Linha de fundo: Tiro ao VAR, sustos na Luz e no Dragão

Sporting empata em Paços de Ferreira e permite aproximação dos rivais, Braga dá passo em falso. A luta acesa pelo título, vista da Linha de Fundo.

 

Deslize polémico do líder

  • FC Famalicão 2 (Assunção 43′, Jhonata Robert 89′) – Sporting CP 2 (Pedro Gonçalves 37′, Pedro Porro 45+3′)

O Sporting perdeu pontos na Liga, depois de 5 vitórias consecutivas na prova, não ganhou um jogo fora de casa pela primeira vez esta época. Foi o terceiro jogo consecutivo em que o Sporting não vence o FC Famalicão, depois de ter perdido os 2 jogos na época passada.

Jogo emocionante, com grandes golos, final intenso e polémico. A equipa treinada por Rúben Amorim terminou uma sequência de seis vitórias, apesar de ter sido mais forte durante quase todo o jogo. Para o Famalicão, um ponto importante para dar animo uma equipa com talento, ainda à procura de aproximar-se do nível exibido na última temporada.

Com personalidade, a assumir mais risco, o Sporting acabou com naturalidade por ter a primeira grande ocasião para marcar no jogo. Aos 22 minutos, Nuno Santos, que foi travado e falta por Riccieli dentro da área, foi chamado a marcar a grande penalidade, perdendo no duelo com o guarda-redes Luiz Júnior.

Insistiam os leões, cómodos na defesa, superiores no meio-campo, com um ataque sempre irrequieto, surgindo mais uma vez Pedro Gonçalves para resolver. A jogar contra a antiga equipa, conseguiu descobrir com mestria o caminho do golo. Jogada individual a tirar adversários do caminho e depois a rematar colocado para o primeiro golo do jogo. Marcou o 10.º golo (8 jogos).

Sem acusar o golo, o Famalicão deu a melhor resposta, com Gustavo Assunção a fazer o golo da igualdade. Num livre lateral, Adán a sair mal da baliza e a bola ficar disponível ao segundo poste para o golo do Famalicão.

Já no tempo extra um grande momento no jogo. Livre à esquerda, Pedro Porro na marcação a conseguir fazer um grande golo. Remate sensacional a colocar novamente os leões em vantagem.

 

Após o descanso, o Famalicão a continuou pragmático no jogo e a tentar aproveitar o erro do adversário. O Sporting procurou de forma contínua o golo.

Perto do final do jogo, Pedro Gonçalves foi expulso por protestos. Leões reduzidos a 10 jogadores, resultado em aberto, com Rúben Amorim a ser forçado a reorganizar a equipa no relvado.

Para o final estava reservada mais emoção. Aos 89 minutos, mais um momento de inspiração individual, com Jhonata Robert a marcar um livre de forma notável e a igualar o jogo (2-2). Um duro golpe para os leões.

Já na fase do tudo por tudo, Coates introduziu a bola na baliza adversária, com o golo a ser anulado por Luís Godinho após consultar as imagens do VAR. Rúben Amorim acabou expulso por protestos. No final do jogo foi grande a confusão no túnel de acesso aos balneários.

Um momento triste de um jogo que mostrou muita qualidade leonina, um Famalicão à altura, grandes golos e um bom espetáculo.


Dragão treme… mas ganha

  • FC Porto 4 (Zaidu 4′, Marega 36′ e 48′, Taremi 56′) – CD Tondela 3 (Mario González 20′ e 74′, Rafael Barbosa 33′)

Vitória sofrida para o campeonato, depois do apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões e antes da visita à Grécia para fechar a fase de grupos da prova.

Como se esperava o FC Porto somou mais três pontos contra o Tondela, mas teve uma tarefa muito complicada frente a um adversário que marcou três golos pela primeira vez no Estádio do Dragão. A muito custo os campeões ganharam e reduziram a distância para o líder Sporting.

Há 17 anos que o FC Porto não vencia na Liga com tantos golos sofridos: (2002/2003) Gil Vicente 3-5 FC Porto, Adelino Ribeiro Novo, (2020/21) e FC Porto 4-3 Tondela, no Dragão.

No fim, ganhou a equipa com mais capacidade ofensiva.

Num jogo com uma boa entrada, marcando muito cedo, por Zaidu aos 4 minutos, os dragões foram adiando a possibilidade de ampliar. Marchesín passava uma noite sossegada, mas estava longe de pensar no que estava para vir.

Aos 20 minutos o Tondela conseguiu a igualdade, a aproveitar uma perda de bola de Sérgio Oliveira, Mario González tabelou com Rafael Barbosa e isolou-se perante um impotente Marchesín. Estava feito o empate, resultado que trouxe intranquilidade à equipa da casa e fez renascer os beirões para o jogo, que para espanto geral conseguiram a reviravolta.

Respondeu o FC Porto e chegou ao empate antes do intervalo (2-2).

Depois do descanso, os dragões entraram com tudo. Marega bisa e volta a dar vantagem aos azuis e brancos. Depois foi a vez de Taremi marcar e colocar a equipa com dois golos de vantagem.

Parecia estar encontrada a estabilidade… mas tal não aconteceu. O Tondela continuou a acreditar e marcou mais um golo no Estádio do Dragão. O terceiro da noite! Motivo que fez com que a equipa tenha aumentado a dose de risco.

Já a jogar-se o tempo extra… um grande susto, com Khacef a atira a bola à trave da baliza de Marchesín. O empate esteve à vista, a barra salvou o FC Porto.

Que grande noite no Dragão. Sete golos, alta eficácia do Tondela, dragões defensivamente permeáveis. Resultado em aberto até final. O FC Porto igualou a pior defesa à 9.ª jornada da Liga pós-25 Abril: 13 golos sofridos (1976/77 e 2020/21).

Nunca o FC Porto venceu no Dragão (desde 2003) com tantos golos sofridos (3).  Há 53 anos que uma equipa não é campeã nacional com tantos golos sofridos à 9.ª jornada, a última foi o Benfica em 1963/64 (13 golos sofridos).

O FC Porto apresenta a pior defesa das últimas 44 temporadas do clube à nona jornada. No campeonato, é preciso recuar até 1976/77 para se encontrar um registo idêntico ao que o dragão apresenta nesta época: 13 golos sofridos, os últimos na vitória por 4-3 sobre o Tondela.

 

Vitória no último lance

  • SL Benfica 2 (Rafa Silva 58′, Luca Waldschmidt 90+4′) – FC Paços de Ferreira 1 (Oleg Reabciuk 24′)

Foi no último lance do jogo que o Benfica conseguiu, graças a um cabeceamento de Luca Waldschmidt, desatar o nó e conquistar a vitória, aproveitando para encurtar distância para o líder Sporting.

O Paços de Ferreira tudo fez para ser feliz, até demais, mostrando sempre muita vontade em conseguir os três pontos.

Quis o destino que a equipa de Pepa tenha acabado por ter sido atraiçoada. Os pacenses deram iniciativa ao adversário, mostrado competência nos momentos em que tiveram bola, assumindo uma postura pragmática, conseguindo chegar primeiro ao golo. Remate fantástico de Oleg Reabciuk.

Ficou intranquilo o Benfica e quase sofria mais um golo, com Tanque a desperdiçar para os “castores”. Foi conseguindo recompor-se o Benfica, capaz de provocar mais perigo, na tentativa de chegar à igualdade.

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Para a segunda parte, Jorge Jesus fez mudanças na equipa. Weigl não convenceu e deu o lugar a Gabriel, enquanto Pizzi – mais uma vez apagado – já não regressou, dando o lugar a Seferovic.

Cresceu o Benfica, manteve-se acutilante o Paços de Ferreira. Aos 58 minutos, Rafa marcou o golo da igualdade. O marcador esteve sempre em aberto, por força da persistência encarnada e da vocação ofensiva mostrada pelos pacenses.

Quando todos esperavam pelo empate… Gabriel descobriu Waldschmidt na área que, de cabeça, aproveitou da melhor forma para fazer o golo da reviravolta.

Mais uma vez o Benfica não fez um jogo brilhante, ma teve o mérito de acreditar até ao fim, mesmo sofrendo em alguns momentos. O Paços de Ferreira merece um enorme aplauso. Não quis saber de gerir o empate, foi sempre à procura de mais, foi fatal.

O Benfica regressou às vitórias em casa após a derrota frente ao SC Braga (2-3). É o quarto jogo consecutivo na Liga com os encarnados a sofrer golos, o pior registo da temporada . O FC Paços Ferreira fez 16 remates, o máximo de um adversário na Luz a contar para a Liga NOS 20/21.

O Benfica fez a segunda reviravolta no marcador em 2020/21 e de forma consecutiva: Marítimo (fora), 1-2 e Paços Ferreira (casa), 2-1.

Luca Waldschmidt fez o 5.º golo no campeonato, o 6.º da temporada e iguala Seferovic como 2.º melhor marcador da equipa em 2020/21, Pizzi é o melhor com 7. Foi o primeiro golo da vitória do alemão pelos encarnados.

 

Treinador da Semana

Bom momento vivido pelo Paços de Ferreira, treinado por Pepa. Os castores chegaram ao Estádio da Luz depois de terem alcançado três vitória consecutivas: Futebol Clube do Porto e Famalicão, em casa, e triunfo em Moreira de Cónegos, em jogo de atraso da sétima jornada do campeonato, garantindo a qualificação primeira fase da Taça da Liga, com visita ao Estádio do Dragão na tentativa de um lugar na Final Four da prova.

O treinador que chegou a época passada a Paços de Ferreira, preparou para o jogo frente a Benfica uma estratégia arrojada. Marcou primeiro, dispôs de várias oportunidades para voltar a ferir as águias, mas a enorme vontade de ganhar foi fatal.

Perdemos o jogo porque o tentámos ganhar”, resumiu o treinador no final do jogo. Merece aplauso a forma atrevida de abordagem ao jogo… ainda por cima na Luz. Sem complexos, no risco, mostrando confiança e qualidade. Aos 39 anos o treinador tem merecido vários elogios dos seus congéneres. “A casa ano que passa o Pepe está mais treinador”, referiu Sérgio Conceição antes de defrontar o Paços de Ferreira, jogo que o campeão perdeu.

Pepa é alguém que diz o que pensa, comunica bem. Interpreta bem o jogo. Prepara bem cada desafio. É perspicaz na altura de mudar a partir do banco. Monta equipas organizadas, com preocupação constante em chegar à baliza adversária. Futebol com pés e cabeça. Simples e sem complexos. Pepa, um treinador que gosta de ganhar.

 

Momento da Semana – A felicidade de Klopp

Após 266 dias… os adeptos estão de regresso aos estádios em Inglaterra, ainda que de forma limitada. O Liverpool ajudou à festa dos dois mil adeptos autorizados a assistir ao jogo em Anfield Road com uma goleada (4-0) ao Wolverhampton de Nuno Espírito Santo.

Com esta vitória, o Liverpool juntou-se ao Tottenham de Mourinho no topo da classificação. Promete a discussão da Premier League… agora já com público nas bancadas. Jürgen Klopp ficou encantado. O treinador do Liverpool sabe bem o que é “nunca caminhar sozinho”.

 

Frases da Semana

750 golos, 750 momentos felizes, 750 sorrisos na cara dos nossos adeptos. Obrigado a todos os jogadores e treinadores que me ajudaram a alcançar este número fantástico. Obrigado aos meus leais adversários que me fizeram trabalhar mais e mais. Mas, acima de tudo, obrigado à minha incrível família, sempre presente nos melhores e piores momentos. Próxima paragem: 800 golos!
Cristiano Ronaldo sobre o golo 750 desde que fez o primeiro jogo como sénior, no Sporting.

O que se passou foi uma vergonha. Os jogadores têm de ter mais juízo, os treinadores têm de ter muito mais juízo e os dirigentes têm de ter muito, muito, muito mais juízo. Para mim foi uma vergonha. Foram faltas de respeito nossas e faltas de respeito deles. Para mim, que ando neste mundo, isto que se passou foi uma vergonha e eu como treinador tenho de ter mais juízo do que tive hoje.”
João Pedro Sousa, treinador do Famalicão após o empate com o Sporting.

“O VAR teve influência num momento capital. Este lance final do golo ao Coates, com um dos rivais, Benfica ou FC Porto, nunca seria anulado. Nunca seria. O golo é limpo. Sabem qual é a diferença? Seriam quatro pontos de avanço e começam a tremer, mas quanto mais tremem e fazem isto, mais força dão aquele grupo. Isso vos garanto.”
O presidente do Sporting, Frederico Varandas, com críticas ao VAR pelo golo anulado a Coates.

Toc toc! Abre a porta, por favor! O FC Porto está a chegar“.
Escreveu Casillas no Instagram, nos comentários de uma publicação de Adán, guarda-redes do Sporting.

“Amigo Casillas! Há coisas sobre o futebol português que não me contaste… Seguimos no nosso caminho”.
Resposta de Antonio Adán a Iker Casillas

A minha expulsão foi lógica, estava nervoso, disse algumas coisas estúpidas e a expulsão foi merecida.”
André Villas-Boas, treinador do Marselha, expulso por protestos. A equipa orientada pelo técnico português somou a quinta vitória consecutiva na Liga francesa, ao vencer por 2-0 em casa do Nimes.

“Procurei sempre onde poderia melhorar depois de um jogo, a nível de recuperação para o jogo seguinte. Lembro-me de estar com o Cristiano Ronaldo no Real Madrid e chegávamos às duas da manhã e íamos fazer água fria. Hoje são as máquinas de frio que ajudam na recuperação.” Pepe, jogador do Futebol Clube do Porto, numa palestra sobre inovação no Web Summit 2020, sobre a evolução do futebol, a influência de novos métodos e os segredos para a sua longevidade.

Você foi um génio que encantou o mundo. Um mágico com a bola nos pés. Uma verdadeira lenda. Mas acima disso tudo, para mim, você sempre será um grande amigo, com um coração maior ainda. Eu te amo, Diego. Meu grande amigo, muito obrigado por toda a nossa jornada. Um dia, lá no céu, vamos jogar juntos no mesmo time. E vai ser a primeira vez que eu vou dar socos no ar sem estar comemorando um gol, mas sim, por poder te dar mais um abraço.”
Mensagem de Pelé em homenagem a Maradona.

O que mais quero é poder voltar a jogar com ele. Quero desfrutar com ele, outra vez. Até o colocava no meu lugar, não tenho problema nenhum. Tenho de voltar a jogar com Messi já no próximo ano.”
Neymar com saudades de Messi.

“Os miúdos de 14 e 15 anos hoje já têm contratos profissionais, o que é bom, mas não foi o meu caso. Até ter 16 anos pagava para jogar e jogava para me divertir. Cheguei a treinar em clubes grandes, mas nunca fiquei. São pequenas desilusões, mas tudo correu bem. O segredo é nunca desistir. Cada experiência torna-te mais forte.”
Diogo Jota, jogador do Liverpool, numa sessão digital da Web Summit 2020, a destacar a importância da perseverança no percurso que tem construído.

 

Números da Semana

 

750 Mais uma noite para a história de Cristiano Ronaldo. O internacional português marcou o golo 750 na carreira , 75 só na Juventus, e contribuiu para a vitória da Juve por 3-0 sobre o Dínamo de Kiev. Foram 5 golos pelo Sporting, 118 com a camisola do Manchester United, 450 no Real Madrid, 75 pela Juventus e ainda 102 pela Seleção de Portugal. A contagem continua…

16 O Futebol Clube do Porto passa pela 16.ª vez a fase de grupos da Liga dos Campeões, tendo conseguido a qualificação para a fase a eliminar da Champions nas suas 4 últimas presenças na prova.
Os “dragões” estão apurados para os oitavos-de-final da edição 2020/2021.
A 3.ª vez com Sérgio Conceição no comando técnico da equipa azul e branca, melhor só conseguiu Jesualdo Ferreira, com 4 qualificações para além da fase de grupos.
Em três temporadas e meia no Futebol Clube do Porto, Sérgio Conceição gerou receitas de 182,227 milhões de euros aos cofres do clube em resultado da participação da equipa em três fases regulares da Liga dos Campeões (2017/18, 2018/19 e 2020/21) e na Liga Europa (2019/20).

60,5 Garantida a passagem aos oitavos de final, o FC Porto lucrou, até ao momento na presente edição da Liga dos Campeões, 60,5 milhões de euros.
Os dragões receberam 42 milhões pela presença na fase de grupos. Conquistaram 3 vitórias e 1 empate. As cinco partidas valeram 9 milhões de euros. A qualificação para a fase a eliminar permitiu o encaixe de 9,5 milhões.
Fazendo as contas,
a entrada na fase de grupos, os prémios monetários alcançados com os resultados e a passagem aos oitavos de final, os campeões nacionais encaixaram 60,5 milhões de euros.

100 João Mário atingiu, em Famalicão, os 100 jogos oficiais com a camisola do Sporting CP. O médio leonino jogou com uma camisola personalizada, abaixo do número 17 o registo assinalado: 100 jogos oficiais de leão ao peito.

100 O Sporting de Braga atingiu, em Atenas, os 100 jogos na Liga Europa. Por coincidência, o centésimo jogo teve como adversário o primeiro oponente dos minhotos nas competições europeias, na longínqua época de 1966/67, embora a contar para a extinta Taça das Taças. 88 dos 100 jogos realizados aconteceram a partir de 2000.

222 De acordo com a notícia do ‘Daily Star’, Bruno Fernandes, que chegou ao Manchester United em fevereiro deste ano, ganha atualmente 100 mil libras por semana (cerca de 110 mil euros semanais) e com o novo contrato irá passar a receber 200 mil libras (cerca de 222 mil euros). Ou seja… 888 mil euros mensais.

7 O piloto francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris) venceu o Rali de Monza e conquistou o Campeonato do Mundo de Ralis pela sétima vez na carreira, depois dos títulos conquistados em 2013, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018.

Depois de conquistado os títulos entre 2013 e 2016 com a Volkswagen, repetiu o feito com a M-Sport/Ford em 2017 e 2018, chegando agora ao sétimo título com a Toyota.
S
ete títulos para três marcas diferentes, superando o que fez Juha Kankkunen, que também foi campeão por três marcas, Peugeot, Lancia (duas vezes) e Toyota.

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