Custou mas foi. O Sporting esteve a poucos minutos de deixar fugir dois pontos na recepção ao Farense, mas acabou por levar a melhor graças a um golo de grande penalidade apontado já nos descontos, por Andraz Sporar.
O “leão” esteve sempre por cima do emblema algarvio, mas não conseguiu traduzir isso em superioridade ofensiva até aos últimos 20 minutos. A partir daqui apagou a boa réplica visitante e atacou, mas sem criar grande perigo.
Até que um lance entre Rafael Defendi e Feddal acabou por ser decisivo. Com este desfecho, o Sporting quebra tradição indesejada e garante um Natal na liderança.
O jogo explicado em números
- Tiago Tomás, no lugar de Andraz Sporar, e Nuno Mendes, na vaga de Antunes, foram as alterações promovidas por Rúben Amorim na formação leonina em relação ao jogo da jornada 9, o empate 2-2 em casa do Famalicão. E desde cedo os homens da casa pegaram na batuta do jogo.
- No primeiro quarto-de-hora, os “leões” registaram incríveis 76% de posse de bola e criaram os lances de melhor recorte, com passes rápidos e desmarcações. Curiosamente, não somaram qualquer remate nesta fase, enquanto os algarvios conseguiram três, um deles enquadrados. Diferença grande na qualidade de passe, com o Sporting a atingir os 87% de eficácia e o Farense apenas 66%.
- Muito bem o ex-“leão” Ryan Gauld. O escocês, que tem estado em destaque esta temporada na Liga, registava o melhor rating à passagem da hora de jogo, um 6.0, graças a duas acções com bola na área leonina (metade das registadas por todos os jogadores do Farense), um passe para finalização e dois desarmes.
- Isto apesar de os homens da casa continuarem por cima, com 74% de posse nesta fase e já dois disparos, embora desenquadrados, com os visitantes a somarem os mesmos três e a apostaram muito no jogo directo. Ainda assim com um bom aproveitamento dos passes longos, a chegar aos 67% de eficácia. O Sporting dominava, mas não estava a salvo da estratégia contrária.
- Gauld, nos descontos, obrigou Adán a defesa a dois tempos, em mais um bom lance do criativo, e antes do apito para o descanso, Tiago Tomás rematou à base do poste direito da baliza algarvia, num dos lances mais perigosos do desafio até então.
- Nulo ao intervalo em Alvalade num jogo “estranho”, pelo domínio amplo e incontestável do “leão”, ao mesmo tempo que o Farense chegava ao descanso com mais remates e mais enquadrados, com seis acções com bola na área leonina, ligeiramente menos de metade das conseguidas pelo Sporting na outra extremidade do campo.
- E o melhor em campo nesta fase era um jogador dos algarvios, e ex-“leão”, Ryan Gauld. O escocês registava um GoalPoint Rating de 6.5, fruto de três remates, dois deles enquadrados, um passe para finalização e dois desarmes.
- O melhor dos homens da casa era João Palhinha 6.1, “rei” das acções defensivas na grande área contrária (5) e do desarme (6).
- O Farense continuou a causar problemas no arranque do segundo tempo, chegando aos 34% de posse de bola à passagem da hora de jogo e dois remates, os mesmos do Sporting. Os lances de ataque aconteciam junto das duas balizas e só mesmo o domínio leonino na posse de bola faria antever um golo para os anfitriões e não para os visitantes.
- Bom jogo de Neto, sólido e pragmático a construir. O central leonino era o homem mais interventivo da partida por volta dos 75 minutos, com 98 acções com bola (máximo do jogo), 93% de eficácia de passe e importantes cinco intercepções (também valor mais alto), registando também dez passes progressivos certos (saiu pouco depois). E a verdade é que tanto ele como a linha defensiva do “leão” continuavam a ter muito trabalho.
- Até que aos 86 minutos, o árbitro assinalou grande penalidade para o Sporting, por falta de Rafael Defendi sobre Feddal, numa saída descuidada do guardião algarvio que, ainda por cima, viu segundo amarelo e respectivo vermelho. Na conversão, o recém-entrado Sporar bateu com classe e fez o 1-0, já nos descontos, ao 16º remate do “leão”, segundo apenas enquadrado. O suficiente para somar três difíceis pontos.
O melhor em campo GoalPoint
O escocês regressou a Alvalade para mostrar serviço. Ryan Gauld foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.1, apesar de o seu Farense ter perdido e ter estado longe de dominar os acontecimentos.
O criativo terminou o jogo com quatro remates, dois deles enquadrados, e ainda fez dois passes para finalização, pelo que esteve envolvido em seis dois oito disparos da sua equipa. Além disso somou quatro desarmes e dois bloqueios de remate. Um jogador cada vez mais em evidência nesta equipa algarvia.
Jogadores em foco
- João Palhinha 7.1 – O médio esteve em despique com Gauld pelo prémio de MVP e ficou atrás por apenas duas centésimas. Palhinha esteve em todo o lado, terminando com cinco acções defensivas na grande área contrária e incríveis oito desarmes, além de nove recuperações de posse. E ainda se integrou no ataque, terminando com quatro remates, nenhum enquadrado, três de fora da área., somando ainda quatro acções com bola na área contrária.
- Nuno Santos 6.8 – Mais um bom jogo do extremo, que se mostrou solto, veloz e acutilante. No total foram quatro os passes para finalização que realizou, máximo da partida somando ainda três passes ofensivos valiosos e quatro cruzamentos.
- Bura 6.2 – Pragmática. Este é o adjectivo que define a exibição do central bura. Não é muito habitual ver um central jogar 90 minutos e fazer somente 12 passes, mas o guineense fez isso mesmo e acertou-os todos. E no final contabilizava 11 acções defensivas, com destaque para três desarmes e dois bloqueios de remate.
- Neto 6.2 – O central leonino já vinha mostrado, ao longo do jogo, muita competência e acabou mesmo por ser um dos melhores do “leão”, apesar de só ter jogado 75 minutos. Neto completou 77 de 83 passes, somou o máximo de acções com bola (99) e fez cinco intercepções, além de dez passes progressivos certos.
- Nuno Mendes 6.1 – O ala-esquerdo regressou de lesão e reassumiu o seu lugar do lado esquerdo e, apesar de ter estado mais discreto do que o costume, realizou uma prestação positiva. Destaque para um passe para finalização, 89% de eficácia de passe, seis recuperações de posse, três acções defensivas na área contrária e outros tantos desarmes.
- Feddal 6.0 – O central esteve no lance da grande penalidade que haveria de dar a vitória ao Sporting. Até lá destacava-se pelos 85% de eficácia de passe, os 17 passes progressivos certos (máximo do jogo) e pelos dois duelos aéreos ofensivos ganhos em quatro.
Resumo
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