Sporting 2-1 Moreirense | JackPote rende pontos ao “leão”

O “Leão” soma e segue na liderança do campeonato, depois de vencer o Moreirense por 2-1, graças a um bis Pedro Gonçalves.

Neste sábado, na recepção ao Moreirense, num embate relativo à oitava jornada, sofreu, mas conseguiu dar a volta a uma desvantagem madrugadora (autogolo de Neto), vencendo por 2-1, graças a um bis Pedro Gonçalves, que é uma espécie de “Euromilhões” – com direito a “Jackpote” – nesta equipa, que prossegue no primeiro lugar com sete triunfos em oito encontros.

Por seu turno, os cónegos, na estreia de César Peixoto, somam os mesmos oito pontos com que chegaram a Alvalade, no entanto têm um jogo em atraso que será diante do Paços de Ferreira, na próxima terça-feira.

O jogo explicado em números

  • Pedro Gonçalves recuperou de uma lesão no joelho direito, que contraiu ao serviço da selecção sub-21, e foi titular, num “onze” no qual Rúben Amorim apostou nas mesmas unidades que foram utilizadas na última ronda no Estádio D. Afonso Henriques. Do lado dos cónegos, o novo timoneiro César Peixoto deu a titularidade a Gonçalo Franco, que fez companhia Alex Soares na zona do meio-campo.
  • Decorria o minuto três quando Luís Neto inaugurou o “placard”, mas quem ficou em vantagem foram os forasteiros. Num lance bem gizado, André Luís, com todo o espaço do mundo, descobriu D’Alberto, que centrou para a zona do segundo poste, onde surgiu o central leonino a empurrar para o fundo da baliza. Foi a primeira vez que o Moreirense festejou um golo fora de portas nesta edição do campeonato.
  • Mas a resposta leonina demorou apenas cinco minutos. Sobre o lado esquerdo, Nuno Mendes lançou Nuno Santos, o extremo cruzou e Pedro Gonçalves, após uma má abordagem de Pasinato e um corte mal medido de Fábio Pacheco, acabou por marcar e empatar o duelo que começou de forma frenética. Foi o oitavo tiro certeiro do ex-médio do Famalicão na prova e a quarta assistência do antigo ala do Rio Ave.
  • À passagem do minuto 15, a partida continuou a decorrer a um ritmo intenso. Os “leões” tinham mais posse de bola (67%) – 111 passes e uma eficácia de 83% – e ameaçaram o golo em duas ocasiões, primeiro através de um cabeceamento de Coates (15′) e depois por intermédio de Sporar, que viu a bola embater na barra e na sequência Pasinato foi lesto a defender. Do outro lado, os cónegos, que tinham 54 passes trocados e uma eficácia de 67%, não se escondiam e sempre que conseguiam chegavam ao último terço do terreno com cinco a seis unidades, pecavam, no entanto, na definição dos lances. O facto de haver uma pressão constante dos dois lados explicava o facto de haver o registo de 46 perdas da posse: 22 para os da casa e 24 para os visitantes.
  • Por volta dos 30 minutos, o domínio leonino já se fazia sentir, mas sem expressão no marcador, com seis remates – apenas dois enquadrados e um Expected Goals (xG) de 1,75 -, quatro ocasiões criadas e 24 recuperações de bola. Já o Moreirense, mais expectante, não tinha feito nenhum remate ao alvo, destacando-se pela forma como condicionava parte das acções do adversário com quatro roubos de bola, dez intercepções e 22 recuperações do esférico. Pedro Gonçalves – um golo e três passes valiosos 6.0 – e Steven Vitória – seis recuperações e três intercepções 5.5 – eram os jogadores com melhor avaliação neste período em cada uma das equipas.
  •  Chegou empatado o duelo ao descanso, num bom espectáculo que durou cerca de 30 minutos. Intenso, bem jogado e com inúmeras nuances tácticas, pecando apenas com a falta de eficácia e frieza, principalmente do Sporting, no momento da finalização, e de um Moreirense que foi pouco objectivo e incisivo sempre que se acercou da baliza defendida por Adán – marcou através de um autogolo e os dois “tiros” que fez foram desenquadrados. Há coisas que não mudam e Pote voltou a ser a figura com o melhor GoalPoint Rating, um 6.7, no fecho de contas da primeira metade. O camisola 28 amealhou os seguintes números: um remate, um golo, três passes valiosos (certos feitas a menos de 25 metros da baliza), 24 acções com a bola, três das quais foram no interior da área dos nortenhos e cinco recuperações. A primeira parte só não foi perfeita porque registou nove perdas de bola e falhou nove dos 20 passes que fez, obtendo uma eficácia de apenas 55%.
  • Com uma linha de cinco jogadores à frente de Pasinato e com os recuos de Felipe Pires e de Walterson, que ajudavam D’Alberto e Afonso Figueiredo, respectivamente, os forasteiros tapavam os corredores para as incursões dos alas leoninas, fazendo com que os “leões” fossem acumulando uma posse de bola estéril (64% versus 36%), que pouco incomodava a equipa de César Peixoto.
  • Numa fase em que a nota artística não abundava nas quatro linhas, aos 69 minutos “Pote” quase retirou ouro do “baú”, mas o remate do colocado do médio acabou por ser travado pelo ferro da baliza dos contrários. O Moreirense segurava o empate, mantendo as mesmas dificuldades em conseguir ameaçar a baliza de Adán, sinal disso mesmo o facto de ter registado apenas duas tentativas, ambas ocorridas ainda na etapa inicial.
  • “Pote” avisou e marcou instantes depois, marcavam os cronómetros 75 minutos. Galego perdeu a bola onde não deveria, a estrela “verde-e-branca” aproveitou a “auto-estrada” que se abriu, galgou alguns metros e, ainda fora da área, atirou a contar e bateu Pasinato, que voltou a não ficar bem na fotografia. Foi o nono golo de Pedro Gonçalves nestas oito jornadas da Liga NOS e a terceira vez consecutiva que bisa.
  • Com mais espaços, visto que os cónegos subiram as linhas, o emblema de Alvalade, que explorava as transições rápidas e a profundidade, esteve próximo de ampliar a vantagem num curto espaço de tempo, primeiro por intermédio de Pedro Porro (78′) e pouco depois pelo inevitável Pedro Gonçalves (83′).
  • O Sporting continua a dar-se bem nas recepções ao Moreirense no campeonato, somando a sexta vitória consecutiva. Os “leões” continuam a ser a única equipa nesta edição do campeonato que ainda não sofreu nenhum desaire.

O melhor em campo GoalPoint

Mais palavras para quê? Pedro Gonçalves é o “rei da selva” em Alvalade e é unidade com mais destaque neste arranque de temporada. O internacional sub-21 é o melhor marcador da Liga NOS (nove golos), já leva cinco jornadas seguidas a deixar a sua marca na competição, tendo bisado nas últimas três partidas.

Do registo do número 28, que consubstancia o GoalPoint Rating de 8.4, destacam-se os seguintes números: três remates, dois golos – Expected Goals (xG) de 1,0 -, quatro passes valiosos, quatro acções com a bola dentro da área do Moreirense, registo máximo que foi igualado por Sporar, e cinco passes longos. A defender foi peça importante, como demonstram as nove recuperações que fez, uma das quais foi crucial e esteve na génese do golo que carimbou o resultado final.

Jogadores em foco

  • João Palhinha 7.1 – E quem se recorda que durante grande parte do mercado de transferências o nome do médio esteve na linha da frente para abandonar Alvalade? Em boa hora que Palhinha ficou e assumiu a zona mais recuada do meio-campo leonino. Prático nas suas acções, o camisola “6” é o elemento que estabiliza e dá tranquilidade à equipa, quer a defender (dez recuperações de posse, dois duelos aéreos defensivos ganhos, sete desarmes e três intercepções), quer no início das incursões ofensivas (93 acções com a bola – máximo no jogo -, um passe valioso e um remate).
  • Nuno Santos 6.9 – Apenas o fulgor de Pedro Gonçalves tem remetido o extremo para um plano secundário. Rápido, quase imparável nos lances de um contra um e um pendor especial para marcar a diferença, ora marcando, ora participando em lances de golo. Hoje, esteve ligado ao tento do empate, com um cruzamento que Pasinato não defendeu de feição e que foi aproveitado por Gonçalves. Desta feita foi quem mais cruzamentos realizou, cinco no total, não desperdiçou nenhum dos três dribles feitos e registou o máximo de passes para finalização: três.
  • Pedro Porro 6.6 – Esteve perto de marcar aos 78 minutos, mas o guardião do Moreirense defendeu. De resto, esteve sempre participativo (101 acções com a bola), gizou dois passes para finalização, sete passes valiosos e foi eficaz em três dos quatro dribles tentados.
  • Fábio Pacheco 5.9 – Boa exibição do médio, que desempenhou uma dupla missão, sendo o quinto defesa aquando dos ataques do Sporting e o médio mais recuado sempre que os cónegos atacavam. Em 18 passes, falhou apenas quatro, registou três recuperações da posse, seis intercepções e cinco alívios.
  • D’Alberto 5.9 – Enquanto teve gás e sempre que se proporcionou, carrilou bastante jogo pelo corredor direito. É dele o cruzamento que “obrigou” Neto a marcar na própria baliza.
  • Pasinato 5.7 – Quase sempre intranquilo, acabou por estar ficar umbilicalmente ligado aos dois golos sofridos, ficando a sensação de que poderia ter feito mais em ambos os lances. Com a bola nos pés, em 52 acções, acertou 15 passes e falhou oito (65% de eficácia).
  • Sporar 5.6 – Lutou, transpirou, mas o esloveno teve uma noite pouco feliz e não conseguiu fazer a diferença. Durante os 75 minutos em que actuou, enquadrou um dos três remates que fez, desperdiçou uma ocasião flagrante, perdeu os dois duelos aéreos ofensivos em que interveio e registou sete perdas de bola.

Resumo

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