Três pontos justíssimos para o FC Porto, na recepção ao Moreirense, no oitavo jogo seguido do “dragão” a marcar pelo menos dois golos.
A formação “azul-e-branca” foi sempre superior, apesar de ter sofrido alguns sustos, e não só dominou amplamente o jogo como criou as melhores ocasiões. A tarefa começou a ser facilitada aos 20 minutos, numa grande penalidade que abriu o activo, convertida por Sérgio Oliveira. Mas foi só nos derradeiros minutos que os campeões nacionais chegaram à tranquilidade, com dois golos ao cair do pano, mas que já se adivinhavam há bastante tempo.
O jogo explicado em números
- Para esta partida, Sérgio Conceição não pôde contar com Pepe, lesionado, mas já teve Chancel Mbemba, que foi lançado de início, tal como Luis Díaz, titular na vez de Romário Baró – aposta em Guimarães. Felipe Pires foi a novidade no Moreirense, no lugar de Derik em relação à vitória por 1-0 sobre o Santa Clara, a única alteração, apesar da saída de César Peixoto.
- O Porto estava a mostrar alguma facilidade para entrar na área do Moreirense, somando seis acções à chegada do primeiro quarto-de-hora, contra nenhuma dos cónegos do outro lado. Contudo, os visitantes estavam a conseguir construir lances de contragolpe e, nesta fase, somavam o único remate, de fora da área, e 40% de posse. A superioridade portista não era ainda evidente.
- Essa facilidade de entrar na área acabou por dar frutos. Aos 20 minutos, Jesús Corona foi travado em falta por Ferraresi na grande área e Sérgio Oliveira, na conversão do castigo máximo, fez o 1-0, embora Mateus Pasinato ainda tenha tocado no esférico. Segundo remate dos “dragões” na partida, primeiro golo.
- Até à meia-hora não houve mais ocasiões de golo, com as duas equipas a registarem dois remates cada e um enquadrado para cada lado, e o Porto a ter mais bola (55%), bem como melhor qualidade no passe (87% de eficácia contra 77%) e nove acções com bola na área. Algo que o Moreirense continuava sem conseguir.
- Sérgio Oliveira, com um rating de 6.5, era o melhor nesta fase, com o tal golo de penálti, um passe para finalização, 23 passes certos em 25, o máximo de acções com bola (36), bem como cinco acções defensivas no meio-campo contrário., dois desarmes e outras tantas intercepções. O médio estava em todo o lado e dava equilíbrio ao “dragão”.
- Aos 35 minutos, Mehdi Taremi isolou-se e fez um “chapéu” a Pasinato, mas a bola saiu ao lado. E aos 39, o iraniano cabeceou, a bola foi à barra e, na recarda, Marega cabeceou para golo… que Pasinato negou com um extraordinário “golpe de rins”. A vantagem mínima do Porto começava a ser lisonjeira para o Moreirense.
- Vantagem justa do Porto ao descanso, conseguida através de uma grande penalidade, mas numa partida em que criou situações suficientes para ter uma vantagem mais dilatada – como demonstram os expected goals (xG). O “dragão” teve mais bola e, acima de tudo, soube o que fazer com ela, algo que fica expresso nas 20 acções defensivas na área contrária (contra duas do Moreirense), e nos nove remates. Sérgio Oliveira, com um GoalPoint Rating de 6.9, era o melhor sob o relvado do Dragão, com um golo, uma ocasião flagrante criada em três passes para finalização, 94% de eficácia de passe e cinco acções defensivas no meio-campo contrário.
- Aos 54 minutos, grande oportunidade para o Moreirense, com Felipe Pires a fugir pela direita e a cruzar para Walterson. Este, sem oposição e com Marchesín batido, chegou ligeiramente atrasado ao centro e perdeu uma possibilidade rara de fazer golo. E aos 60, Corona isolou-se, mas Pasinato fez a “mancha” e evitou o 2-0.
- Reatamento animado, com duas grandes oportunidades, uma para cada lado. Mas o jogo mantinha a tendência, com o Porto a ter mais bola chegada a hora de jogo, 57% de posse, e os dois únicos remates, ambos desenquadrados. E era o “dragão” que mostrava estar mais perto do 2-0 do que de sofrer o empate.
- E aquela ocasião no arranque da etapa complementar foi mesmo o melhor que o Moreirense fez até aos 70 minutos. Nesta altura do jogo o Porto registava seis remates desde o intervalo, dois enquadrados, os visitantes ainda não tinham qualquer disparo no registo, limitando-se a destruir jogo e a tentar transições, sem critério. Quando o conseguiu, aos 74 minutos, Walterson voltou a chegar atrasado a um lance e a perder nova boa oportunidade.
- O Porto não desperdiçou aos 77 minutos. Taremi fez um “chapéu” a Pasinato, a bola foi ao poste, o iraniano recuperou o esférico e cruzou atrasado para remate certeiro do recém-entrado Toni Martínez para o 2-0. Porém, o lance acabou invalidado, por fora-de-jogo de Mehdi de… 3cm.
- Mas aos 88 minutos contou mesmo. Lance confuso, com Toni Martínez a falhar o primeiro remate, a fazer um segundo muito torto, mas a bola desviou em D’Alberto e acabou por trair Pasinato. Estava decidido o jogo, que teve mais um golo, já nos descontos. Sérgio Oliveira na assistência e Evanilson, acabado de entrar, conseguiu desviar para o 3-0.
O melhor em campo GoalPoint
A importância de Sérgio Oliveira nesta equipa do Porto já não é segredo para ninguém e o médio voltou a ser o melhor em campo. A atacar, a defender, a definir os ritmos os melhores lances, o internacional português fez um golo, de penálti, uma assistência e criou duas ocasiões flagrantes em cinco passes para finalização, somou 12 passes progressivos eficazes e, defensivamente, realizou nove recuperações de posse e seis acções defensivas no meio-campo contrário – terminou com um GoalPoint Rating de 8.2.
Jogadores em foco
- Mateus Uribe 7.5 – Grande jogo do colombiano, que garantiu números defensivos pouco vistos. O destaque vai para as dez acções defensivas no meio-campo contrário, novo máximo desta variável na Liga NOS 2020/21. Além disso, criou uma ocasião flagrante, somou 100 acções com bola (máximo do jogo), mais sete desarmes e seis intercepções.
- Jesús Corona 6.7 – Não tão deslumbrante como em outras partidas, porém o mexicano foi decisivo. Começou por sofrer falta para grande penalidade que permitiu o 1-0, teve sucesso em dois de sete cruzamentos e registou oito acções com bola na área contrária (máximo do jogo), bem como oito recuperações de posse.
- Mehdi Taremi 6.7 – A simples presença do iraniano na área é um foco de desestabilização para as defesas contrárias. Desta feita, Mehdi não marcou, mas fez quatro remates, dois enquadrados, teve cinco acções com bola na área e esteve nos melhores lances ofensivos dos “dragões”.
- Wilson Manafá 6.1 – Veloz, registou sete passes ofensivos valiosos (eficazes e a menos de 25 metros da baliza contrária) e completou 45 de 48 passes. Defensivamente somou nove recuperações de posse e três acções defensivas no meio-campo adversário. Está um senhor jogador.
- Chancel Mbemba 6.0 – Sólido e sem errar. O congolês esteve muito certo no passe, com 92% de eficácia nas 60 entregas que realizou, e nos duelos esteve intransponível.
- Fábio Pacheco 5.8 – O melhor elemento dos cónegos. Agora a central, Fábio foi o mais competente no sector recuado, terminando a partida com impressionantes 15 acções defensivas, com destaque para três intercepções e dois bloqueios de remate.
Resumo
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