Num duelo de loucos, com direito a golos, expulsões, lances polémicos, uma grande penalidade desperdiçada e muita emoção, Famalicão e Sporting empataram (2-2) neste sábado, numa das partidas mais aguardadas desta nona jornada da Liga NOS.
Os “leões” estiveram quase sempre em vantagem, mas deixaram-se empatar, sofrendo o segundo tento a um minuto dos 90. Gustavo Assunção, Jhonata Robert, Pedro Gonçalves e Pedro Porro foram os marcadores de serviço.
O jogo explicado em números
- Olhando para a equipa que perdeu na Capital do Móvel, ante o Paços de Ferreira, João Pedro Sousa procedeu a algumas mexidas no “onze”: Iván Jaime, Jhonata Robert e Marcelo Trotta foram substituídos por Bruno Jordão, Rúben Lameiras e Leonardo Campana. Do lado leonino, e olhando para o jogo frente ao Moreirense na ronda anterior, Antunes estreou-se a titular, ocupando o lugar do lesionado Nuno Mendes.
- Feddal, na sequência de um canto cobrado por Pedro Porro, ficou a escassos centímetros de inaugurar o marcador aos 13 minutos. A fase inicial do encontro foi equilibrada – um remate para cada um dos conjuntos -, com um ligeiro ascendente dos forasteiros, que tinham 53% da posse.
- Riccieli derrubou Nuno Santos em zona proibida e o juiz Luís Godinho assinalou grande penalidade. Da marca dos 11 metros, o camisola “11” rematou com força, mas o guarda-redes Luiz Júnior adivinhou o lado para o qual ia a bola e “agarrou” o empate à passagem do minuto 23.
- Com a passagem dos minutos, o domínio “verde-e-branco” ganhava cada vez mais abrangência. Aproveitando o recuo de linhas do Famalicão, os homens de Rúben Amorim tentavam chegar ao golo de várias maneiras. Aos 32 minutos, João Palhinha, de longe, atirou e o guarda-redes Júnior voltou a dizer presente e travou os ímpetos contrários. O Sporting tinha já dez acções na área do “Fama”, contra apenas duas dos da casa, 62% da posse de bola, cinco passes ofensivos valiosos, face aos zero dos nortenhos, e 161 passes (83% de eficácia) versus 102 (80% de eficácia).
- Não surpreendeu, por isso, que aos 37 minutos o suspeito do costume, Pedro Gonçalves claro está, fizesse mais um golo, o décimo no campeonato e o sexto consecutivo, e abrisse a contagem culminando com um remate colocado uma excelente iniciativa. Ao cabo do quarto remate, os “leões” conseguiam chegar-se à frente no marcador graças a um tento de “Pote” apontado à antiga equipa.
- Numa rara incursão pela área contrária, o Famalicão conseguiu chegar ao golo a dois minutos do período de descanso. Livre cobrado por Bruno Jordão, Adán saiu em falso e, na zona do segundo poste, o “pequeno” Gustavo Assunção (1m78cm) cabeceou sem oposição e estreou-se a marcar esta temporada.
- Mas ainda houve mais emoção. Já em período de descontos, Pedro Porro, na execução de um livre descaído sobre o lado esquerdo, atirou com as coordenadas certas e apontou um golaço, voltando a deixar a turma de Alvalade na frente do “placard”.
- Os últimos 20 minutos da primeira metade foram frenéticos, com três golos e muita emoção. A vantagem leonina ao intervalo era justa e explicava-se pela maior acutilância no último terço. Com o meio-campo preenchido, foi através dos dois corredores que o Sporting conseguiu exprimir-se com mais vivacidade e causou estragos, chegou ao golo, viu o Famalicão empatar, após um erro de cálculo de Adán, mas ainda conseguiu retomar a linha da frente no marcador graças à precisão de Porro.
- Além dos dois tentos, Nuno Santos não conseguiu levar a melhor no frente-a-frente com o guarda-redes Luiz Júnior. O MVP era Pedro Gonçalves, com um GoalPoint Rating de 7.4. O camisola “28” teve os seguintes números: eficácia de 100% no capítulo do remate – uma tentativa e um golo -, 23 acções com a bola, duas situações com a bola dentro da área, apenas um drible desperdiçado em quatro feitos, tento sido importante a defender com três desarmes.
- Logo a abrir a segunda parte, Júnior deu literalmente o peito à bola e negou o bis a “Pote”. Instantes depois, o remate de Nuno Santos saiu ao lado e as intenções de Palhinha foram de novo paradas pelo guarda-redes dos anfitriões. Mantinha-se o pendor ofensivo sportinguista – oito “tiros”, seis dos quais enquadrados e dois golos -, diante de um Famalicão que continuava a ser expectante e mais reactivo do que proactivo – apenas dois remates e um canto.
- João Pedro Sousa tentou dar um novo alento à equipa quando procedeu a três substituições de rajada – Iván Jaime, João Neto e Trotta substituíram Rúben Lameiras, Pereyra e Campana -, mas pouco conseguiu alterar. É certo que o Famalicão estava a ser mais agressivo na recuperação da bola após perdê-la, mas não conseguia imprimir velocidade e imprevisibilidade nas acções de ataque. Aos 20 minutos dos 90 ainda não tinha feito nenhum remate à baliza de Adán na segunda parte e apenas registava 27% de posse de bola. Neste período, Coates falhou por milímetros o 3-1, naquele que foi o oitavo remate “verde-e-branco” na segunda parte, o 12º em todo o jogo.
- Após ter feito falta sobre Gustavo Assunção a meio da zona central, Pedro Gonçalves foi advertido com o segundo amarelo e acabou por ser expulso, deixando o Sporting reduzido a dez elementos a 11 minutos dos 90.
- No primeiro remate que fez na etapa complementar – o terceiro em toda a partida -, o Fama voltou a empatar marcava o relógio o minuto 89. Na sequência de um livre directo, o suplente Jhonata Robert atirou na perfeição e apontou o segundo golo na prova.
- No ataque seguinte, Porro colocou a bola na área e Coates tocou para o fundo das redes. O banco do Sporting ainda gritou golo, mas após consultar o VAR o árbitro Luís Godinho anulou o lance, considerando que houve infracção do central uruguaio. Rúben Amorim, por protestos, acabou por ser expulso.
- Na fase do tudo ou nada, Valenzuela quase marcava, obrigando Adán a defender para canto. Segundos depois, terminava o encontro com o marcador a registar um empate a dois golos. Resultado que poderá fazer com que os “leões” percam parte da vantagem que tinham face aos principais opositores na luta pelo título e viram interrompida uma série de cinco triunfos consecutivos na Liga NOS. No entanto, continuam a ser a uma equipa sem derrotas na prova. Por sua vez, o “Fama” amealhou um importante pouco naquele quer foi o 23º empate entre os dois emblemas no campeonato.
O melhor em campo Goal Point
Não fosse a expulsão e a nota seria ainda mais elevada. Pedro Gonçalves estava a realizar mais uma partida na bitola que colocou desde o arranque da temporada – e lhe garantiu a distinção de Jogador do Mês de Novembro -, determinante, goleador e um verdadeiro quebra-cabeças para o adversário, porém, tudo mudou quando derrubou Gustavo Assunção e foi expulso.
O melhor em campo, com GoalPoint Rating de 8.1, apontou o primeiro golo (já leva dez na prova e marca há seis jornadas consecutivas), amealhou quatro passes para finalização, quatro acções com bola dentro da área contrária, quatro dribles eficazes (em seis tentados), quatro recuperações da posse e cinco desarmes (máximo no jogo). Não fosse o minuto 78…
Jogadores em foco
- João Palhinha 6.9 – A transpirar confiança, esteve mais uma vez em destaque. Foi o pêndulo da equipa a defender (ganhou os dois duelos defensivos que protagonizou, acumulando, ainda, quatro desarmes e cinco duelos aéreos defensivos ganhos) e mostrou “garras” a atacar (três remates – dois enquadrados – e quatro faltas sofridas). Foi quem fez a falta sobre Trotta, lance que esteve na génese do 2-2.
- Pedro Porro 6.3 – Marcou o golo do encontro, tendo gizado dois passes valiosos, três cruzamentos, cinco recuperações da posse e sofrido quatro faltas. Boa exibição do ala espanhol.
- Luiz Júnior 6.3 – O momento alto foi a grande penalidade que defendeu, estragando a festa a Nuno Santos. Além disso, que não foi pouco, protagonizou quatro defesas e duas saídas pelo solo eficazes.
- Jhonata Robert 6.1 – Bastaram 13 minutos para fazer a diferença. Assumiu as responsabilidade e apontou um golo de fino recorte técnico. Conseguiu dar mais clarividência aos ataques do Famalicão.
- Antunes 6.1 – Não comprometeu na primeira vez que ocupou o flanco esquerdo como titular. Atacou pela certa e defendeu com afinco. Dos seus dados, destaque para quatro cruzamentos, 68 acções com a bola e quatro alívios.
- João Mário 5.1 – No jogo 100 com a camisola do Sporting, não foi espectacular, denotando que ainda não está no máximo do seu potencial. Falhou ocasião flagrante para fazer o 1-3 aos 78 minutos, no segundo e último remate que fez, mas esteve bem no passe (95% de eficácia com dois falhados em 43 tentados), registou seis perdas de bola e consentiu quatro dribles (máximo na partida)
Resumo
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