Acionista do Santa Clara suspeito de corrupção no Mundial do Qatar

O maior acionista da SAD do Santa Clara está a ser investigado devido ao envolvimento de uma empresa em que era administrador num esquema de corrupção que terá atribuído a organização do Mundial de 2022 ao Qatar.

Glen Lau tem preparado os últimos orçamentos da SAD do emblema açoriano, na qual detém uma participação de 47,6% desde abril de 2017.

A notícia avançada este domingo pelo jornal Público dá conta que o singapuriano é um velho parceiro de negócios de Ghanim Bin Saad Al Saad Al Kuwari, um dos homens mais poderosos do Qatar e um dos principais focos de investigação das autoridades.

Lau tornou-se CEO da Amedeo Resources, em 2012, contando com Ghanim Bin Saad Al Saad como presidente não executivo desta sociedade de investimento em setores de recursos e infraestruturas de recursos.

Em 2017, a justiça francesa e brasileira acreditavam existir uma ligação entre a compra de ações da Veolia Environnement SA, uma multinacional francesa de gestão de água, energia e resíduos, pela Qatari Diar Estate Investment Company, uma subsidiária da qual Ghanim Al Saad era diretor executivo, e o escândalo dos subornos pagos a elementos do comité executivo da FIFA para a compra de votos que valeram a atribuição do Mundial de 2022 ao Qatar.

A compra de uma participação de 5% resultou num negócio de 624 milhões de euros, dos quais 182 milhões terão servido para pagar comissões ocultas.

As autoridades estava também a investigar uma transferência de 18,2 milhões de euros da holding GSSG, detida por Ghanim Al Saad, para uma conta de Ricardo Teixeira, o então presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O dinheiro terá sido relativo ao pagamento de um suborno a Teixeira e a outros 22 membros do comité executivo da FIFA, escreve o Público.

As autoridades francesas acreditam que a Suria Group PTE Limited, sociedade em que Glen Lau era administrador, terá sido uma das plataformas para esses pagamentos.

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