Em declarações a dois inspetores da Polícia Judiciária (PJ), o empresário César Boaventura admitiu ter estado na origem do processo Cashball.
O relatório final da PJ revela que, a 7 de maio de 2019, César Boaventura deslocou-se à Polícia Judiciária do Porto para prestar declarações relativas ao “conhecimento fortuito de informação” sobre o processo Cashball.
“César Boaventura puxou como tema da conversa o designado processo Cashball”, referindo ter sido “o próprio quem contribuiu para que o processo despoletasse, tendo sido a pessoa que apresentou o denunciante e agente de jogadores, Paulo Silva”, de quem é amigo há muitos anos”, ao seu atual advogado, Carlos Macanjo. A notícia é avançada pela revista Sábado, que teve acesso ao auto dos inspetores.
O agente revelou ainda que meses antes da operação foi contactado por Carlos Macanjo para uma reunião. Foi nesse encontro que o seu advogado pediu-lhe o contacto de Paulo Silva. César Boaventura e Carlos Macanjo voltariam a falar uma semana antes da operação da PJ.
“Foi-lhe solicitado por aquele advogado, na sexta-feira, 11 de maio de 2018, que publicasse na sua página de Facebook um texto, fazendo referência a André Geraldes e ao facto de aquele alegadamente corromper jogadores do Vitória de Guimarães para beneficiar o Sporting Clube de Portugal na época 2017/2018. Refere que o texto que acabou por publicar nesse dia, com o título “Geraldes a passear nas muralhas de Guimarães”, lhe foi integralmente enviado por aquele advogado e que ele publicou como sendo seu”, lê-se no auto da PJ.
“Na sequência das graves afirmações que César Boaventura proferiu, indagamos o mesmo sobre quais considerava serem as motivações de tal advogado, sendo que César respondeu de imediato que seriam meramente económicas”, lê-se ainda no auto.
O seu advogado terá ainda recolhido documentos confidenciais do FC Porto, que tentou vender ao SL Benfica, mas que Luís Filipe Vieira “até à data sempre recusou”.
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