio ultrapassou o registo que alcançou na última temporada – cinco tiros certeiros em 34 encontros. O MVP desta partida teve um GoalPoint Rating de 8.2 e, não fosse o facto de ter consentido cinco dribles (máximo no jogo), um deles no primeiro terço, e amealhado 20 perdas da bola, por exemplo, teria registado nota mais expressiva. O capitão foi autor de quatro remates, três dos quais enquadrados, e um golo. Gizou duas assistências, 91 acções com o esférico, quatro acções com a bola dentro da área do Portimonense, dois desarmes, duas intercepções e um alívio.
Jogadores em foco
- Taremi 7.1 – Demonstrou que precisa de mais minutos e começa a ser difícil explicar o porquê de não ser titular. Entrou na fase de maior aflição da equipa, foi crucial graças à presença que imprime na área adversária e na capacidade de finalização que tem. Dos dois remates que fez, marcou um golo e ainda ajudou a defender com cinco recuperações da posse.
- Willyan 7.0 – Exibição segura do central, que foi o melhor dos algarvios. Venceu cinco dos oito duelos aéreos defensivos em que interveio, perdeu apenas um dos quatro embates aéreos ofensivos que protagonizou e foi importante a construi, com dez passes longos acertados em 15 feitos.
- Mbemba 6.9 – Na ausência de Pepe, voltou a destacar-se, foi o patrão do eixo defensivo e determinante com o golo do empate que assinou.
- Corona 6.4 – Parece que não sabe jogar mal, apesar de ter tido uma “performance” menos vistosa daquilo que já nos habituou. O ponto alto foi a assistência que ofereceu a Sérgio Oliveira para o último golo da partida.
- Samuel 6.3 – Sofreu três golos, mas não foi pelo guarda-redes que o Portimonense saiu do Dragão derrotado. Foi adiando o golo até ao momento em que Mbemba cabeceou de forma certeira. Ao todo, realizou quatro intervenções, três em remates já feitos no interior da área algarvia.
- Beto 6.0 – Deu inúmeras dores de cabeça aos defensores do FC Porto, móvel, veloz e com uma técnica apreciável, não desperdiçou o único remate que fez – ainda voltou a marcar, mas o lance foi anulado pela equipa de arbitragem – e foi o jogador algarvio que mais acções teve dentro da área com a bola, no total foram cinco.
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