O SL Benfica terá pago a outros clubes não só para ganharem ao Sporting, que em 2015/16 disputava o título com as ‘águias’, mas também terá aliciado outros emblemas para perderem contra si.
A reta final da época 2015/16 do campeonato português foi de emoções à flor da pele. SL Benfica e Sporting CP lutavam taco a taco pelo título, com poucos pontos a separarem os dois emblemas. Os ‘leões’ viriam a perder o campeonato já nos últimos jogos, vendo os seus rivais terminarem a temporada com mais dois pontos.
A Polícia Judiciária (PJ) fez buscas, esta segunda-feira, nas sedes das SAD do Benfica, do Sporting e do Santa Clara. O Correio da Manhã escreve agora que a PJ suspeita que pode ter havido adulteração da verdade desportiva nesta época.
As autoridades suspeitam que emissários do Benfica aliciaram jogadores de outros clubes para perderem os jogos contra o emblema da Luz. Além disso, acreditam que o Benfica pagou a adversários do Sporting para lhe ganhar. Jorge Jesus fazia, na altura, a sua primeira época como treinador sportinguista após sair do Benfica.
O matutino escreve, esta terça-feira, que a PJ tem sob investigação vários jogos, entre os quais, um contra o Rio Ave. Conversas apreendidas nos telemóveis de vários jogadores do emblema vilacondense revelaram o aliciamento dos atletas em caso de vitória do Benfica. Os ‘encarnados’ acabariam por vencer o jogo por 0-1.
O Rio Ave acaba por não ser o único clube envolvido. Pelo menos um jogador do Marítimo confirmou ter sido aliciado com 40 mil euros para perder um jogo com o Benfica. O atleta argumenta que não recebeu qualquer dinheiro. O Benfica venceria o encontro por 0-2.
Suspeita-se ainda que jogadores madeirenses receberam para ganhar ao Sporting na última jornada do campeonato na época 2017/18.
A investigação suspeita ainda que, em 2018, o Benfica prometeu pagar 10 mil euros a cada jogador do Aves, caso ganhassem ao FC Porto. O pagamento nunca aconteceu, escreve o CM, porque o Aves perdeu com os ‘dragões’ (2-0) e os encarnados foram derrotados (0-1) pelo FC Porto na jornada seguinte.
A operação tem mais de 20 buscas em curso, nomeadamente nas instalações da SAD do Benfica e do Santa Clara, mas também em empresas e residências particulares, entre as quais a do advogado Rui Cordeiro, presidente do Santa Clara; a do administrador e diretor desportivo Diogo Boa Alma; e a do empresário brasileiro Khaled Ali Mesquita Saleh, que representa o principal acionista particular da sociedade do Santa Clara.
Um dos inquéritos centra-se em negócios relacionados com três jogadores líbios: o extremo esquerdo Hamdou Elhouni, o médio defensivo Mohamed Al-Gadi e o médio ofensivo Muaid Ellafi.
Uma fonte próxima da investigação adiantou à Sábado que um dos objetivos das buscas é cruzar as contabilidades dos dois clubes para apurar os contornos destes negócios e perceber se o Fisco foi defraudado no pagamento de impostos.
O segundo processo está relacionado com o caso Mala Ciao, que já levou os investigadores a realizarem buscas ao Benfica em junho de 2018. Em causa estarão negócios suspeitos realizados entre o Benfica e, por exemplo, o Desportivo das Aves.
Os investimentos de Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola, no Sporting CP também estão a ser investigados pela PJ. As autoridades investigam a possibilidade de ter havido branqueamento de capitais entre 2011 e 2014. O processo estará relacionado com a entrada de capital na SAD por parte de Sobrinho, através da empresa Holdimo.
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