O ciclista holandês foi suspenso por nove meses pela União Ciclista Internacional (UCI), esta quarta-feira, por ter provocado a violenta queda do compatriota na Volta a Polónia.
Em comunicado, a União Ciclista Internacional precisa que Dylan Groenewegen (Jumbo-Visma) reconheceu ter “desviado a trajetória” do sprint e ter infringido as normas da UCI, na primeira etapa da Volta a Polónia, disputada a 5 de agosto.
“O corredor colaborou com a investigação e aceitou cumprir um período de suspensão até 7 de maio de 2021, correspondente a um período de nove meses desde a data do incidente. O ciclista também aceitou participar em atividades em benefício da comunidade velocipédica”, lê-se na nota.
A UCI justifica a sua inédita decisão – é a mais pesada sanção aplicada a um corredor sem ser por doping – com a “importância de agir neste tipo de incidentes de um ponto de vista disciplinar, de forma consistente” e de continuar a trabalhar para melhorar a segurança na estrada.
Groenewegen tinha sido suspenso pela própria equipa, a 7 de agosto, logo após ter originado a violenta queda do compatriota Fabio Jakobsen (Deceuninck-QuickStep), ao atirá-lo contra as barreiras num sprint a 80 km/hora.
O jovem holandês, agora com 24 anos, ficou em estado grave e foi mesmo colocado em coma induzido pelos médicos, após ter embatido com o rosto nas baias de ferro que ladeavam a chegada à meta.
Jakobsen perdeu todos os dentes, à exceção de um, e teve de levar 130 pontos no rosto. Posteriormente, foi operado para fazer a reconstrução da cara, tendo-lhe sido retirado um osso da zona pélvica para ser colocado nos maxilares.
“Uma página negra na minha carreira”
Esta quarta-feira, depois de ter ficado a saber da decisão da UCI, Groenewegen partilhou uma declaração nas redes sociais, tendo afirmado que “o acidente na primeira etapa da Volta a Polónia será para sempre uma página negra na carreira“.
“Durante o sprint, desviei-me da minha linha. Lamento, porque quero ser um sprinter justo. As consequências foram lamentáveis e graves. Estou muito ciente disso e espero que esta tenha sido uma lição sábia para todos os sprinters“, pode ler-se.
O ciclista holandês disse ainda estar a “acompanhar de perto as notícias da recuperação do Fábio”, acrescentando que espera que o colega “possa um dia voltar” à competição.
“Encerrar a questão disciplinar cria clareza. Isso dá-me a oportunidade de olhar em frente outra vez. Estou feliz com isso, embora o dia 7 de maio ainda esteja longe. Estou feliz com o apoio que recebo da equipa Jumbo-Visma, da minha família e amigos. Juntos, vamos trabalhar para esse dia, tanto mental como fisicamente”, conclui.
Na semana passada, o ciclista da Deceuninck-QuickStep partilhou nas redes sociais uma fotografia em que se podem ver instrumentos cirúrgicos e os pontos retirados do seu rosto, dando conta que espera voltar aos treinos ainda este ano.
“Quatro semanas depois da reconstrução dos meus maxilares, chegou a altura de os pontos saírem. O processo de recuperação está a correr bem. O osso transplantado precisa de crescer forte e firme nos próximos quatro meses. A próxima cirurgia está marcada para 2021″, escreveu.
“Em algumas semanas, o osso da zona pélvica deve estar curado e forte como antes. A partir daí, posso começar, devagar, a treinar outra vez!”, acrescentou.
4 weeks after the reconstruction of my upper and lower jaw it was time for the stitches to come out. The process of healing is going well. The transplanted bone has to grow strong and firm for the next 4 months now. Next surgery is scheduled in 2021. pic.twitter.com/4MnBJ3KfXX
— Fabio Jakobsen (@FabioJakobsen) November 2, 2020
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