O FC Porto tem mais um troféu no “sapatinho”. Na noite desta quarta-feira, os “dragões” derrotaram o Benfica por 2-0, golos de Sérgio Oliveira e de Luis Díaz, e conquistaram a Supertaça pela 22ª vez, sendo o emblema com mais vitórias nesta prova, contra um total de 20 dos restantes emblemas.
Ao passo que as “águias” não conseguiram chegar ao título número nove na prova.
Nos últimos 21 embates entre os dois conjuntos, os campeões nacionais, detentores da Taça de Portugal e agora da Supertaça, alcançaram 11 triunfos, sendo que os lisboetas têm cinco, registando-se, ainda, um empate.
O jogo explicado em números
- Do lado “azul-e-branco”, realce para o regresso do capitão Pepe, que tinha sido operado na semana passada a uma fractura na face. Do “onze” que defrontou o Nacional saíram Nanu, Diogo Leite e entrou, além do internacional português, Manafá. Corona e Otávio, que estavam em dúvida, foram aposta inicial de Sérgio Conceição. Olhando para a equipa que iniciou o encontro frente ao Gil Vicente, Jorge Jesus procedeu a quatro alterações com as entradas de Otamendi, Taarabt, Rafa e Luca Waldschmidt, que substituíram Jardel, Pizzi, Pedrinho e Seferovic, respectivamente.
- Os primeiros minutos do jogo ficaram marcados pelas inúmeras paragens (oito faltas, quatro para cada lado, em 18 minutos) e pela escassez de lances de perigo (registo de apenas um remate desenquadrado para o Benfica). Os “dragões” já acumulavam 39 perdas de posse e as “águias” 40.
- Aos 24 minutos, e após auxílio do VAR, o árbitro Hugo Miguel assinalou falta de Vlachodimos sobre Taremi. Grande penalidade que Sérgio Oliveira não desperdiçou. No primeiro remate ao alvo, os campeões marcaram naquele que foi o nono golo do médio esta época.
- Na resposta, Grimaldo combinou com Waldschmidt, rematou e apenas os reflexos de Marchesín impediram o empate “encarnado”. Instantes depois, aos 30 minutos, Sérgio Oliveira testou a sorte com o esférico a sair um por cima da baliza contrária. Foram apenas fogachos num “clássico” que mantinha a toada inicial, ou seja, quizilento (17 faltas aos 40 minutos) e sem nota artística (apenas quatro remates, dois para cada lado).
- Taremi estava em destaque com um rating de 6.0 e tinha 17 acções com a bola, duas das quais dentro da área do Benfica, um duelo aéreo ofensivo ganho e três faltas sofridas, uma delas resultou no lance que fazia a diferença no marcador.
- Ao cabo dos primeiros 47 minutos, a vantagem era do emblema da Invicta, que sem ser brilhante foi mais consistente neste período, defendeu com afinco e soube concretizar a única ocasião clara que construiu. Do lado dos lisboetas houve mais agressividade, principalmente na recuperação pós-perda da bola no período inicial, mas voltou a denotar na construção de lances ofensivos e a pecar defensivamente. No lance que esteve na génese da grande penalidade, a dupla de médios foi atraída pela bola, ficou de pronto fora da jogada, abriu uma “cratera” que deixou a linha mais recuada destapada, Taremi aproveitou o espaço e abriu o caminho para o remate certeiro de Sérgio Oliveira da marca dos 11 metros. O internacional português foi o melhor em campo na etapa inicial, com um GoalPoint Rating de 6.2, além do já citado “tento”, o camisola 27 foi quem mais rematou (três tiros ao alvo), fez um passe de ruptura, quatro passes longos e acumulou 27 acções com a bola.
- A abrir a etapa inicial, Marchesín voltou a ser importante, quando travou uma incursão de Darwin, e Uribe ripostou de longe, mas Vlachodimos respondeu à altura e deteve a “bomba” do colombiano. Quatro minutos volvidos o grego parou uma tentativa de Otávio. O FC Porto, que tinha nesta fase mais espaço para pensar e accionar os ataques, tinha 53% da posse e sete remates (três enquadrados). A melhor ocasião do Benfica voltou a ser finalizada por Grimaldo, que de livre directo viu Marchesín voar e negar o empate à passagem do minuto 59.
- Aos 73 e 74 minutos, o FC Porto ficou próximo de dilatar a vantagem em inúmeras ocasiões: Vlachodimos defendeu um remate de Mbemba, o lance prosseguiu, Otamendi, em cima da linha, evitou males maiores, e Gilberto “travou” um tiro de Marega. Depois, na sequência de um canto, Marega cabeceou e ficou a centímetros de marcar. O conjunto nortenho já tinha o dobro dos remates do rival: 12 contra seis.
- A três minutos dos 90, na conversão de um livre directo, Grimaldo atirou a bola com estrondo ao ferro. Os três lances mais perigosos das “águias” em todo o encontro tiveram um denominador em comum: o lateral-esquerdo espanhol.
- Mas tudo ficou resolvido segundos depois. Luis Díaz, que tinha entrado em cena aos 77 minutos, rematou cruzado e bateu Vlachodimos. O lance nasceu em mais uma perda de bola, a 20ª, de Taarabt.
- Ponto final no “clássico” número 245 entre os dois conjuntos. Nos últimos quatro duelos, a vitória foi sempre da equipa de Sérgio Conceição. O Benfica apenas venceu uma vez nas últimas dez partidas e não empata sequer com o “dragão” desde Outubro de 2018. Rezam, ainda, os números que esta foi a 12ª vez que FC Porto e Benfica decidiram entre eles a Supertaça, com uma clara vantagem dos portistas, que ergueram o troféu por 11 vezes.
O melhor em campo Goal Point
No primeiro “clássico”, Mehdi Taremi exibiu-se a um óptimo nível durante os 73 minutos em que actuou e foi o MVP da partida com um GoalPoint Rating de 7.2. O antigo jogador do Rio Ave colocou quase sempre em sobressalto a defensiva benfiquista e foi decisivo, mesmo sem marcar.
Dos dados do avançado, destaca-se um remate, dois passes para finalização, um cruzamento eficaz, quatro duelos aéreos defensivos ganhos em sete tentados, quatro recuperações da posse, cinco faltas sofridas (uma das quais resultou no penálti que abriu a contagem) e três acções defensivas no meio-campo contrário.
Jogadores em foco
- Grimaldo 7.1 – O espanhol foi uma espécie de excepção no deserto de ideias que reinou no universo do Benfica. Apesar de ter estado, como toda a linha defensiva, em xeque na jogada do primeiro golo, apresentou seis desarmes, quatro alívios, bloqueou dois passes do adversário e recuperou a posse em cinco ocasiões. Ofensivamente, só não foi crucial porque Marchesín e os ferros tinham outras intenções. Os três remates mais perigosos das “águias” nasceram todos dos pés do espanhol.
- Otávio 7.0 – Intenso e importante, pode não dar muito nas vistas, mas é essencial na dinâmica que a equipa imprime. Foi autor de oito recuperações de bola, dois passes para finalização, gizou três passes valiosos (decisões certas a menos de 25 metros da baliza), dez passes progressivos eficazes, tendo acertado quatro dos seis dribles que fez.
- Sérgio Oliveira 6.9 – Com a saída de Danilo, assumiu a batuta do meio-campo portista e tem estado “on fire”. É o melhor marcador da equipa, com nove tiros certeiros. Neste embate rematou por três vezes, acertou cinco dos oito passes longos que fez, e registou dois desarmes e três intercepções.
- Luis Díaz 6.3 – Foi entrar, correr e marcar. Tudo isto em 17 minutos. O colombiano foi uma cartada certeira de Sérgio Conceição e fechou as contas, chegando aos seis golos esta temporada.
- Marchesín 6.1 – Não esteve muito em jogo, mas sempre que foi chamado gritou presente, ora mostrando leitura e rapidez a “cortar” a profundidade a Darwin Núñez, ora mostrando reflexos e atenção. Defendeu os dois remates com selo de golo de Grimaldo e quando ficou “pregado” ao relvado, os ferros deram uma preciosa ajuda.
- Otamendi 5.8 – No reencontro com o clube que defendeu capitaneou o Benfica e, depois de Grimaldo, foi o elemento com a melhor nota do lado benfiquista. Os momentos mais altos foram dois cortes providenciais aos 64 e 73 minutos, e ganhou quatro de seis duelos aéreos defensivos.
Resumo
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